Galder Gaztelu-Urrutia não é um nome muito conhecido dentro da cultura pop. Com 46 anos, o cineasta espanhol é creditado como diretor em apenas dois curtas-metragens em sua carreira (via IMDb), além de onze participações como produtor e uma como roteirista. Com O Poço marcando a sua estreia na direção, Urrutia foi o responsável por criar um filme de terror com uma mensagem forte dentro da sociedade atual e que vem chamando a atenção dos assinantes da Netflix.
Em entrevista ao portal iHorror durante a exibição do filme no Festival de Toronto, o diretor explicou qual era a sua intenção ao mostrar para o público os acontecimentos dentro da prisão. “[O filme] não se trata de mudar o mundo, mas de entender e colocar o espectador em vários níveis e ver como eles se comportariam em cada um deles. As pessoas são muito parecidas entre si. É muito importante onde você nasceu - em que país e qual família -, mas somos todos muito parecidos. Dependendo da situação na qual você se encontra, você vai pensar e se comportar de uma maneira diferente. Então, estamos provocando o público para entender os limites de sua própria solidariedade”.
Questionado sobre a forte mensagem política dentro da narrativa, Urrutia deixa claro que não quer ensinar nada para ninguém. “O Poço quer colocar o espectador em uma posição que o faça pensar em como ele se comportaria em certas situações em relação ao que está acontecendo no mundo real. O que você faria estando nos primeiros e nos últimos níveis? Nós não julgamos, mas fazemos o questionamento e deixamos para o público a decisão”.