Cena de Parasyte: The Grey (Reprodução)

Créditos da imagem: Cena de Parasyte: The Grey (Reprodução)

Séries e TV

Entrevista

Parasyte: The Grey | Yeon Sang-ho conta como recriou criaturas do mangá em CGI

Monstros precisavam “despertar medo primitivo nas pessoas”, segundo o diretor

Omelete
2 min de leitura
06.04.2024, às 06H00.
Atualizada em 09.04.2024, ÀS 10H02

Yeon Sang-ho se lembra vividamente da primeira vez que leu o mangá Parasyte, ainda no começo da adolescência. Quando a obra de Hitoshi Iwaaki chegou às bancas pela primeira vez, em 1989, o cineasta tinha 11 anos de idade. Na época, o jovem Sang-ho ficou impressionado com a imagem dos tentáculos que cresciam do rosto dos humanos infectados pelos alienígenas parasitários que invadiam a Terra na trama do mangá. 25 anos depois, ele precisou encontrar uma forma de traduzir essa impressão forte para o live-action na série Parasyte: The Grey, da Netflix.

É uma imagem que invoca muito bem aquele medo primitivo de ter pessoas que são familiares a nós se tornando completos desconhecidos”, ele comentou ao Omelete. “Então, confesso que foi bastante difícil passar isso para o live-action, imaginar como o CGI poderia criar uma versão igualmente arrepiante na tela”.

A regra número um do diretor foi que os alienígenas precisavam se integrar bem ao mundo da série - ou seja, algum nível de realismo precisaria ser mantido: “The Grey se passa no nosso mundo... não é um universo de fantasia, ou uma distopia pós-apocalíptica. Ao mesmo tempo, existe uma variação entre as criaturas - cada parasita é um pouco diferente do outro, e às vezes até o mesmo parasita vai mudando de forma, então não pudemos usar um único modelo de CGI durante toda a produção. Foi um grande desafio”.

No fim das contas, o que guiou Yeon e seu time de efeitos visuais foi a busca daquele sentimento de incômodo que o mangá original causou na versão adolescente do diretor - e ele está apostando que os espectadores de Parasyte: The Grey sentirão o mesmo.

Eu acho que muitos filmes e séries de ficção científica lidam com os medos mais primitivos da humanidade”, refletiu ele. “Nessa tradição, histórias sobre criaturas que 'roubam' os corpos de seres humanos são clássicas - é um conceito aterrorizante: uma entidade desconhecida chega de algum lugar e toma controle do cérebro de alguém que você conhece e ama, transformando essa pessoa em alguém diferente. Combinando essa provocação com a ação que existe naturalmente na história e as questões filosóficas que ela levanta, acho que chegamos a uma mistura irresistível”.

Parasyte: The Grey já está disponível para streaming na Netflix.

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