Após inspiradas e inclusivas escolhas na hora de selecionar seus novos membros nos últimos anos, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (AMPAS), responsável pelo Oscar, anunciou hoje (26) que vai reduzir o número de vagas para novos membros a partir deste ano. [Via Deadline]
A organização, que vai cortar pela metade o número de vagas habitualmente disponibilizadas para convidar novos membros, disse que vai continuar empenhada em selecionar integrantes com base na qualificação profissional, e considerando às questões de inclusão e representatividade.
“Ao olharmos para o crescimento futuro e as metas da Academia, precisamos dimensionar adequadamente para podermos continuar a prestar o serviço pessoal que nossos membros esperam e apreciam”, disse Dawn Hudson, a CEO da Academia, em um comunicado. “Continuamos focados em cultivar um corpo de membros que reflita nossa comunidade cinematográfica diversificada e o mundo ao nosso redor.”
Antes dessa mudança, o conselho de Governadores da Academia, comitê responsável pela visão estratégica da academia — que vai desde adesão a regras ao controle financeiro —, votou nas diretrizes para cada um de seus comitês específicos para determinar novos convidados. O que não vai mudar é o convite a pessoas que ganharam um Oscar ou que foram indicados, cujo ingresso sempre foi admitido.
Lembrando que a partir de 2024 também vai entrar em vigor o projeto “Aperture 2025”, com novas regras de representatividade para os indicados, procurando abranger desde o elenco dos títulos elegíveis ao prêmio a equipe técnica.
A Academia começou a pensar estrategicamente em expandir convites para novos membros quando o movimento #OscarSoWhite explodiu em 2015 — ano em que nenhum ator negro foi nomeado em qualquer uma das quatro categorias de atuação. Acusações e constantes piadas quanto ao número de mulheres indicadas na categoria de melhor direção também levou a um novo boicote à Academia.
Com isso, a AMPAS buscou dobrar o número de convites a mulheres e comunidades raciais sub-representadas até 2020, obtendo bastante sucesso. Por exemplo, o número de mulheres integrantes passou de 25%, no total, em 2015, para 33% em 2020. Já o número de membros de cor foi de 10% a 19% no mesmo período.
No entanto, para chegar ao número a Academia teve de ampliar bastante o número de novos membros anualmente. Em junho de 2020, 819 novos membros foram recebidos, mais que o dobro de 2015, em que 322 profissionais ingressaram — que já foi considerado o recorde para a organização naquele momento.