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Os vilões do Homem-Aranha - Parte I

Os vilões do Homem-Aranha - Parte I

05.07.2004, às 00H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H40

Quanto mais poderoso o vilão, mais valoroso é o herói que o derrota.

Se for verdade o que diz esta sentença, então não é de se surpreender por que o Homem-Aranha é considerado um dos maiores super-heróis de todos os tempos. Seu elenco de adversários reúne alguns dos mais emblemáticos nomes de todo o gênero. Confira a seguir cada um destes expoentes da malvadeza.

[ Os vilões do Aranha - PARTE I ]

  • Camaleão

    Primeira Aparição: Amazing Spider-Man 1

O Camaleão foi o primeiro supervilão a aparecer nas revistas do Homem-Aranha.

Dimitri Smerdyakov é um russo que imigrou cedo para os Estados Unidos. Mestre em disfarces, logo tornou-se espião industrial a serviço de quem pagasse mais. Com sua carreira em decadência, ele decidiu também roubar obras de arte. Seu primeiro de muitos confrontos com o Aracnídeo deu-se quando ainda estava no ramo da espionagem. As sucessivas derrotas fizeram com que desenvolvesse um ódio mortal pelo herói aracnídeo.

Com o tempo, o Camaleão desenvolveu um soro que tornou sua pele maleável, podendo assumir o rosto que desejasse. Agora, de posse de um cinto computadorizado que mudava o aspecto de seus trajes, o Camaleão tornou-se um oponente ainda mais perigoso. Isto tornou-se mais evidente após suicídio de Kraven, o Caçador.

Anos antes, ainda na Rússia, Dimitri havia sido criado da família de Kraven. Com a morte deste, o insidioso criminoso elaborou um intrincado plano de vingança e descobriu a identidade do herói aracnídeo. No entanto, este conhecimento não impediu sua derrota. Hoje, seu estado mental - abalado com a morte de Kraven - a agravou-se consideravelmente.

  • Abutre

    Primeira Aparição: Amazing Spider-Man #2

O sexagenário inventor Adrian Toomes desenvolve um aparelho eletromagnético que o permite voar. Convencido que essa descoberta o trará fama e fortuna, ele decide compartilha-la com seu sócio, o bem mais jovem empresário Gregory Bestman. Ao chegar no escritório de Bestman, porém, Toomes encontra documentos que provam que Bestman estava mantendo para si a maior parte dos lucros da empresa, enquanto pagava uma ninharia a Toomes. Pior, ao confrontar Bestman com a descoberta, Toomes descobre que Bestman usara de subterfúgios legais para afastar Toomes da sociedade e tornar-se o único dono da empresa!

Irritado com isso, Toomes decide manter sua nova invenção para si próprio. Após descobrir que o aparelho, além de permiti-lo voar, ainda lhe dá força e vigor sobre-humanos, Toomes decide embarcar em uma carreira criminosa, começando pela empresa do ex-sócio (que ele mataria anos depois). Mas sua carreira é repetidamente frustrada pelas seguidas intervenções de um certo amigo da vizinhança...

Um dos primeiros inimigos do Homem-Aranha, o Abutre também tem o mérito de ser o primeiro inimigo recorrente do aracnídeo (sua segunda aparição foi em Amazing Spider-Man #7! Muito antes da primeira aparição de maior parte dos outros inimigos clássicos do Aranha).

Cruel e impiedoso (ele matou o idoso Nathan Lubenski, ex-namorado da Tia May e amigo do próprio Abutre, e já tentou matar até mesmo a pobre velhinha!), o Abutre certamente se qualifica como um dos maiores inimigos do aracnídeo (e foi um dos fundadores do Sexteto Sinistro, participando de todas as formações da equipe de vilões), nem todos os roteiristas sabem aproveita-lo eficientemente. Os bons usam o fato dele ser o mais idoso dos inimigos do Aranha como contraponto à juventude do herói (destaque para Roger Stern, que também foi quem criou os pormenores da origem do vilão). Os maus tentam substituí-lo por versões mais jovens.

O primeiro desses jovens abutres foi Blackie Drago, que obteve de um Adrian Toomes moribundo a localização de um de seus trajes voadores. De posse do traje, ele decide iniciar sua própria carreira criminosa. Ele não duraria muito, sendo derrotado pelo Aranha e, depois, pelo próprio Adrian Toomes, que afinal não estava tão moribundo assim...

