Passados dias de chuva, sol, perrengues e shows memoráveis, o The Town encerrou sua primeira edição em São Paulo cheio de aprendizados — e momentos marcantes que ficarão para a história. Depois de eleger os melhores momentos do primeiro final de semana, nesta segunda-feira (11) pós-festival retornamos para fazer um balanço, com os altos e baixos que testemunhamos ao longo dos cinco dias de evento. Confira:
PONTO ALTO: DEMI LOVATO
Uma das atrações mais aguardadas deste primeiro The Town, Demi Lovato fez um showzaço no meio da chuva fria que tomou conta do Autódromo de Interlagos no dia 2. A potência da sua voz foi ainda mais impressionante de testemunhar.
PONTO ALTO: BEBE REXHA
Bebe Rexha não só selecionou ótimos hits para a noite do primeiro domingo (3), como trouxe fãs para dançar com ela — truque que quase nunca falha. Como se não bastasse, no concurso de dança, ela apontou favoritismo para as garotas que subiram ao palco.
PONTO BAIXO: FILAS E MAIS FILAS!
Que festival é sinônimo de perrengue todo mundo sabe, mas a primeira edição do The Town foi um pouco mais tumultuada do que de costume. Não importa se você queria entrar no Autódromo de Interlagos, visitar um estande ou comprar uma cerveja, você enfrentaria uma fila quilométrica.
No caso da compra de bebidas, o agravante foi a falta de organização: você comprava e retirava o drink da sua escolha no mesmo local, o que aumentava o tempo de espera por mais agéis que fossem os funcionários. Para compensar, as pessoas acabavam comprando duas ou três bebidas, o que por sua vez piorava a situação. O caos foi tamanho que em determinado momento um dos bares no primeiro final de semana ficou temporariamente sem água para comercializar. Talvez, para a edição 2025, valesse considerar seguir o exemplo de outros festivais e separar a operação em duas etapas.
PONTO BAIXO: IGGY AZALEA
Alguns artistas conseguem segurar um show embaixo de chuva forte, com setlist e produção limitados. Bom, alguns artistas até prosperam e ficam melhores nessas condições adversas! Infelizmente, Iggy Azalea não é esse tipo de artista. Seu show caótico, dublado e pobre em produção foi definitivamente um ponto baixo do sábado, e nem "Fancy" conseguiu salvar o rolê.
PONTO BAIXO: The Chainsmokers
Apesar dos seus inúmeros hits que estão constantemente nas mais ouvidas das plataformas, o grupo de música eletrônica subiu no palco Skyline em uma apresentação um tanto quanto deslocada. O grupo até tentou misturar músicas conhecidas do público para transformar o local em uma grande rave, mas a multidão não se animou. Os integrantes do The Chainsmokers poderiam facilmente ter se apresentado no palco New Dance Order (e, quem sabe, atrair mais pessoas para o local, que passou o evento todo praticamente vazio).
PONTO ALTO: JOSS STONE
Joss Stone não fazia parte do line-up oficial do The Town. Mas, após o cancelamento do cantor Liam Payne, a inglesa se juntou ao terceiro dia do evento, com nomes como Ludmilla e Maroon 5.
Mesmo com um público morno – e até escasso –, Joss Stone cantou alguns de seus clássicos, como a sua regravação de "Fell In Love With a Boy" (do White Stripes), "Tell Me 'Bout It", "You Had Me" e "Super Duper Love", e ainda apostou em covers de "Say My Name", do Destiny's Child, e "Dreams", do Fleetwood Mac. Como resultado, arrancou gritos e suspiros dos fãs mais devotos. Carismática e com um grande vozeirão, seu show foi um belo lembrete de que a cantora merecia ter ainda o mesmo espaço – ou até talvez maior – que tinha no começo dos anos 2000, quando surgiu como uma grande promessa.
PONTO ALTO: A COLEÇÃO DE ARTISTAS NACIONAIS
A coleção diversa de artistas nacionais que passaram pelos palcos do The Town formaram um baita exemplo do potencial brasileiro, que vai muito além do básico. Desde o primeiro sábado, quando Criolo se juntou ao Planet Hemp e domou a tempestade que tomou conta do Autódromo, passando pelo show do Ney Matogrosso em um domingo ensolarado, e Ludmilla com sua apresentação a nível de headliner em turnê mundial, foi uma sequência de shows nacionais que dá vontade de ver e rever. Se você esteve em qualquer uma destas apresentações, já sabe: os artistas BR fizeram bonito demais no The Town.
PONTO BAIXO: ACESSIBILIDADE
Com um Autódromo de Interlagos lotado – superlotado, alguns usuários da plataforma Reclame Aqui diriam –, o tumulto entre um palco e outro e a própria configuração do Autódromo, tornava a movimentação bastante complicada entre as pessoas. Para as pessoas com deficiência, então, a coisa era ainda mais grave.
Vale notar que o evento contou com um plano de acessibilidade, mas que parece não ter sido seguido à risca. Fica a torcida para que, na nova edição, em 2025, a atenção com a acessibilidade seja uma das melhorias implementadas.
PONTO ALTO: PITTY
Armada com um setlist formado por 20 anos de hits, Pitty abriu o palco Skyline com estilo no último sábado (9). A brasileira venceu o vento frio e a garoa fina, e juntou uma multidão de fãs, que cantaram e pularam sem parar até a cantora encerrar sua apresentação e sair ovacionada do festival.
PONTO BAIXO: ESPAÇO MAL PLANEJADO
Além das filas, ficar no Autódromo durante o The Town pode ser sufocante dada a quantidade de gente por metro quadrado. A falta de espaço dentro do evento causou problemas de empurra-empurra, que são comuns em grandes festivais, mas não nessas proporções. A falta de espaço em Interlagos era reclamação constante dos presentes, que demoravam cerca de 40 minutos só para conseguir sair do Autódromo após o último show da noite.
PONTO ALTO: FOO FIGHTERS
Que delícia foi assistir o Foo Fighters de volta ao Brasil no sábado do segundo final de semana. A banda de Dave Grohl — que cancelou sua última passagem pelo Brasil após a morte de Taylor Hawkins — fez um show apoteótico para fãs novos e velhos, com direito a homenagem ao baterista e muita emoção. Foi lindo de ver.
PONTO ALTO: BRUNO MARS
Não bastasse um baita show no último domingo, dia 3, com direito a hit atrás de hit e até “Evidências”, Bruno Mars retornou ao The Town para fechar a edição por completo no dia 10, entregando mais um espetáculo de competência. Não há como negar: Bruno Mars foi o dono do primeiro The Town.
PONTO ALTO: PABLLO VITTAR
A drag queen Pabllo Vittar foi um dos grandes nomes da primeira edição do The Town. Com hits de todas as suas eras, a artista contou com a presença das cantoras Liniker e Jup do Bairro, que levaram o show de Pabllo para outro nível.
PONTO ALTO: H.E.R.
O mar de gente pode até ter assustado a artista. Mas, mesmo diante de uma multidão, H.E.R. fez questão de se aproximar do público. A cantora falou em português, homenageou nossa música, dividiu o palco com artistas locais e, acima de tudo, fez da noite do último domingo (10) uma experiência extremamente agradável.