Filmes

Entrevista

Premonição 5 | Omelete entrevista Emma Bell

A atriz fala das filmagens, 3-D, scream queens e Walking Dead

22.09.2011, às 14H25.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H44

O quinto filme da série Premonição coloca mais uma vez a vida de Emma Bell em risco. A atriz enfrentou o frio em Pânico na Neve e os zumbis de Walking Dead, entre outros trabalhos, e desta vez tenta fugir da morte depois de tê-la driblado em um acidente espetacular.

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Ao Omelete, Emma conta se gosta de ser vista como uma scream queen - as atrizes que ficam marcadas pelo papéis de vítimas em filmes de terror -, fala das decisões morais que foram adicionadas à franquia Premonição e termina comentando sua marcante passagem por Walking Dead.

Você já esteve no Brasil?

Não, nunca estive! Mas tenho muita vontade de ir!

Muito bem... Qual deles tem as melhores cenas de morte: Premonição 5 ou aquela paródia de Saved by the Bell que vocês fizeram?

É uma pergunta difícil! A paródia foi muito divertido de fazer, porque ninguém estava esperando, e reunimos todo mundo, mas o filme tem umas mortes bem malvadas, então eu acho que ganha.

Sei que os testes de elenco e as contratações aconteceram bem rápido. Você teve tempo suficiente pra se preparar?

Foi realmente bem rápido, fui contratada apenas dois dias antes de irmos a Vancouver para as filmagens. Mas tivemos uma semana pra ensaiar, então pude me situar em meio a tudo - roteiro, outros atores, equipe... Me senti bem preparada quando as filmagens começaram. Não tão preparada quanto eu poderia estar se tivesse mais tempo, mas tem que ser assim, sempre disponível.

Você assistiu aos primeiros quatro filmes da franquia?

Vi! Lembro que o primeiro filme eu assisti logo que saiu e foi horrorizante, fiquei com um certo medo de andar de avião. [risos] Mas os outros três eu ainda não tinha assistido até conseguir o papel, que foi quando eu decidi que devia ficar em dia com o resto para me situar na história.

Acho engraçado como nessa franquia eles acabam intercalando filmes sérios e filmes mais escrachados. Pelas minhas contas, o Premonição 5 é um dos sérios...

Acho que sério não é a palavra certa. Mas esse filme, apesar de render umas boas risadas, é um pouco mais fundamentado naquilo que fez o público gostar da franquia logo no início, sabe?. Sempre há momentos sombrios e engraçados em Premonição, e acho que é isso que agrada os espectadores. Acho que neste filme temos algumas das cenas mais engraçadas da franquia, mas espero que estejam fundamentadas o suficiente para não descambar para o escracho.

Como foi trabalhar com P.J. Byrne e David Koechner, que são comediantes?

Eles são incríveis. P.J. e David são duas das pessoas mais talentosas e engraçadas que já conheci e com quem tive o prazer de trabalhar. Eles são ótimas pessoas e fizeram da minha experiência em Premonição um tanto melhor. Ambos têm estilos bem diferente de comédia, mas é bem legal vê-los improvisando. Eles conseguem inventar diálogos bem engraçados.

Vamos falar agora sobre a cena da ponte. No final, você acaba ficando bem segura em comparação com os outros caras. O que você achou disso?

Achei bem interessante porque eles nunca tinham feito nada desse tipo na franquia. Mas acho que isso deve ter deixado bastante gente curiosa, se perguntando se a Molly [personagem de Emma Bell] sobreviveria para voltar em um próximo filme... Como não fui partida no meio, esmagada por um carro ou empalada por um mastro, se você pensar bem é meio chato [para Molly]. Levamos por volta de três semanas pra gravar aquela cena toda.

Três semanas é bastante tempo. Foi muito difícil?

Foi bem difícil, talvez uma das cenas mais difíceis que já fiz. Filmamos muita coisa em tela verde, coisa que não estou acostumada a fazer por ter um passado em filmes independentes, que têm um orçamento menor. Nunca tinha feito um terror como Premonição. É algo que devo melhorar em minha atuação, porque a cena foi realmente bem desafiadora. Mas foi ótimo poder me desafiar, me forçar a fazer algo que nunca tinha feito, aprender novas técnicas.

Este filme tem uma questão moral que os outros não tinham; mate ou seja morto. Acha que isso é um bom caminho a ser trilhado na franquia?

Acho que é bem interessante, porque chega um ponto no qual as pessoas começam a se questionar. Se você soubesse que iria morrer e pudesse escolher outra pessoa para ir no seu lugar, você o faria? Você tiraria uma vida e viveria sabendo que fez algo moralmente errado, ou preferiria morrer e deixar toda sua família e amigos para trás? É uma decisão difícil! Se eu tivesse que tomar uma decisão como essa, realmente espero que não tirasse a vida de outra pessoa. Mas se você tem uma família, filhos... É bem difícil escolher. Quanto à pergunta, acho que foi uma decisão bem inteligente tê-la colocado ali, fazendo com que as pessoas se questionem.