O segundo e mais estranho de todos, era o Dr. Clifton Shallot, que foi transformado em uma versão deformada do Abutre original através de biomutação (!). Ele foi curado pelo Homem-Aranha depois de sua única aparição.

A seguir apareceu um grupo de Abutres (!!!). Quatro criminosos que vestiam uma variação do traje do Abutre original e utilizavam zarabatanas como armas! Depois de serem repetidamente vencidos pelo Aranha, foram sumariamente surrados pelo Abutre original e nunca mais apareceram.

O último dos jovens abutres foi o próprio Adrian Toomes. Após descobrir que desenvolvera um câncer terminal por causa do uso repetido de seu aparelho voador, ele rouba uma máquina capaz de sugar a energia vital das pessoas e transmiti-la para si próprio (!). Uma overdose de energia vital do Homem-Aranha o cura do câncer e o rejuvenesce (deixando-o com um visual convenientemente igual ao do jovem Abutre do desenho animado do Aranha então em exibição...) por um certo tempo, até que a máquina é destruída em um novo combate com o aracnídeo e o Abutre volta a ter uma idade avançada, ainda que com boa saúde.

Como todos os vilões clássicos do Aranha, ele continua em atividade, pronto para tornar miserável a vida do nosso querido aracnídeo ou para surrar algum jovem Abutre arrivista que porventura venha a aparecer. Quem disse que não se pode ser um bom supervilão na terceira idade?

Em Gênese, John Byrne recontou a origem do Abutre da mesma forma que esta fora estabelecida por Stan Lee e, posteriormente, Roger Stern. Ele, porém, faz uma sutil alteração no uniforme do personagem (que não pegou, como todas as tentativas anteriores de se mudar o clássico uniforme do Abutre) e ligou sua primeira aparição com a do também sexagenário Consertador.

  • O Consertador

    Primeira aparição: Amazing Spider-Man #2

Como o Abutre, Phineas Mason, o Consertador, é um dos mais idosos inimigos do Homem-Aranha. Curiosamente, em sua primeira aparição (na mesma edição que o Abutre!) ele foi mostrado como um invasor alienígena disfarçado (!), mas isso mais tarde foi revelado ser uma armação do vilão Mysterio.

Mais inteligente que a média dos vilões, o Consertador não tem o hábito de cometer crimes diretamente. Ao invés, ele sobrevive vendendo armas e apetrechos ultratecnológicos a vilões de segunda linha, como o Besouro. Isso o fez ter muito poucos embates com o Homem-Aranha, embora seja um de seus adversários mais antigos. Seu momento de glória (glória?) foi quando lançou o Aranhamóvel contra o herói...

Tendo mais afeição por máquinas do que por seres humanos, ele certa vez construiu um robô assistente de aparência humana chamado Toy, a quem tratava como um filho. Este foi destruído pelo Homem-Aranha.

Em Gênese, John Byrne tenta conciliar a primeira aparição do Consertador (como alienígena) com as revelações posteriores de que tudo teria sido uma encenação de Mysterio. O resultado final soa tão artificial quanto essa idéia pareceu quando foi revelada a primeira vez...

  • Dr. Octopus

    Primeira aparição: Amazing Spider-Man #3

Filho de Torbet e Mary Lavínia Octavius, o franzino Otto Gunther Octavius sofria, na escola, perseguições dos valentões. Para desgosto de seu pai, era incapaz de revidar. O velho Torbet faleceu pouco antes de Otto ingressar na faculdade sem suspeitar do destino do menino.

Já formado e físico nuclear de renome, o jovem cientista desenvolveu um aparelho composto de tentáculos hidráulicos para tornar mais segura a manipulação de isótopos radiativos. Na época, apaixonou-se por Mary Alice Burke, mas o namoro não deu certo por influência da mãe de Otto. Pouco depois, durante uma discussão, Mary Octavius sofreu um ataque cardíaco. Sua morte levou o filho a mergulhar insanamente no trabalho, propiciando que, num descuido, sofresse um acidente com materiais radioativos. Como resultado, seus tentáculos passaram a responder a seus comandos telepáticos, e, devido ao trauma, o cientista tornou-se egocêntrico e megalomaníaco. Iniciou-se, então, sua carreira criminosa e uma extensa seqüência de batalhas contra o Homem-Aranha. Octopus é teve o mérito de ter sido o primeiro vilão a derrotar o herói aracnídeo.

