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SWU 2011 | Sonic Youth faz viagem sonora intensa

Banda se entrega e mostra seu excelente experimentalismo

14.11.2011, às 22H15.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H47

A chuva tinha dado uma trégua, mas recomeçou minutos antes do Sonic Youth entrar no palco. Atração muito aguardada, uma multidão recolocava suas capas de chuva e outra multidão se escondia nas arquibancadas, o que ainda não havia acontecido com um número tão notável de pessoas.

Sonic Youth

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Um começo já experimental deu o tom da apresentação, recheada de viagens sonoras, microfonias, distorções y otras cositas usuais ao Sonic Youth. O que tinha algo de novidade e permeou as conversas prévias ao show é que Thurston Moore (guitarrista) e Kim Gordon (baixista) se divorciaram após 27 anos de casamento, o que colocava dúvidas sobre o futuro da banda e poderia fazer deste o último show em terras brasileiras.

Fofocas à parte, a imagem poética das gotas de chuva refletindo as luzes do palco adornou providencialmente uma banda entregue no palco. Thurston Moore, especialmente, tocava e se mexia com a intensidade de um Kurt Cobain – aliás, vale lembrar a reconhecida admiração do vocalista do Nirvana pelo Sonic Youth. O adesivo “eu amo acordes” na guitarra de Moore era auto-explicativo diante de sua feição com o instrumento em punhos. Além de Thurston, o baterista Steve Shelley também tocava intensamente, esmurrando a bateria. Kim Gordon mantinha um olhar absorto, porém forte, quando cantava.

Canções consagradas foram recebidas com entusiasmo pela plateia, apesar da postura um pouco blasé e/ou contemplativa dos presentes. Fizeram parte do repertório os sucessos “Drunken Butterfly”, “Teenage Riot” e “Sugar Kane” – esta última, anunciada por Moore com um tom maroto, como de quem sabia o quanto seu público queria ouvi-la.

No fim do show, um vendaval de experimentação sonora tomou conta do palco. Thurston esfregava a guitarra em seu corpo, rolava no chão e lambia o braço do instrumento. Em meio ao barulho melódico, Kim é a primeira a sair. Moore senta em frente à bateria, de pernas cruzadas, e observa o público. Levanta em seguida, dá um tapa na bunda do baixista Mark Ibold e vai embora. Missão cumprida.

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Fotos: Caroline Bittencourt e Marcos Hermes

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