Mais de 100 episódios do podcast The Joe Rogan Experience, produção de Joe Rogan envolvida em polêmicas por conta da defesa de posicionamentos antivacina contra a covid-19, foram retirados da plataforma. O sumiço de exatos 113 programas foi notado pela plataforma JREMissing, que identifica automaticamente a retirada de conteúdos do serviço de streaming, e posteriormente confirmado pelo New York Post e pelo Mashable.
Recentemente, Rogan e seu programa motivaram protestos de ícones da música como Neil Young e Joni Mitchell, que exigiram que o Spotify retirasse suas músicas do catálogo caso não deletasse todo o conteúdo do The Joe Rogan Experience. A movimentação vem custando bilhões à plataforma, em valor de mercado, mas a plataforma permaneceu ao lado de Rogan.
Até por isso, o Mashable crava que a retirada desses mais de 100 episódios não parece ligada a essa polêmica específica, visto que o programa de número #1757, com o médico antivacina Dr. Robert Malone, ainda está disponível no Spotify. Foi esse capítulo do podcast de Rogan que, em janeiro, prontificou 270 profissionais de saúde e cientistas a assinarem uma carta aberta denunciando o conteúdo como ameaça à saúde do público.
O site especula que os episódios deletados devam ter relação com outra polêmica envolvendo Rogan: a denúncia feita pela cantora India.Arie contra uso indiscriminado de um termo com implicações racistas pelo apresentador, que é branco, em diversas edições do podcast. Nem o Spotify nem o próprio Joe Rogan ofereceram maiores informações sobre o sumiço dos 113 episódios.
Os programas agora ausentes da plataforma incluem episódios com figuras conservadores americanas, críticos da extrema-direita e teóricos da conspiração, incluindo figuras como Gavin McInnes, Michael Malice, Alex Jones e Milo Yiannopoulos. Também estão incluídas na lista edições com comediantes como Rich Vos, Litthe Esther e o empresário Dave Asprey.
ROGAN RESPONDE
Recentemente, Rogan quebrou o silêncio sobre os protestos de Young e Mitchel junto ao Spotify. Ele postou no Instagram um vídeo de mais de 10 minutos em que promete "pesquisar melhor os tópicos" que aborda no seu podcast e "convidar pessoas com opiniões diversas para expressá-las" no programa.
"Eu não tenho a intenção de promover a desinformação, nem de ser controverso. Nunca tentei fazer nada com este podcast além de me sentar junto com as pessoas e ter conversas interessantes com elas. Tentarei o meu melhor para balancear os pontos de vista mais polêmicos de alguns convidados com as perspectivas de outras pessoas, para que possamos, talvez, encontrar uma opinião melhor", disse ele.
Durante a pandemia, Rogan (cujo podcast é ouvido por uma média de 10 milhões de usuários a cada episódio) foi criticado por desencorajar seus ouvintes mais jovens a tomarem a vacina contra a covid-19, e também por promover o uso da invermectina, remédio comprovadamente ineficaz contra a doença.
A revolta contra o podcaster eclodiu recentemente, quando artistas como Young e Mitchell anunciaram que retirariam as suas músicas do Spotify por causa da insistência da plataforma em manter o conteúdo de Rogan no ar.
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