Cansado de sucessivas derrotas, Octopus idealizou a formação do Sexteto Sinistro. No princípio, este grupo de supervilões, era composto por Elektro, Abutre, Mysterio, Kraven, Homem-Areia e o próprio Octavius, mas hoje, poucos da formação inicial permanecem nele, inclusive seu criador.

Embora mortífero e cruel, Octopus nutre um inusitado respeito pelo Homem-Aranha. Por isso, certa feita, foi ele quem salvou o herói de um vírus desenvolvido por dois outros criminoso, Abutre e Coruja. Afinal, seu valoroso adversário não poderia ser morto pela mão de outros. Coincidentemente - ou não - anos antes Octopus havia sido pensionista de May Parker e desenvolveu uma relação de afeto com a tia de Peter.

Durante A saga do Clone, Octopus foi assassinado por Kaine, um dos clones de Peter Parker. No entanto, não continuou fora de circulação muito tempo, sendo ressuscitado pela organização criminosa Tentáculo. Era a Marvel tentando neutralizar os efeitos de uma das seqüências de histórias que mais desagradaram os leitores.

Quando atualizou o surgimento de Octopus em Gênese, John Byrne ele fez o acidente que o havia transformado ser o mesmo que irradiara a aranha responsável pela alteração de Peter Parker, unindo assim as duas origens. Gênese, no entanto, é considerada uma história alternativa, não reconhecida pela cronologia oficial iniciada por Stan Lee nos anos 60.

  • Homem-Areia

    Primeira aparição: Amazing Spider-Man #4

Flint Marko (vulgo William Baker ou Sylvester Mann) escondeu-se da polícia em uma área de testes nucleares e foi colhido por uma explosão experimental. Em vez de morrer, porém, teve o corpo fundido à areia, tornando-se maleável. Com seus novos poderes, podia quase se liquefazer ou se tornar sólido como uma rocha. Seus confrontos com o Homem-Aranha foram freqüentes, mas pouco ameaçadores. Marko só se tornava mais perigoso quando se juntava ao Sexteto Sinistro.

Certa vez, envolveu-se num confronto com o Homem-Hídrico, o que resultou numa criatura híbrida e irracional. Ambos os vilões conseguiram se separar, mas o trauma trouxe à tona a personalidade de William Baker, um homem cansado da vida criminosa e que se regenerou. Mudando seu nome para Sylvester Mann, arrumou emprego e tentou ficar longe de problemas. Infelizmente, o Dr. Octopus chantageou Baker, forçando o a se unir novamente ao Sexteto Sinistro. A derrota do grupo e a compreensão do Aranha levou o herói a recomendar ao presidente dos Estados Unidos a anistia de Baker. Isso garantiu que ele tomasse parte do Comando Selvagem de Silver Sable e mais tarde tornasse-se vingador reserva. Anos depois, foi capturado pelo Mago, o fundador do Quarteto Terrível, e teve a personalidade pervesa de Marko restituída. Com isto, o Homem-Areia voltou ao crime.

Em Gênese, John Byrne ligou Marko e Norman Osborn. Ambos seriam primos e Marko teria confrontado o Homem-Aranha pela primeira vez à pedido de Osborn. O quadrinhista também deu cabo das personalidades múltiplas. William Baker havia sido um prisioneiro que cumprira pena com Marko. Com a morte do primeiro, o criminoso pode fugir da prisão. Chegando a uma ilha usada pelo governo francês para testes nucleares, sofreu um acidente similar ao proposto por Stan Lee.

  • Lagarto

    Primeira aparição: Amazing Spider-Man #6

Pesquisador renomado, o Dr. Curt Connors perdeu o braço direito na Guerra do Vietnã. Inconformado, passou a estudar os répteis, desenvolvendo uma fórmula que transmitiria a mamífero as capacidades regenerativas desses animais. Confiante, injetou a fórmula em si mesmo. Como resultado, seu braço foi regenerado, mas ele se transformou no réptil humanóide conhecido como Lagarto. Seu ódio aos mamíferos levou-o a criar dispositivos que os exterminasse da face da Terra, abrindo espaço para a dominação dos répteis. pteis que, segundo ele, são os verdadeiros herdeiros da Terra. Além disso, para o azar do Homem-Aranha, Curt Connors foi professor e é um dos melhores amigos de Peter Parker. Isso, e a amizade que Peter nutre por Martha e Billy Connors, respectivamente esposa e filho de Curt, faz com que o herói se preocupe muito em não ferir o Lagarto quando ambos entram em conflito. Infelizmente, o vilão não tem essa preocupação.

