Filmes

Artigo

Conheça a história de Viola Davis, a voz suprema de Hollywood

No Retrato Omelete, fique por dentro da vida e obra da renomada atriz, que disputa a estatueta do Oscar este ano

Omelete
4 min de leitura

Indicada ao Oscar 2021 por A Voz Suprema do Blues, Viola Davis é a atriz negra com mais indicações na história da premiação. Mas antes mesmo de conquistar esse título - que, mais do que celebrar seu talento, ressalta a desigualdade nas indicações da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas -, Davis já era considerada pelo público um dos maiores nomes da sua geração, senão de todos os tempos. Curioso notar, então, que a estrela não tenha um currículo tão extenso no cinema quanto suas contemporâneas.

Davis começou no teatro, ganhando destaque na Broadway em 1996 com a peça Seven Guitars, do dramaturgo August Wilson - autor de Um Limite Entre Nós, texto adaptado para os cinemas em 2017 e que rendeu à atriz seu primeiro Oscar. Marcou presença também na TV com participações em séries como Law & Order: SVU, na qual interpretava uma advogada, e Law & Order: CI, vivendo uma serial killer.

Davis só chegou aos cinemas em 2002 no longa Voltando a Viver, mas aparecendo em apenas uma cena e sem qualquer fala. A atriz, no entanto, fez valer seu tempo de tela e por esta performance foi indicada ao Independent Spirit Award, como atriz coadjuvante. Mesmo assim, seguiu focando no teatro até ser indicada pela primeira vez ao Oscar, em 2008, contracenando com Philip Seymour Hoffman e Meryl Streep em Dúvida.

De lá para cá, Viola Davis foi ganhando reconhecimento. Mas, mesmo para uma atriz da sua grandeza, é díficil conseguir bons papéis. Afinal, como acontece em todo os Estados Unidos, o racismo é também uma realidade em Hollywood.

Bastante ativa no debate sobre a questão racial no país, a atriz chegou a se arrepender de estrelar Histórias Cruzadas, longa que também lhe rendeu uma indicação ao Oscar. Para ela - e outros nomes do elenco, como Bryce Dallas Howard -, a dinâmica do filme é questionável, já que foca na perspectiva do white savior, e não das empregadas domésticas, um comportamento que é bastante comum e problemático da indústria. Por isso, mais de uma vez, Davis manifestou seu desejo em ter as mesmas ofertas de papéis que Jane Fonda e Meryl Streep.

No entanto, isso não aconteceu. Ao menos, não no cinema. A convite de Shonda Rhimes, ela ganhou os holofotes estrelando e produzindo How to Get Away with Murder, série pela qual ganhou seu primeiro Emmy. Neste momento, ela também já tinha sido honrada com um Tony pela montagem de Um Limite Entre Nós na Broadway.

"Viola é uma das maiores atrizes de todos os tempos", afirmou Denzel Washington, que contracenou e dirigiu Davis na adaptação cinematográfica da peça de August Wilson. "Ela recebeu reconhecimento não tarde demais, mas mais tarde que a maioria. Só que ela foi mais longe que muitos. Tem gente que recebe oportunidade cedo, mas são esquecidos na semana seguinte."

De fato, nem Histórias Cruzadas, nem com o sucesso de How to Get Away with Murder, abriram as portas para Viola Davis em Hollywood. Por isso, quando os fãs a questionavam sobre o motivo para ter passado tanto tempo na TV, dizendo que que ela teria uma carreira no cinema, a atriz respondia: "que carreira? Onde estão esses filmes?". Mesmo com ótimos agentes e muito talento, a atriz conseguiu e consegue pouquíssimos papéis nas telonas.

Agora, com A Voz Suprema do Blues, Davis pode ganhar sua primeira estatueta na categoria principal de atuação. No longa, ela vive a cantora Ma Rainey, uma das poucas personagens da sua carreira que existiu de fato. No entanto, neste ponto da sua carreira, a atuação sequer é mais seu único foco. Embora se prepare para viver outro papel de destaque na série First Ladies, em que interpretará Michelle Obama, Davis expande seu legado com a sua produtora JuVee Productions.

Está mais do que claro que, quer Viola Davis receba ou não o reconhecimento da Academia neste ano, ela merece ser lembrada pela sua grandeza. Nada mais do que justo, portanto, que ela receba um episódio na série Retrato Omelete. Conheça a história da atriz e produtora no vídeo acima.

Acompanhe a cobertura completa do Oscar 2021 no Omelete, com críticas, reportagens, vídeos e podcasts especiais a cada semana, até o grande dia da cerimônia - e da live do Omelete! -, em 25 de abril.

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.