Música

Artigo

The Strokes | Is This It completa 15 anos e o que a gente ganhou com isso?

Álbum foi o precursor do movimento das bandas "básicas" do rock dos anos 2000

01.08.2016, às 14H04.
Atualizada em 01.08.2016, ÀS 14H39

O primeiro álbum dos Strokes, Is This It, completou 15 anos na última semana. E eu lembro muito bem da primeira vez que ouvi a música dos caras rolando em um rádio. Achei “pretensiosamente despretensiosa”, entende? Com vontade de soar como algo que eles não eram. E optei por ignorar solenemente qualquer coisa que viesse dos caras.

None

Pouco tempo depois, rolou uma matéria no Fantástico (sim, no Fantástico..) que apresentava os integrantes; o vocalista Julian Casablancas, Albert Hammond Jr e Nick Valensi nas guitarras, Nikolai Fraiture no baixo e Fabrizio Moretti na baterista. No final de tudo, o que me chamou a atenção foi o fato de Moretti ser brasileiro. Então, de uma hora para outra, resolvi dar uma nova chance pro som dos caras. Sorte a minha. Desde a data de lançamento desse disco, 30 de julho de 2001 - na Austrália -, ele talvez seja a maior retomada do rock como algo radiofônico e consumido em larga escala desde o início dos anos 90. Diversas bandas que já estavam na estrada como Hellacopters, e outras com o "The" na frente do nome como The Bravery, The Vines, The Hives, The Fratellis, entre tantas outras, surgiram como um efeito de massa, buscando espaço em um mercado com sede da nova-velha novidade que o Strokes representava.

Bem, então o que dizer de um material como Is This It, um disco que, de acordo com Julian Casablancas, deveria soar como “se eles fossem uma banda do passado, que viajou para o futuro e gravou um disco”? De primeira é que o resultado está bem próximo do desejado.

00:00/09:40
Truvid
auto skip

Mas não dá para ficar sem comentar sobre o estranhamento causado pela crueza da produção, principalmente por causa do que tocava nas rádios mundo à fora, R&B e nu metal - com suas várias camadas de mixagem e produção -. Assim, não dá pra negar que, à primeira vista, esse álbum do Strokes parece mal produzido. Mas novamente, o disco tem entre suas curiosidades a procura da banda por soar crua e despretensiosa. Sim, eles queriam que o som tivesse essa característica. Quando a gravadora os convidou para, enfim, fazer um disco cheio, eles já haviam registrado uma demo, com três faixas, produzida por Gordon Raphael, um cara que havia entregado um cartão para Casablancas em um show e tinha um estúdio em sua garagem.

Pra ter uma ideia de como a banda estava, no início da gravação, os guitarristas e Casablancas ainda participavam de aulas de guitarra, para melhorar seus solos e riffs. Como parte desse novo momento, o produtor Gil Norton, que há havia produzido o Pixies, foi o escolhido pra produzir o primeiro álbum, mas depois de alguns dias gravando, Raphael, o cara responsável pela primeira demo da banda, foi convocado a retomar o posto. De acordo com matéria da NME, porque a banda achou o resultado “pretensioso demais”.

E por causa dessa fixação da banda em não ser pretensiosa, eu retorno para o fator que me fez deixar o álbum passar direto, sem nem ao menos prestar atenção em como ele soava como uma obra completa. Sim, despretensioso era a palavra de ordem durante a gravação do disco. Isso fica ainda mais claro com a forma de gravação utilizada, na qual as músicas foram registradas apenas uma vez, com a mixagem ao vivo. Tudo para, de acordo com Casablancas, manter uma ”eficiência crua”, que no fim das contas, funcionou, não é mesmo? Mas a busca por essa sonoridade, gerou alguns atritos, conforme conta o produtor do projeto em entrevista ao Guardian:“[...] durante a gravação do álbum nós recebemos a visita de alguns dos responsáveis pela gravadora da banda nos Estados Unidos. Eles disseram que o som era um lixo e não-profissional. Que eu estava arruinando a voz do Julian e matando qualquer chance de carreira da banda. Foi muito satisfatório quando o disco se tornou um clássico moderno”. Raphael conta também que Casablancas queria que sua voz soasse “como sua calça jeans favorita. Não totalmente destruída, mas gasta”.

Por fim, não dá para negar que o resultado alcançado de forma displicente pela banda, principalmente pela vontade - novamente - de Casablancas (que criava as letras das músicas no momento em que estava gravando e definiu o título do álbum quase no final do processo) é algo único para a época. E que, à medida que o tempo passa, fica ainda mais forte. Graças a uma sonoridade que não envelhece e nem perde potência. Como dito em artigo da Pitchfork, ouvir esse disco, depois de um bom tempo do lançamento e fora do hype, torna o material ainda mais marcante, justamente pelo tempo não ter dado uma aura de salvador do rock, mas sim de um projeto executado para permanecer nas listas de quem gosta de música. Ah, e se por acaso você tiver algum tipo de preconceito com o som dos caras, dá uma chance, vai. Ao menos pra esse disco. Com certeza você vai perceber como “Last Night”, “Take It Or Leave It”, “Is This It” e “The Modern Age”, realmente soam despretensiosas. Ao final da jornada, todas as 11 músicas do disco irão te levar para dentro do que o Strokes realmente queria: Uma viagem musical, simples, honesta e crua. E é bem isso que a gente, como amantes da música, ganha.

Ouça o disco na integra

Comentários (0)

Os comentários são moderados e caso viole nossos Termos e Condições de uso, o comentário será excluído. A persistência na violação acarretará em um banimento da sua conta.

Login

Criar conta

O campo Nome Completo é obrigatório

O campo CPF é obrigatório

O campo E-mail é obrigatório

As senhas devem ser iguais

As senhas devem ser iguais

As senhas devem ser iguais

O campo Senha é obrigatório

  • Possuir no mínimo de 8 caracteres

  • Possuir ao menos uma letra maiúscula

  • Possuir ao menos uma letra minúscula

  • Possuir ao menos um número

  • Possuir ao menos um caractere especial (ex: @, #, $)

As senhas devem ser iguais

Meus dados

O campo Nome Completo é obrigatório

O campo CPF é obrigatório

O campo E-mail é obrigatório

As senhas devem ser iguais

As senhas devem ser iguais

As senhas devem ser iguais

Redefinir senha

Crie uma nova senha

O campo Senha é obrigatório

  • Possuir no mínimo de 8 caracteres

  • Possuir ao menos uma letra maiúscula

  • Possuir ao menos uma letra minúscula

  • Possuir ao menos um número

  • Possuir ao menos um caractere especial (ex: @, #, $)

As senhas devem ser iguais

Esqueci minha senha

Digite o e-mail associado à sua conta no Omelete e enviaremos um link para redefinir sua senha.

As senhas devem ser iguais

Confirme seu e-mail

Insira o código enviado para o e-mail cadastrado para verificar seu e-mail.

a

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.