É mais difícil filmar em 3-D do que da forma convencional? Muda alguma coisa na sua movimentação?

É um processo bem lento, coisa que eu não achei que seria. A câmera 3-D é bem sensível a movimentos, então se você não for 100% preciso, seus olhos parecem estrábicos e a cena fica toda embaçada se o 3-D não estiver calibrado direito. Claro que Steve Quale, o diretor, sabia o que estava fazendo. Ele ajudou a desenvolver a tecnologia em Avatar com James Cameron, então ele tinha noção de tudo aquilo que acontecia durante as filmagens. Muitas vezes a gente parava no meio de ótimas cenas porque o cabelo de alguém estava no lugar errado, o que passaria uma impressão errada com o 3-D. Coisinhas pequenas como essa nos atrasavam o tempo todo.

Você diz que veio da cena independente, mas tem passado por apuros em suspenses. Sua personagem quase morreu em Pânico na Neve, você virou uma zumbi em The Walking Dead e agora veio Premonição. Você já se considera uma Scream Queen?

Não. Algumas pessoas já me deram esse título e eu não vejo nada de errado com isso. Estou bem no começo da minha carreira e tive muita sorte de poder participar desses projetos fantásticos, mas eu espero poder explorar outros gêneros, trabalhar com outras pessoas e ter a possibilidade de interpretar personagens diferentes. Foi para isso que me tornei atriz. Ainda bem que o terror tem muitas vertentes; tem o thriller, o filme com mais ficção científica, o que explora o lado sobrenatural, os dramas de personagem e tem Walking Dead, com os zumbis.

Não quis dizer Scream Queen como uma coisa ruim, sinto que seja até lisonjeiro.

Claro! Eu fico bem lisonjeada! Aceito qualquer coisa que me dê o título de rainha! [risos]

Como foi trabalhar com Tony Todd? Ele é um ícone no mundo dos filmes de terror.

Ele tem uma baita presença. Ele é um cara bem grande, a voz dele é realmente bem profunda e ele incorpora seu personagem. Quando se está com no set com ele, chega a ser bem assustador, porque [no filme] ele é um tipo de mensageiro da morte. Mas ele é ótimo - não passamos muito tempo juntos, filmamos por apenas quatro dias, mas estávamos muito felizes em tê-lo conosco. Seu personagem representa boa parte da mitologia de toda essa franquia, então tê-lo nesse filme foi ótimo.

Você tem mais algum projeto vindo por aí?

Tenho trabalhado em algumas coisas minhas e aproveitando bem o verão.

Em Walking Dead, a morte da Amy [personagem de Bell] é um dos melhores momentos da primeira temporada, além de também ser nos quadrinhos.

Eu, Glen [Mazzara] e Frank [Darabont] discutimos bastante sobre a possibilidade de continuar com Amy na série como uma zumbi. Chegamos ao consenso de que não queríamos que fosse só mais um zumbi, queríamos mostrar toda a humanidade daquela cena, o laço que ela tinha com sua irmã. Andrea vê sua irmã caçula despertando como uma zumbi. Mas a cena fica ainda mais tocante porque ela mais parece um bebê que foi forçado a nascer do que uma zumbi.

Imagino que seja uma cena bem difícil pelo fato de você não poder respirar, se mover...

Foi bem difícil mesmo, mas não pelo fato de ter que ficar deitada, parecendo morta. Conforme todos começam a chorar a morte de Amy, eu também comecei a ficar bem emotiva. E além de ter que ficar sem respirar - que pode parecer fácil, mas 30 segundos parecem uma eternidade - ficava ouvindo o que todos falavam e começava a chorar. Mas eu não podia chorar, estava morta! Então foi bem difícil.

Você está acompanhando o que está acontecendo na segunda temporada? Porque eles estão passando por algumas mudanças, com a saída de Darabont...

Sou muito amiga de todos, incluindo Frank, e acho que ele é um visionário, um gênio. A primeira temporada de Walking Dead é o que é por causa de Frank. Não posso comentar muito sobre o que está acontecendo por não saber de tudo. Sei que é bem triste, mas a série e os atores são incríveis, a AMC também é uma ótima emissora. Eles vão conseguir tocar o projeto. Vai ser tudo bem diferente, porque Frank é uma pessoa bem única e individualista, acho que tudo será bem diferente sem sua colaboração, mas vai continuar sendo uma ótima série.

Premonição 5 chega aos cinemas nesta sexta-feira.

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