ATENÇÃO: Spoilers de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder a seguir!
A segunda temporada de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder chegou com os dois pés na porta, mergulhando de cabeça na mitologia criada por J.R.R. Tolkien para tentar conquistar os fãs que se frustraram com o ritmo mais lento do primeiro ano.
E com essa decisão (acertada) dos roteiristas, é claro que muitas criaturas da Terra Média fizeram sua estreia na nova temporada. Para entender melhor cada um desses monstros, confira abaixo um guia completo das criaturas.
Aranhas
Na série: Quando reencontramos Isildur (Maxim Baldry), ele está embrenhado na assim chamada Floresta Negra, refém das aranhas gigantes. O herói numenoriano, dado como morto por todos os companheiros, é encontrado por seu cavalo, acorda e se liberta, tendo que lutar contra as criaturas para finalmente escapar.
Na mitologia: Tolkien incluiu aranhas gigantes em suas histórias da Terra Média porque seu filho tinha muito medo dos animais - o que levou ao seu retrato como antagonistas na saga O Senhor dos Anéis. Na mitologia criada pelo autor, as aranhas são todas descendentes de uma criatura maligna chamado Ungoliant, que foi aliada do primeiro Lorde das Trevas, Melkor, até ser traída por ele e vagar pela Terra Média devorando tudo o que via pela frente. As criaturas costumam viver em lugares escuros, e após a segunda ascensão de Sauron se concentraram muito na floresta de Mirkwood (provavelmente a mesma que vimos na série).
Águias
Na série: Uma das grandes águias aparece durante a coroação de Míriel (Cynthia Addai-Robinson), tumultuada pela revolta de Pharazôn (Trystan Gravelle). Quando o primo da regente se aproxima da criatura e ela não o ataca, o povo o aclama como seu novo monarca, deixando o futuro de Míriel incerto.
Na mitologia: Famosas por seu uso como deus ex machina em O Hobbit e O Senhor dos Anéis, as águias na mitologia de Tolkien são seres místicos enviados à Terra Média por Manwë, a maior divindade do universo criado pelo escritor, com a missão de “ficar de olho” no Lorde das Trevas Morgoth - e, mais tarde, seu herdeiro Sauron. As águias que conhecemos nas produções audiovisuais da franquia são todas descendentes de Thorondor, o primeiro rei das águias, e sua presença em Númenor não é surpresa. Um grupo desses animais famosamente residia por lá na Segunda Era, aparecendo para os humanos somente em ocasiões especiais (como festivais e coroações, é claro).
Ents
Na série: Theo (Tyroe Muhafidin) é sequestrado pelos ents, junto com vários dos servos de Adar (Sam Hazeldine), o que leva um grupo liderado por Arondir (Ismael Cruz Cordova) a procurá-lo pela floresta. Quando encontra os ents, o elfo promete a eles proteger a floresta da devastação dos orcs e servos de Adar, o que convence as criaturas soltarem o garoto.
Na mitologia: Uma das raças mais antigas da Terra Média de Tolkien, os ents foram criados pela divindade Yavanna a fim de proteger as florestas do continente contra o desmatamento empreendido pelas criações dos outros Valar. Reza a lenda que, embora já fossem criaturas conscientes, os ents não falavam até se aliarem aos elfos, que lhes ensinaram sua linguagem - logo, a aliança entre as duas raças em Os Anéis de Poder não é tão surpreendente.
Criaturas tumulares
Na série: A caminho de Eregion para investigar a possível presença de Sauron (Charlie Vickers) por lá, a companhia de elfos liderada por Elrond (Robert Aramayo) e Galadriel (Morfydd Clark) se encontra com estes espectros assustadores, e um dos espadachins que os acompanhava acaba subumbindo às criaturas.
Na mitologia: Os Anéis de Poder está alterando um pouco a mitologia de Tolkien ao incluir as criaturas tumulares já na Segunda Era da Terra Média. De acordo com os escritos do autor de O Senhor dos Anéis, essas criaturas surgiram na Terceira Era, quando o líder dos Nazgûl (os servos mais poderosos e assustadores de Sauron na trilogia original) enviou espíritos malignos para a região de Cardolan para impedir que os homens de Dúnedain se estabelecessem por lá. A localização das criaturas tumulares encontradas por Elrond e Galadriel, em um antiquíssimo cemitério humano, sugere que esses monstros já existiam há mais tempo.
Trolls
Na série: O exército de Adar e dos orcs conta com a ajuda de um troll da montanha, uma criatura monstruosa que apareceu rapidamente durante os primeiros episódios da temporada, e que retornou nesta batalha climática para causar problemas para os elfos. Somente um esforço conjunto de Elrond, Arondir e Gil-Galad conseguiu derrotá-lo.
Na mitologia: Tolkien menciona, em seus escritos, que os trolls são uma das criações mais diabólicas de Morgoth, o primeiro Lorde das Trevas, que estava buscando fortalecer seu exército com lutadores brutais, mas facilmente controláveis. Incapazes de se mover sob a luz do Sol, e dedicados inteiramente à arte da guerra, alguns trolls sobreviveram após a derrocada de Morgoth e, é claro, se juntaram às forças de Sauron na Segunda e na Terceira Eras.
Outras criaturas
- “Há coisas sem nome que dormem nas profundezas da Terra Média. Esta aqui, vamos chamar de jantar”, brinca Arondir ao matar um enorme verme que vive na areia movediça perto de Mordor, e que quase o engoliu junto com Isildur no quarto episódio da temporada. Parece até uma brincadeira com a ansiedade dos fãs de Os Anéis de Poder de destrinchar a mitologia por trás de cada monstro da série.
- Depois de já mostrar uma serpente marinha nos primeiros episódios da temporada anterior, Os Anéis de Poder voltou às profundezas para o julgamento de Míriel. Capturada por um enorme monstro do mar descrito no livro sagrado da antiga religião numenoriana, ela foi poupada pela criatura e retornada à costa, significando a sua absolvição pelos deuses conhecidos como Valar.
Balrogs
Na série: Após criar muita expectativa durante suas duas temporadas, Os Anéis de Poder finalmente liberta o poder do Balrog que vive nas profundezas de Khazad-Dûm. No episódio final do segundo ano, a ganância do Rei Durin III o acorda, e ele mata o monarca dos anões antes da sua passagem ser novamente fechada por rochas.
Na mitologia: Junto com os Istar (mais conhecidos como magos, a raça de Gandalf e cia.), os Balrogs faziam parte de uma espécie que Tolkien nomeou como Maiar, seres místicos menores que os Valar, criados para servi-los. Os Balrogs, no entanto, foram corrompidos pelo Lorde das Trevas Morgoth, e se transformaram nos demônios de fogo que conhecemos das versões filmadas da Terra Média. Desde então, os monstros estão presentes em todos os maiores conflitos do universo de Tolkien.