O Lagarto é como uma segunda personalidade de Curt, que se manifesta fisicamente em momentos de grande tensão, como acontecia com Bruce Banner e seu alter-ego, o Incrível Hulk. O Lagarto odeia Curt e tenta se livrar dele sempre que sua personalidade prevalece sobre à do cientista. Da mesma forma, Curt dedica a sua vida para se livrar da maldição que é o Lagarto. O irônico disso tudo é que, quando humano, Curt continua sofrendo do ferimento adquirido na guerra. Seu braço direito só aparece quando ele se transforma no Lagarto.

Por mais de uma vez, o Homem-Aranha e Curt Connors trabalharam em pesquisas que poderiam ajudar Curt a se livrar do Lagarto. Várias vezes ambos pensaram que haviam tido sucesso e, quando menos esperavam, Curt se transformava novamente no réptil. O Lagarto varia períodos de irracionalidade total - onde sua violência e crueldade alcançam os maiores limites possíveis - com estados onde consegue manter parte do intelecto científico de Curt, o que se manifesta em seus planos mais elaborados. O Lagarto mais irracional é mais fácil de ser manipulado e quando isso acontece, torna-se uma ameaça ainda mortal para o Homem-Aranha.

  • Electro

    Primeira aparição: Amazing Spider-Man #9

A história de Electro não é muito diferente das dos demais inimigos clássicos do Homem-Aranha. Max Dillon é filho de Jonathan e Anita Dillon. Seu pai vivia desempregado e, quando Max tinha oito anos Jonathan abandonou a família. Max foi criado pela mãe superprotetora, que não deixava o filho alçar vôos mais altos. Quando Max quis sair de casa para cursar a universidade, talvez para estudar Engenharia Eletrônica ou Ciências foi desencorajado por Anita, que dizia que o filho não teria o QI necessário para tal coisa. Se você gosta de eletricidade, Maxwell, procure emprego na companhia elétrica, foram suas palavras. Anita morreu quando Max tinha 25 anos e trabalhava na companhia elétrica local. Seis meses depois, Dillon se casou com Norma Lyyn, secretária executiva na mesma empresa. Nessa época, Dillon havia subido na companhia e fazia parte da equipe de emergência. O casamento durou pouco e logo Norma abandonou Max.

Certo dia, um colega se encrencou no alto de um poste de luz e, como Dillon era o melhor perito da equipe de emergência, seu superior decidiu lhe pagar um extra para que o funcionário fosse resgatado. Quando lá em cima, depois de efetuar o resgate, Dillon foi atingido por um raio enquanto ainda manipulava os fios elétricos. Ao invés de morrer, Max saiu aparentemente ileso do acidente. Aparentemente apenas, pois logo depois ele descobriu que adquirira a capacidade de absorver eletricidade e usá-la em seu favor, absorvendo-a e convertendo-a em rajadas que poderia disparar contra quem quisesse. Poderia também surfar em fios elétricos, criar um escorregador de energia elétrica - semelhante ao usado muito pelo Homem de Gelo - etc... Decidiu usar suas recém-adquiridas capacidades para o crime. Quando efetuou seu primeiro assalto à banco, usou-se de eletricidade para escalar uma parede na fuga. Isso foi o suficiente para que o editor do Clarim, J. J. Jameson se convencesse de que o Electro e o Homem-Aranha eram a mesma pessoa. Para o azar de Jameson, no entanto, pouco depois desse fato o herói aracnídeo impediu que Electro levasse a cabo um plano de libertar criminosos perigosos para que trabalhassem para ele. As fotos de Peter Parker provavam que Jameson se enganara mais uma entre muitas vezes.

O Electro é um vilão do mesmo nível de Homem-Areia e Mysterio. Por mais que tente, nunca consegue ser uma ameaça extremamente perigosa para o Homem-Aranha. Isso se dá, provavelmente, pelo fato de Dillon não ser tão esperto quanto gostaria e quase sempre ser derrotado pelo herói aracnídeo de maneiras relativamente simples. Por mais de uma vez o Aranha derrotou Electro usando os poderes do vilão contra ele mesmo, juntando suas mãos e pés ou jogando-lhe água em cima, provocando um curto-circuito. Talvez por isso Electro seja uma das presenças mais constantes no Sexteto Sinistro, grupo de vilões idealizado pelo Dr. Octopus que, vez por outra, se reúne para tentar acabar de vez com o Homem-Aranha.

