HQ/Livros

Crítica

All-Star Batman #1 | Crítica

Com o traço dinâmico de John Romita Jr., Scott Snyder abre sua nova série em tom de aventura ligeira

30.08.2016, às 14H03.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H35

All-Star Batman, a esperada nova HQ do roteirista Scott Snyder, recém-saído da série mensal do Batman depois de cinco anos, começa com um típico jogo de linguagem de Snyder. Amanhece na frente de um diner de beira de estrada; o primeiro quadro está em preto e branco e o segundo, com o nascer do Sol, aparece em cores. Depois aprendemos que Duas-Caras não distingue cores no seu olho que foi queimado por ácido: Duas-Caras, o vilão bipolar, só enxerga preto ou branco.

None

Snyder apresentou à DC Comics a ideia de fazer All-Star Batman porque, assim, poderia utilizar os vilões que não teve a oportunidade de abordar na série mensal, ao mesmo tempo em que tem a liberdade de criar arcos curtos, de cinco ou seis edições, com desenhistas de renome. Harvey Dent é o foco do arco inaugural, a cargo do desenhista John Romita Jr., e nesta primeira edição aprendemos que Batman está tentando curar o ex-promotor público, mas Dent coloca a cabeça do Morcego a prêmio para impedi-lo.

A trama é atípica porque começa de onde normalmente terminam as bat-histórias: Bruce, Gordon e o quase-Robin Duke Thomas (criação de Snyder que o roteirista parece determinado a fazer vingar) reunidos no telhado depois de mais um ataque do Duas-Caras à cidade, uma chuva de ácido que quase deformou toda a população. Batman convence o comissário de que a única solução é curar a esquizofrenia de Harvey Dent fora de Gotham, e a HQ se transforma num filme-de-estrada daqueles de parceria improvável, um Fuga à Meia-Noite com mais gadgets.

Embora essa primeira edição tenha os diálogos densos de Snyder, porém, além das analogias de ambição literária do roteirista, All-Star Batman #1 (como toda boa primeira edição que tem o compromisso de prender o leitor) é focada na ação - com o dinamismo do traço de Romita - e no suspense. É menos um estudo de personagem, embora pareça a princípio, do que se esperaria dessa nova série, em que teoricamente Snyder se veria emancipado das exigências do título mensal e poderia dar vazão a tendências de autorismo.

O que ele faz é o contrário: não uma HQ verborrágica ou rebuscada, mas uma aventura ligeira, focada no prazer que é ver Batman enfrentando na mão a sua galeria de vilões. Snyder, ademais, sempre gozou de autonomia para fazer em Batman o que quisesse. A julgar por essa primeira edição, ele continua com essa liberdade (All-Star Batman está dentro da cronologia oficial e Snyder sugere emendas à bat-mitologia, com segredos de coadjuvantes a serem revelados, tanto na história principal quanto na secundária, com o tal vilão que recebeu treinamento de Robin) e escolheu fazer uma HQ, por enquanto, mais descompromissada.

Nota do Crítico
Ótimo

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.