“Parece que toda vez que eu venho aqui chove”, brincou Post Malone em determinado momento do seu show no The Town. E, de fato, quando primeiro pisou neste mesmo Autódromo de Interlagos, no agora distante Lollapalooza 2019, o rapper americano também conheceu na pele o apelido paulistano de “terra da garoa”. No entanto, neste sábado (2), quando encerrou a noite de estreia do festival, Post não lidou com uma simples chuva: não só foi acompanhado por um temporal do início ao fim do seu set, como se deparou com um público que passou o dia debaixo de muita água e, portanto, estava nitidamente cansado e pouco paciente. Ciente disso, o headliner se entregou por completo e fez valer a espera com uma apresentação repleta dos seus maiores hits.
Vestindo uma camisa da seleção brasileira, mais especificamente a número 10 de Neymar, ele abriu o show com “Better Now”, faixa do disco beerbongs & bentleys, de 2018. Já naquele momento, Post deu o tom do que os fãs encontrariam durante as quase duas horas de show, às vezes literalmente gritando os versos da música a plenos pulmões, como se estivesse empolgado demais para se conter. Dali para frente, ele se jogou no chão, fez dancinhas engraçadas, foi para a galera e até puxou gritos para exaltar o fã com quem tocou “Stay”.
Essa energia costuma mesmo ser a graça de ter o rapper no line-up: mesmo quem não se importa com a discografia dele é capaz de reconhecer que vê-lo no palco não é monótono. Sempre presente, ele busca a conexão com o público e faz disso seu principal artifício — além da pirotecnia, é claro. E, novamente, ele não decepcionou.
Como foi na turnê If Y'all Weren't Here, I'd Be Crying até aqui, seu álbum recém-lançado, AUSTIN, assim como Twelve Carat Toothache, do ano passado, tiveram presença mais tímida no setlist. Na realidade, Post deu preferência a faixas dos seus primeiros discos, como “rockstar” e “Over Now”, além de reservar o tempo devido para a espirituosa “Sunflower”. Mas, por mais que o público tenha engajado e muito em toda essa jornada, dinâmica e entusiasmada, pelos seus greatest hits, o ponto alto da noite foi mesmo o trecho acústico. Apenas com seu violão, o rapper mudou a atmosfera da apresentação temporariamente quando, mais contido, cantou "Feeling Whitney", do seu disco de estreia Stoney, e puxou o coro da galera.
Quer dizer, o carisma do Post Malone veio como um baita trunfo para o The Town — além das ótimas performances desta estreia. Depois de um primeiro dia, no mínimo, desafiador, com chuva, atrasos, filas e até o transporte público paulistano deixando a desejar, o festival fez o que parecia improvável e terminou seu primeiro dia no saldo positivo.
- Iggy Azalea foi artista pela metade com show pela metade no The Town
- Demi Lovato une rock, pop, velho e novo em show de magia rara no The Town
- Água a R$ 6 e espetinho a R$ 20: quanto custa comer e beber no The Town
- The Town 2023 | Tudo que você precisa saber sobre a primeira edição do festival
O The Town acontece nos dias 2, 3, 7, 9 e 10 de setembro. Também se apresentam no festival nomes como Bruno Mars, Foo Fighters, Garbage, Joss Stone, Maroon 5, Jão e Ludmilla.