Apesar de ser um vilão de segundo escalão, Electro já se aproveitou de um momento em que o Homem-Aranha passava por uma crise de responsabilidade e conseguiu derrotar e humilhar o herói publicamente. Uma vitória efêmera já que logo o Aranha recuperou-se e conseguiu entregar Electro às autoridades. Nem mesmo quando passou por um processo que aumentou exponencialmente seus poderes, uma vitória completa sobre o herói aracnídeo foi possível. Os confrontos entre eles, no entanto, tem se tornado mais raros a cada dia.

Em Gênese, John Byrne ligou Max a Norman Osborn. Fora Osborn quem ajudara Dillon a criar o aparelho que controlava a eletricidade de seu corpo e planejara o assalto a banco que faria todos acreditarem que o Aranha e Electro eram a mesma pessoa. Byrne também alterou o uniforme do vilão e a idéia é que ele assumisse o novo visual permanentemente. A idéia acabou não agradando e Electro voltou ao seu antigo uniforme.

Já no universo Ultimate, o Electro fez sua primeira aparição no número 10 de Ultimate Spider-Man. Pouco se sabe sobre ele, apenas que é um dos capangas do Rei do Crime e que fizera parte dos experimentos de genética de Justin Hammer, que concederam-lhe seus poderes.

  • Mysterio
    Primeira aparição: Amazing Spider-Man #13

Quentin Beck era um dublê que logo se interessou pela área de efeitos especiais, tornando-se um dos maiores especialistas em sua área. Quando perdeu seu emprego no cinema, ele se voltou para o crime, primeiro trabalhando com um dos membros da gangue do Consertador. Mais tarde, decidiu empregar seus talentos de uma forma mais rentável. Assim sendo, estudou detalhadamente os poderes do Homem-Aranha, no intuito de conseguir imitá-los quase à perfeição. Intento conseguido, Beck iniciou uma série de assaltos usando a identidade do Aranha. Prato cheio para J. J. Jameson, que passou a ter certeza que o Homem-Aranha era realmente uma ameaça mascarada. Para piorar a situação, o próprio Peter Parker passou a duvidar de sua sanidade, achando que havia desenvolvido uma dupla personalidade que se manifestava enquanto ele dormia.

Para completar a farsa, Quentin confeccionou um uniforme e, adotando o nome de Mysterio, apresentou-se na redação do Clarim Diário dizendo que atrairia o Aranha para uma armadilha e acabaria de uma vez por todas com a ameaça que ele representava. Mysterio ainda propôs revelar a identidade do herói para o Clarim, desde que recebesse uma compensação financeira para tanto. Até mesmo Peter Parker foi incluído no acordo, já que seria ele o responsável por registrar em fotos o triunfo de Mysterio. Para a infelicidade do editor do Clarim, no entanto, o Homem-Aranha não só derrotou Mysterio como ainda conseguiu provar sua inocência no que dizia respeito aos assaltos atribuídos a ele.

Começava aí a série de confrontos entre Mysterio e o Homem-Aranha. Os truques de Mysterio usando fumaças, cenários e manipulação mental sempre foram um incômodo para o herói aracnídeo. Mas um incômodo menor, já que o vilão não possui nenhum poder realmente perigoso e, geralmente, o Sentido de Aranha e mesmo a inteligência e percepção do herói são mais do que suficientes para frustrar os planos do vilão. Mysterio só se torna mais perigoso quando atua ao lado de seus companheiros de Sexteto Sinistro, o que o encaixa na mesma categoria de vilões como Electro e Homem-Areia.

Um dos atos mais impressionantes de Dillon foi a simulação de sua morte. Esse ato de mestre, que resultou na morte de Karen Page - namorada de Matt Murdock, o Demolidor - aconteceu num plano de vingança que à princípio seria direcionado contra o Homem-Aranha, mas acabou tendo como alvo o Demolidor. Derrotado pelo herói cego, Quentin revelou ter câncer terminal e que precisava encerrar sua vida com uma última e grandiosa trama, que o colocasse no mesmo patamar de grandes vilões, como o Dr. Destino e o Rei. Assim, decidiu imitar Kraven e, a exemplo do Caçador, deu um tiro na boca com um rifle, que, ao que tudo indicava, teria encerrado sua carreira.

