Quincy Jones, produtor e arranjador musical conhecido por assinar a produção de Thriller (1982), clássico de Michael Jackson - entre outros grandes títulos -, morreu neste domingo (3) aos 91 anos. O anúncio oficial foi feito pelo seu assessor, Arnold Robinson, à Variety.
"Com corações cheios, mas partidos, devemos compartilhar a notícia do falecimento de nosso pai e irmão Quincy Jones", disse a família no comunicado. "E embora esta seja uma perda incrível para nossa família, celebramos a grande vida que ele viveu e sabemos que nunca haverá outro como ele. Ele é realmente único e sentiremos muita falta dele; nos confortamos e temos imenso orgulho em saber que o amor e a alegria, que eram a essência de seu ser, foram compartilhados com o mundo por meio de tudo o que ele criou. Por meio de sua música e seu amor sem limites, o coração de Quincy Jones baterá pela eternidade."
Além de Jackson, com quem Jones também trabalhou nos álbuns Off the Wall (1979) e Bad (1987), Jones produziu Ray Charles (em The Genius of Ray Charles, de 1959, e Genious + Soul Jazz, de 1960), Frank Sinatra (em It Might as Well Be Swing, de 1964, Sinatra at the Sands, de 1966, e L.A. is My Lady, de 1984), Aretha Franklin, George Benson e Chaka Khan, além de ter lançado vários discos de estúdio "solo", reunindo canções vocalizadas pelos seus muitos parceiros musicais. Também é dele a produção de "We Are the World", clássico single de 1985 reunindo vários astros da época, de Jackson a Cyndi Lauper, Bruce Springsteen, Diana Ross, Lionel Richie e muito mais.
No mundo do cinema e da TV, Jones também se destacou ao escrever e conduzir trilhas sonoras. O Homem do Prego (1964) foi a primeira, estabelecendo uma parceria com o diretor Sidney Lumet que se repetiria em Chamada Para um Morto (1967), O Golpe de John Anderson (1971) e O Mágico Inesquecível (1978) - no set deste último, Jones conheceu Jackson pela primeira vez. Outros clássicos, como No Calor da Noite (1967), A Sangue Frio (1967), Têmpera de Aço (1967-1975), Sanford and Son (1972-1977), Raízes (1977), A Cor Púrpura (1985), Um Maluco no Pedaço (1990-1996) e Fique Rico ou Morra Tentando (2005).
O músico venceu 28 Grammys no decorrer da carreira, se estabelecendo como um dos recordistas do prêmio, atrás apenas de Beyoncé (32 estatuetas) e Sir Georg Solti (31 estatuetas). Também venceu um Oscar honorário, em 1995, por seus trabalhos humanitários, e levou o Emmy pelo trabalho na minissérie Raízes. Ao produzir o musical de A Cor Púrpura, em 2016, ele venceu um Tony.
Jones foi casado três vezes, incluindo com as modelos Ulla Anderson e Peggy Lipton, e teve sete filhos, incluindo a atriz Rashida Jones (Parks and Recreation).