Lorde no Primavera Sound São Paulo

Créditos da imagem: Primavera Sound São Paulo/Divulgação

Música

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Esbanjando carisma, Lorde celebra os “esquisitos” em show espetacular

Cantora neozelandesa fez questão de se conectar e dançar com o público do Primavera Sound

Omelete
3 min de leitura
07.11.2022, às 01H20.
Atualizada em 07.11.2022, ÀS 01H37

Lorde sequer cogitou disfarçar sua empolgação de estar de volta ao Brasil quando subiu ao palco do Primavera Sound, neste domingo (6). Quase 10 anos depois de sua primeira apresentação no país, a cantora neozelandesa embarcou no clima de reencontro e fez do festivalsua festa particular, antecipando as comemorações do seu aniversário de 26 anos e celebrando o apoio longevo dos seus fãs com um setlist cheio dos seus sucessos. E, realmente, foi visível como ela se divertiu. Dançando como se não houvesse amanhã, a cantora fez bem mais do que entregar uma performance enérgica e espetacular. Ela fez questão de se conectar com todos os presentes e, convidando-os a visitar seus pensamentos mais intrusivos com seu pop dançante, exaltou os “esquisitos”. Ou, como ela mesmo colocou, a “nós” mesmos.

Chega a ser impressionante se dar conta de que a mulher que comandou este show — ou seria uma cerimônia catártica? — tem tão pouca idade. Seja pela confiança com que ela se portou de uma ponta a outra do palco, seja pela qualidade inegável das suas letras, há uma maturidade muito particular à figura da Lorde. Ela tem uma potência convidativa e performática, capaz de atrair e fazer pular mesmo aqueles que pararam no tempo e ainda a associam exclusivamente à ótima “Royals”. Talvez por isso mesmo tenham sido tão especiais os momentos tête-à-tête que teve com o público. Porque mesmo o papo mais banal sobre a efervescência de um crush de verão pré-“The Louvre” ganhou um peso de epifania. Imagina, então, quando ela abriu o coração para introduzir “Liability”, dizendo que ver pessoas do outro lado do mundo cantando as músicas que compôs na adolescência a faz se sentir menos sozinha. “Somos os exagerados. Os que pensam demais”, disse antes de agradecer ao público. “Vocês mudaram a minha vida”.

A gratidão foi manifestada diversas vezes, com um repetitivo, mas honesto “estou feliz para c*ralho de estar aqui”, sorrisos constantes e a completa entrega para o que foi um pouco mais de uma hora de apresentação. Veja, a cantora estava tão investida na sua relação com os fãs brasileiros que incluiu no setlist "Bravado", música do seu disco de estreia que teve um pico de plays na última semana por aqui — um dos dois acontecimentos marcantes no país, segundo a cantora, que não escondeu sua satisfação com o resultado das eleições presidenciais.

E o público retribuiu, cantando a plenos pulmões o setlist todo, inclusive as faixas do seu disco mais recente, Solar Power. Não houve quem tenha ficado parado no Distrito Anhembi, mesmo nas mais lentas, como "Stoned at the Nail Salon", na qual recebeu ao palco Phoebe Bridgers. Muito menos na sequência "Supercut", "Perfect Places" e "Green Light".

Valeu a espera para ver Lorde de perto novamente. Sua pira de fazer do verão um estado de espírito para o ano todo, embora breve, foi cativante e divertida, e deu mais peso para o que até então parecia um álbum morno. Se tivermos sorte, ela retorna ao Brasil novamente, com todo seu carisma, em menos tempo. Se não, está aí uma noite para guardar com carinho na memória.

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