Pouco depois Mysterio reapareceu, dando a entender que sua morte não passara de um grande efeito especial. Com a ajuda do Demolidor o Aranha desvendou a farsa, revelando que o novo Mysterio não era Quentin Beck e sim seu ex-assistente, Danny Berkhart. Danny, auxiliado por Maguire Beck, prima do Quentin, se passou pelo vilão morto. Com as prisões de Berkhart e Maguire, um novo Mysterio surgiu. Se ele é o original ou apenas mais uma pessoa seguindo seu legado, só o tempo dirá.

John Byrne manteve a origem de Mysterio praticamente intocada em sua Gênese. Byrne também ligou a origem de Mysterio à Norman Osborn, de forma indireta. Quando criou toda a farsa do Mysterio, Beck ainda era um empregado nos estúdios Osborn.

  • Duendes Verdes

    Primeira Aparição: Amazing Spider-Man #14 (Duende Norman), Amazing Spider-Man #136 (Norman).

Empresário bem sucedido e ambicioso, Norman Osborn desfez a sociedade com o professor Stromm ao descobrir que ele havia desfalcado uma certa quantia em dinheiro da empresa. Stromm era químico, Norman não. Mesmo assim, ele tentou trabalhar em algumas fórmulas do ex-sócio. O experimento explodiu, conferindo a Norman uma força acima do normal, que aumentou sua inteligência e deformou sua mente. Norman se tornara insano.

Depois do acidente, Norman criou uma série de armas e um uniforme com o objetivo de entrar para o mundo do crime. E, como primeiro desafio, tentou derrotar o Homem-Aranha. Foram incontáveis as batalhas entre os dois. O Aranha sempre vencia, mas o Duende sempre escapava. Até o dia em que Norman elaborou um plano para, primeiro desmascarar o herói e, depois, matá-lo. Nessa história Peter descobriu que o Duende era o pai de seu melhor amigo na época, Harry Osborn. O Duende o capturou e, depois de uma intensa batalha, o Aranha jogou-o sobre uma prateleira cheia de compostos químicos. O choque fez Norman perder a memória sobre sua vida como Duende Verde e o Aranha o deixou sair livre. De tempos em tempos, porém, a memória de Norman voltava e ele atacava o Aranha. Era derrotado e o herói, por amizade a Harry, fazia-o, de alguma forma, esquecer que era o vilão.

Durante anos, o processo deu resultado até que, numa crise estimulada pelo sofrimento de Harry, que nessa época se tratava de seu vício em LSD, Norman se descontrolou. Decidido a matar o herói, o Duende seqüestrou a namorada de Peter, Gwen Stacy, e a levou até ao alto da ponte George Washington, onde seria travada a derradeira luta entre eles. No desenrolar do confronto, o vilão jogou Gwen lá de cima. O Aranha tentou deter sua queda com sua teia, mas Gwen acabou quebrando o pescoço. Enfurecido, o Aranha deixou-se dominar pelo ódio e só não matou Osborn porque, em sua raiva cega, acabou hesitando e deixando o Duende escapar. Poucas horas depois, os dois antagonistas voltaram a se encontrar e novamente o ódio dominou o herói. Não fosse seu profundo senso de responsabilidade, ele teria ali cometido seu primeiro assassinato. Num momento de hesitação do herói, o Duende tentou matá-lo com seu jato. O Aranha se desviou e o Duende acabou sendo morto pela sua própria arma. Quando Norman morreu, Harry ainda se recuperava do vício. Com a morte do pai, ele acabou tendo acesso ao material do Duende e se seguiu com o legado de Norman. Apesar de não ser tão perigoso quanto o pai, ele deu bastante trabalho para o Aranha, principalmente pelo fato de, assim como Norman, saber que o herói aracnídeo e Peter Parker eram a mesma pessoa. Ao fim de um dos conflitos entre os dois, Harry também perdeu a memória de tudo ligado ao Duende Verde. E assim ficou por anos, tento, inclusive, se casado com Liz Allen. Os dois tiveram um filho, nomeado Norman Osborn em homenagem ao avô.

