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The Walking Dead | Como o novo arco muda tudo e pode significar o fim da série

HQ entra 2018 com arcos finalizados e uma bem-vinda mudança de ares

09.01.2018, às 15H21.
Atualizada em 11.01.2018, ÀS 04H06

Enquanto a série de TV de The Walking Dead atravessa seu hiato tendo que lidar com queda de audiência e insatisfação dos fãs, a HQ de Robert Kirkman começa 2018 com uma necessária mudança de ares e de escala. O novo arco "New World Order" parte da edição #175 depois de dois importantes fechos dramáticos.

O primeiro fecho é o encerramento, agora aparentemente definitivo, da história dos Sussurradores. A morte de Beta causou menos impacto pela quase revelação de sua identidade do que pelo fato de ter sido abrupta, depois de TWD ter esticado a presença do personagem na HQ além da conta. A guerra com os Sussurradores acabou, Beta prometeu vingança, e no fim nada aconteceu. O segundo fecho, mais importante, na edição #174, é o clímax de outra vingança, que Maggie nutria contra Negan - o desfecho dessa dinâmica, em particular, pode também servir como uma despedida de Negan (pelo menos por um bom número de edições).

O cenário se abriu, portanto, para o começo da história que já se prometia desde que Eugene fez contato de rádio com uma comunidade misteriosa. Na edição #175 descobrimos que grupo é esse, e sua dimensão é inédita na série, tanto em termos de terreno quanto em organização. Pela primeira vez, TWD pode oferecer uma situação em que Rick não é mais a bússola da nova civilização, uma mudança de eixo bastante forte, já que tudo sempre orbitou em volta da (in)capacidade do protagonista da HQ de se propor como líder desse mundo. O papel que Rick desempenhará agora, aliás, fica em aberto, depois da marcante página na edição #173 em que ele parece superar o luto.

Aquela foi a última edição, aliás, que mostrou o que se passa em Alexandria. É possível que TWD encare neste novo arco a mudança de panorama - o mundo já permitia que os pequenos feudos criassem comércios entre si e agora expande isso a pequenas cidades - como uma oportunidade de também mudar o perfil das tramas. Menos preocupação com fortificação e ameaças de zumbis, mais diplomacia e intriga política. Isso pode ser um desafio para Kirkman, que a essa altura da sua série já entendeu suas zonas de conforto e vive constantemente sob a tentação de se manter nelas.

De resto, o gancho ao final da edição, que sugere uma nova história para Michonne que seja capaz de dar-lhe uma necessária paz (que aliás a personagem nunca teve de fato), também indica que o autor começa a preparar o terreno para o encerramento dos arcos individuais. Maggie já tem esse desfecho mais bem desenhado. Rick, ao seu modo, sempre carregando nas costas o peso do mundo (e das mortes que se multiplicaram ao longo da HQ), também caminha para seu crepúsculo.

A impressão que fica com essa primeira parte de "New World Order" (arco que terá seis edições, como é norma na HQ e na indústria, por conta dos volumes encadernados, onde TWD sempre vendeu melhor) é que o sucesso ou o fracasso dessa empreitada de Eugene e Michonne na "nova ordem mundial" vai determinar o final de todo The Walking Dead.

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