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Crítica

All-Star Batman #1 | Crítica

Com o traço dinâmico de John Romita Jr., Scott Snyder abre sua nova série em tom de aventura ligeira

Omelete
2 min de leitura
30.08.2016, às 14H03.
Atualizada em 28.02.2024, ÀS 00H55

All-Star Batman, a esperada nova HQ do roteirista Scott Snyder, recém-saído da série mensal do Batman depois de cinco anos, começa com um típico jogo de linguagem de Snyder. Amanhece na frente de um diner de beira de estrada; o primeiro quadro está em preto e branco e o segundo, com o nascer do Sol, aparece em cores. Depois aprendemos que Duas-Caras não distingue cores no seu olho que foi queimado por ácido: Duas-Caras, o vilão bipolar, só enxerga preto ou branco.

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Snyder apresentou à DC Comics a ideia de fazer All-Star Batman porque, assim, poderia utilizar os vilões que não teve a oportunidade de abordar na série mensal, ao mesmo tempo em que tem a liberdade de criar arcos curtos, de cinco ou seis edições, com desenhistas de renome. Harvey Dent é o foco do arco inaugural, a cargo do desenhista John Romita Jr., e nesta primeira edição aprendemos que Batman está tentando curar o ex-promotor público, mas Dent coloca a cabeça do Morcego a prêmio para impedi-lo.

A trama é atípica porque começa de onde normalmente terminam as bat-histórias: Bruce, Gordon e o quase-Robin Duke Thomas (criação de Snyder que o roteirista parece determinado a fazer vingar) reunidos no telhado depois de mais um ataque do Duas-Caras à cidade, uma chuva de ácido que quase deformou toda a população. Batman convence o comissário de que a única solução é curar a esquizofrenia de Harvey Dent fora de Gotham, e a HQ se transforma num filme-de-estrada daqueles de parceria improvável, um Fuga à Meia-Noite com mais gadgets.

Embora essa primeira edição tenha os diálogos densos de Snyder, porém, além das analogias de ambição literária do roteirista, All-Star Batman #1 (como toda boa primeira edição que tem o compromisso de prender o leitor) é focada na ação - com o dinamismo do traço de Romita - e no suspense. É menos um estudo de personagem, embora pareça a princípio, do que se esperaria dessa nova série, em que teoricamente Snyder se veria emancipado das exigências do título mensal e poderia dar vazão a tendências de autorismo.

O que ele faz é o contrário: não uma HQ verborrágica ou rebuscada, mas uma aventura ligeira, focada no prazer que é ver Batman enfrentando na mão a sua galeria de vilões. Snyder, ademais, sempre gozou de autonomia para fazer em Batman o que quisesse. A julgar por essa primeira edição, ele continua com essa liberdade (All-Star Batman está dentro da cronologia oficial e Snyder sugere emendas à bat-mitologia, com segredos de coadjuvantes a serem revelados, tanto na história principal quanto na secundária, com o tal vilão que recebeu treinamento de Robin) e escolheu fazer uma HQ, por enquanto, mais descompromissada.

Nota do Crítico
Ótimo

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