Jim Lee e Dan Didio, co-editores da DC Comics anunciaram esta semana a decisão histórica de abandonar o Comics Code Authority, código de autorregulamentação do conteúdo dos quadrinhos norte-americanos. A editora submetia seus produtos para aprovação desde 1954.
No lugar do selinho do CCA que ostentava nas capas de suas principais HQs, a DC passará a um sistema próprio com quatro classificações por letras: E (everyone, para todas as idades), T (teen, 12 anos para cima), T+ (16 anos para cima) e M (mature, 18 anos ou mais). Os critérios para classificação são violência, linguajar e se há situações como de conteúdo sexual explícito.
Comics Code Authority
O selo foi criado pela Comics Magazine Association of America (“Associação de Revistas de Quadrinhos dos EUA”) na época em que os quadrinhos viraram alvo de uma campanha moralista nos EUA, que os acusava de corromper a juventude do país. O carro-chefe do movimento era o livro Seduction of the Innocent, do psiquiatra Fredric Wertham. A partir daí, editoras associadas deveriam enviar todas suas HQs para serem avaliadas antes da publicação, e ganhar ou não o selinho de aprovação.
Houve casos célebres de HQs não-aprovadas nas últimas décadas. A própria DC tirou o selo da série Monstro do Pântano, quando escrita por Alan Moore, na década de 80, e deu início a uma linha de quadrinhos adultos que gerou, mais tarde, a Vertigo – que nunca levou o selo. Em 2001, a Marvel aboliu o selo da CCA de todas as suas revistas e adotou um sistema de classificação próprio similar ao que a DC propõe agora.
Com a abolição por parte da DC – que há anos já restringia-se aos principais heróis e aos quadrinhos para crianças -, somente as editoras Archie Comics e Bongo Comics (que publica quadrinhos dos Simpsons) continuarão vinculadas ao Comics Code Authority.