Oi, meu nome é Marcelo Forlani e faz 1 semana que eu não compro HQs novas. Sim, sou um comprador compulsivo de quadrinhos (e ainda recebo muitos outros - obrigado e podem continuar mandando!). E o que acontece quando o dia tem apenas 24 horas e além de trabalhar você ainda tem que cuidar dos filhos, limpar a casa, passear o cachorro, ver séries e filmes com a pessoa amada, beber cerveja com os amigos, sofrer com seu time do coração, etc.?
Te respondo: a pilha de quadrinhos que estão esperando para serem lidos vai crescendo, ela vai deixando de ser apenas uma pilha, acaba ganhando vida própria e vai invadindo a mesa do trabalho, a prateleira, o armário onde você deveria guardar roupas (história verdadeira!)…
Bom, para me ajudar a diminuir essa pilhas que se acumulam pela casa resolvi que vou criar aqui uma coluna com o que eu li recentemente. Podem ser coisas novas, relançamentos, gibis que estavam guardados há muito tempo e até HQs que eu resolvi reler (quem mais tem este hábito, mesmo tendo um monte de revistas ainda no plástico?). Bom, mas chega de papo furado. Vamos ao que interessa:
Re-Exista (independente), de Camilo Solano - 3 ovos
Cumprindo tabela para não deixar a CCXP18 passar em branco, Camilo Solano entregou uma HQ curta, mas com uma mensagem bem direta e relevante para estes dias que estamos vivendo: chega de tanto ódio! As eleições já passaram (deu no que deu) e agora é hora de espalhar uma mensagem mais positiva. Ou não!
Até aqui tudo bem (independente), de Rafael Corrêa - 4 ovos
Lançado de forma independente com campanha no Catarse, esta compilação de charges e tiras do Rafael Corrêa traz trabalhos premiados no mundo todo. Com seu lápis tão afiado quanto seu humor, o artista mostra aqui porque é um dos cartunistas mais premiados do mundo. Tem muita coisa para pensar ali. Porque, ao contrário do título, as coisas não estão tão bem assim.
Kophee (independente), de Guilherme Match e Gabê Almeida - 4 ovos
O café pode ser apenas uma bebida escura que te dá energia. Algo que você bebe com tanto açúcar ou adoçante que nem chega a sentir o gosto. Ou pode ser também uma bebida que extrai do fruto o que ele tem de melhor, sem pressa, e que ainda pode vir acompanhado por um bom papo, conforme o gosto do cliente.
Mas também poder ser um local, onde você para e toma um... café! Neste caso, pode ser “de marca” ou destes bem hipsters, em que você vai ter que escolher uma entre as diversas formas de fazê-lo.
E tem também Kophee, nova HQ de Guilherme Match, que mistura as duas coisas e ainda tem uma aula que vai deixar muito aspirante a barista feliz, mostrando as diversas formas de fazer café. E com “toques” de aventura e filosofia.
Match trabalha muito bem o estilo street dos personagens, que andam por uma cidade japonesa onde o “velho” está sendo substituído pela tecnologia, principalmente vending machines, que servem de tudo ao toque de dois botões. Corvos e sapos antropomórficos também estão no cardápio.
Milka (Empíreo), de Wagner William - 2 ovos
Esta HQ curtinha de Wagner William foi criada para Dante, filho de Natasha Miranda e Wagner Parente. Antes de Dante nascer os dois já eram “pais” da buldogue Milka. A HQ foi uma forma de eternizar a “filha mais velha”, para que Dante a conhecesse. De forma bastante rápida (quase apressada), o livro mostra uma aventura da cachorrinha com seus "pais" a bordo de um veleiro e em terra firme após uma tempestade. Arte simples e eficiente, mas história sem charme para quem não é da família. Serviu, aqui em casa, para entreter meus filhos por alguns minutos. Eles curtiram.
Spinning (Veneta), de Tillie Walden - 4 ovos
Que história sofrida a dessa menina chamada Tillie Walden. Enquanto ainda era uma adolescente, ela seguia uma rotina dura de acordar de madrugada e ir para o ringue de gelo treinar patinação artística. E sem gostar daquilo, mas também sem se rebelar, pois também não odiava tanto assim. Era apenas algo que ela fazia na inércia. Quem nunca?
Logo no início da história, Tillie recebe a notícia que ela e sua família iam se mudar de Nova Jersey para Austin, no Texas, e a HQ acompanha a sua adaptação à nova cidade, às novas amizades, à nova vida. Sempre muito sozinha, ela carrega culpas e mais culpas, angústias e frustrações, e a história mostra de forma muito sensível tudo isso que a autora carregou durante a adolescência. Talvez para que você ou alguém próximo não ter que passar também por tudo isso. Pelo menos não tão sozinho, não sem ter alguém com quem conversar.
Quem quiser ler mais resenhas curtas, procure pela antiga série HQs Brasileiras