Depois de algum tempo, Harry lembrou-se de seu alter-ego. Além disso, teve acesso à fórmula que aumentou a força do pai. Tentou se tornar um herói, mas sua obsessão pelo Aranha voltou a ponto dele ameaçar até mesmo a vida de Mary Jane. Tendo derrotado o Aranha, ele plantou bombas no edifício onde ambos se encontravam, a fim de que os dois morressem juntos. Mary Jane e o pequeno Norman também estavam naquele prédio. Harry sabia disso e não queria que eles também morressem. Peter implorou e a sanidade voltou a Harry, que salvou os dois e, depois, o próprio Peter. Esgotado física e mentalmente, o 2º Duende Verde morreu. Parecia ser o fim do legado do Duende Verde. Apenas parecia.

Quando a Saga do Clone estava em seus momentos derradeiros, Norman Osborn ressurgiu da morte, assim como seu alter-ego, o Duende Verde. Enquanto Osborn atacava Peter Parker de forma sutil, o Duende enfrentava os dois Homens-Aranha. No confronto final, Ben Reilly acaba morrendo e, aparentemente, também o Duende. Como Norman continuava vivo, a idéia de que ele era o Duende Verde passou a ter menos crédito perante a opinião pública. Assim, ele pôde agir e manipular outros para agir por si como o vilão sem que isso abalasse sua imagem de respeitável empresário.

Para explicar seu retorno da morte, explicou-se que a mesma fórmula que havia dado-lhe os poderes do Duende Verde também concederam-lhe um fator de cura semelhante ao de Wolverine. Uma troca de cadáveres fez com que Osborn saísse da América incógnito e planejasse na Europa uma série de planos que desencadeariam toda a Saga do Clone.

Norman Osborn é, com certeza, o inimigo mais perigoso dentre todos os presentes na galeria de vilões do Homem-Aranha. O legado do Duende que começou - e continua - com Norman, afetou seu filho, que enlouqueceu em parte depois de descobrir a vida dupla do pai e, no futuro, afetará a vida de seu neto. Num futuro alternativo do Universo Marvel, Normie Osborn assumirá a máscara do Duende Verde e se tornará inimigo de May Mayday Parker, filha de Peter e MJ que herdará os poderes do pai. Outro afetado pelo Duende foi Barry Hamilton, terapeuta de Harry Osborn que, durante um curto período de tempo, assumiu a identidade do vilão.

Mas o Duende também foi um herói. Phil Urich, sobrinho do repórter do Clarim, Ben, certa vez descobriu os equipamentos do vilão e usou-os para ser um herói cuja carreira foi bem curta.

Quando foi convidado para re-escrever os primeiros anos da carreira do herói aracnídeo em Gênese, John Byrne fez com que Norman Osborn fosse o principal responsável pelos problemas enfrentados pelo Aranha. Byrne conectou Norman à maioria dos vilões enfrentados pelo Aranha, que nada mais seriam do que testes para avaliar o inimigo. Norman queria ter certeza das capacidades e fraquezas do Aranha antes dele mesmo enfrentá-lo.

Já em Ultimate Spider-Man, a nova versão do Aranha tem sua origem diretamente ligada à do Duende. Nesse caso, a aranha que picou Peter era parte de um experimento conduzido pelas Industrias Osborn. Norman acompanhou com interesse o desenrolar do caso, intrigado com o fato da aranha não ter matado Peter, e ainda, concedido-lhe aqueles poderes. Ao tentar reproduzir o experimento de forma controlada, Norman sofreu o acidente que o transformaria no Duende.

  • Kraven, o Caçador

    Primeira aparição: Amazing Spider-Man #15

Antes de se tornar o Caçador, Sergei Kravinoff era membro de uma família abastada na antiga União Soviética. Durante uma das incontáveis revoluções que abalaram aquele país, a família Kravinoff teve que se refugiar na América. Kraven decidiu usar sua fortuna para fazer fama nos Estados Unidos e, principalmente, na África, como o maior caçador da história. O Caçador estava sempre preparado para um desafio, por isso, quando o Camaleão o convidou para ir até a selva de pedra de NY caçar sua presa mais perigosa, ou seja, o Homem-Aranha. Kraven aceitou.

