Brian Michael Bendis foi um dos escritores mais importantes da Marvel nos últimos anos. O trabalho do roteirista foi fundamental não somente para os quadrinhos, mas muitas de suas ideias acabaram sendo utilizadas no universo cinematográfico da editora e foram pilares fundamentais para as séries que foram desenvolvidas em parceria com a Netflix.
Bendis chegou na Marvel no início dos anos 2000 após fazer sucesso com trabalhos como Sam and Twitch e A.K.A. Goldfish. As HQs foram elogiadas pela crítica e pelo público e, por isso, seu primeiro trabalho foi uma das maiores apostas da editora nos últimos anos: Ultimate Spider-Man, onde teria a missão de atualizar a origem do Homem-Aranha e modernizá-lo para uma nova geração de leitores.
O roteirista não somente criou uma das melhores HQs da editora, como também tomou decisões arriscadas, chegando até a matar Peter Parker. Com isso, criou um novo Aranha com o aparecimento de Miles Morales – um jovem negro e latino que virou um dos grandes sucessos da Casa de Ideias. Quando a produtora fechou uma parceria com a Sony para lançar um filme do Aracnídeo no MCU, os produtores não pensaram duas vezes e decidiram adaptar diversas ideias de Bendis para o primeiro filme do herói no estúdio.
Em Homem-Aranha: De Volta ao Lar, o Peter Parker interpretado por Tom Holland é muito próximo ao trabalho de Bendis e seu melhor amigo, Ned (Jacob Batalon), foi claramente inspirado em Ganke Lee – melhor amigo de Miles Morales criado pelo roteirista. Não bastando, o filme ainda deixou claro que Morales está presente no Universo do cinema, uma vez que Aaron Davis (Donald Glover), tio do herói, faz uma pequena ponta na produção.
Sua influência no longa do Amigão da Vizinhança foi fundamental, mas seu trabalho pode ser notado ainda mais nas séries da Netflix – especialmente em Jessica Jones, Luke Cage e Demolidor.
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O Homem Sem Medo voltou a ser um dos principais heróis da Casa de Ideias graças ao trabalho de Bendis entre 2001 e 2006. Além de restaurar o clima violento, ele logo de cara revelou a identidade secreta do Demônio da Cozinha do Inferno para o mundo, transformando de vez a vida de Matt Murdock. A expectativa é que esse arco ainda seja utilizado na série, mas algumas de suas ideias já apareceram, como Claire Temple (uma obscura personagem dos anos 70) voltar a ser a enfermeira de heróis e a relação com Foggy Nelson, que deixa de ser apenas um alívio cômico e tornou-se um personagem muito mais complexo. Seu trabalho com o Demolidor é considerado junto com o de Frank Miller um dos mais importantes do Demolidor, mas ele também foi fundamental em outros dois personagens.
Em 2003, Bendis ajudou a lançar o selo Marvel Max, onde a editora planejava publicar histórias com temas mais polêmicos para um público mais velho. Uma dessas séries chamava-se Alias e apresentava uma nova personagem ao público, uma ex-heroína, alcoólatra, sarcástica e que acabava se tornando uma detetive particular chamada Jessica Jones.
Toda a história que foi utilizada na série foi baseada no trabalho do roteirista. Desde as características pessoais até sua relação com o Homem-Púrpura, passando pelo relacionamento com Luke Cage – que renasceu nas mãos do escritor. O personagem, que ganhou uma série própria, estava datado e esquecido quando Bendis decidiu usá-lo, mas renasceu nas mãos do escritor e voltou a ganhar espaço no Universo da Marvel.
Bendis, agora, trabalhará junto com a DC Comics. Ainda não se sabe quais serão seus projetos e muito especula-se que ele será escalado para trabalhar em personagens que estão esquecidos para fazer o mesmo que fez com personagens da concorrente. Mesmo deixando a Marvel, o roteirista foi elogiado pela editora e seu legado dentro da Casa de Ideias é intocável, tanto é que muito de seu trabalho ainda deve ser utilizado em diversas outras produções.