Infelizmente, para o Caçador, a presa era mais perigosa ainda do que ele imaginava e, mesmo contando com a ajuda do próprio Camaleão, Kraven foi derrotado pelo herói aracnídeo. Esse, no entanto, foi apenas o primeiro de uma série de confrontos que viram a ocorrer entre os dois ao longo dos anos. Kraven nunca havia sido derrotado em uma caçada antes e assim o Aranha passou a ser seu prêmio mais cobiçado. Talvez por isso o Caçador tenha aceito uma união temporária com outros inimigos do Aranha, quando o Dr. Octopus reuniu a primeira formação do Sexteto Sinistro. Nem com a força conjunta de seis perigosos criminosos, Kraven conseguiu seu troféu.

Com o passar dos anos e a série de derrotas, Kraven começou a perceber que o principal responsável por seus fracassos com relação ao aracnídeo era mais si próprio do que do herói. Ao contrário dos demais vilões Kraven não tinha o objetivo de ficar milionário ou dominar o mundo. Ele já tinha toda a riqueza que queria - herdada do legado dos Kravinoff - e a conquista mundial não era algo que lhe atraía. Seu único objetivo era subjugar o único espécime que o derrotara. Suas alianças com o Camaleão e o Sexteto Sinistro haviam feito com que o Caçador perdesse sua Honra e, por isso, perdesse as batalhas com o Aranha.

Kraven decidiu que poderia conseguir sua redenção se conseguisse derrotar o aracnídeo de forma honrosa. Assim sendo, conseguiu atrair o herói aracnídeo para uma armadilha, cujo objetivo primordial era derrotar o herói, usurpar seu nome e ser mais eficiente do que ele. Kraven, mais impiedoso do que o habitual, conseguiu aprisionar o Aranha e, aplicando-lhe um poderoso sedativo, fez com que o herói ficasse desacordado por duas semanas. Kraven enterrou o Aranha no cemitério da mansão Kravinoff e partiu para as ruas. Durante o período em que o Aranha ficou desacordado, Kraven confeccionou uma cópia do uniforme do herói e, usando-se de poções que permitiam-no simular os poderes do Aranha, saiu combatendo o crime à sua maneira.

Quando o efeito do sedativo passou e o Aranha escapou da tumba onde se encontrava - literalmente - foi atrás do Caçador. O combate acabou não acontecendo, pois Kraven já tinha tudo planejado e criou uma distração que impedisse o Aranha de enfrentá-lo. Com seus objetivos conseguidos, ou seja, a recuperação de sua honra e a derrota do herói aracnídeo, Kraven cometeu suicídio. (Mais detalhes em A Última Caçada de Kraven)

Kraven morreu, mas seu legado não acabou. O Caçador teve dois filhos e todos os dois acabaram seguindo os passos do pai depois de sua morte. O primeiro deles, filho legítimo de Kraven, foi Vladimir Kravinoff, o Caçador Sinistro. Vladimir teve acesso ao diário do pai e concluiu que o Homem-Aranha havia sido o responsável por sua morte. Assim sendo, partiu para a América com o intuito de conseguir o que seu pai não pôde, ou seja, a morte do herói. Vlad, no entanto, não tinha nem as capacidades físicas nem a inteligência do pai e não deu muito trabalho ao Aranha na única vez que se confrontaram. Um segundo confronto não chegou a acontecer pois ele acabou sendo assassinado por Kaine.

O segundo filho de Kraven a aparecer na vida do Aranha foi Alyosha Kravinoff. Diferente do irmão, Alyosha havia sido criado na África e pouco conhecia o pai. Quando confrontou o Aranha pela primeira vez, ele queria apenas entender o que havia feito com que o Caçador se tornasse instável a ponto de cometer suicídio. Alyosha chegou mesmo a combater a feiticeira Calypso ao lado do Aranha. Parecia que ele seguiria um caminho diferente de seu irmão, mas, tempos depois, Alyosha voltou a atacar o aracnídeo. Seus propósitos com relação ao herói permanecem obscuros.

Além de seus filhos, Calypso, ex-amante de Kraven, uma feiticeira vodu, tentou assassinar o Aranha, em vingança ao que ele supostamente teria feito ao Caçador. Segundo Calypso, foram as sucessivas derrotas que levaram seu amante ao suicídio, portanto, a culpa por sua morte era única exclusivamente do aracnídeo. Suas tentativas, no entanto, resultaram em fracasso.

Kraven, o Caçador, também teve sua origem revisitada na Gênese de John Byrne. John praticamente conservou a origem criada por Stan Lee, sendo Kraven o único a não ter conexões com Norman Osborn.

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