
Nascido em 1o. de dezembro de 1923 em Courtrai, Bélgica, Morris foi um dos principais nomes da École de Charleroi, grupo de criadores de histórias em quadrinhos que se reuniram em torno da famosa revista Spirou, criada em 1938 e que durou várias décadas.
MAIS RÁPIDO DO QUE SUA PRÓPRIA SOMBRA
Trabalhando inicialmente em estúdios de animação, onde realizou curtas metragens para anúncios publicitários, e realizando capas para a revista Moustique durante a década de 40, Morris criou sua personagem mais famosa para o almanaque de 1947 da revista Spirou, na aventura “Arizona 1880”, cuja boa aceitação lhe permitiu participação fixa na revista. Posteriormente, durante os anos 50, talvez buscando se aprofundar nos conhecimentos necessários para dar prosseguimento às aventuras do cowboy mais rápido que sua própria sombra, Morris viajou para os Estados Unidos, onde residiu durante seis anos.
Ao retornar a seu país natal, Morris associou-se a um dos maiores roteiristas que as histórias em quadrinhos já tiveram em toda sua história, o francês René Goscinny (1926-1977), posteriormente imortalizado pela personagem Asterix. A parceria garantiu a criação de várias das melhores histórias de Lucky Luke, na medida em que este último autor lhe agregou um ritmo que antes não possuía e criou diversas personagens coadjuvantes que, em muito, colaboraram para sua popularidade, como Os irmãos Dalton e o cão Matuto, o cachorro mais estúpido do Oeste, uma paródia de Rin-Tin-Tin, personagem de série televisiva muito popular à época. A colaboração entre os dois autores foi mantida até o falecimento do roteirista, gerando 36 álbuns que se constituíram em verdadeiros clássicos do humor em quadrinhos.
PARCERIAS DE SUCESSO
Em 1968, juntamente com sua personagem, Morris trasladou-se para a revista Pilote, criada e dirigida por Goscinny. Ali, ficou até março de 1974, quando tentou uma nova empreitada, uma revista própria com sua personagem, que infelizmente só durou 12 números. Após o fracasso da tentativa, seus trabalhos passaram a surgir unicamente em álbuns, sempre com crescente popularidade. Entre outros, Morris trabalhou também com roteiristas como Vicq, Guy Vidal, Hartog, Van Banda e Bob de Groot. Lucky Luke foi editado em muito países, tendo também gerado inúmeros desenhos animados em longa metragem no cinema e duas séries para a televisão em 1984 e 1991, com outra prestes a ser lançada na televisão francesa. Além disso, a personagem também foi objeto de uma produção cinematográfica estrelada por Terence Hill, em 1994. Ao todo, foram publica! dos 87 álbuns seus. No Brasil, há vários anos são publicados pela Martins Fontes.
Tendo recebido durante sua carreira numerosos prêmios e distinções, Morris teve seu estilo caricaturesco e fluido seguido por muitos desenhistas no mundo inteiro, numa clara demonstração de reconhecimento por sua contribuição indiscutível às histórias em quadrinhos.
Faleceu em 16 de julho de 2001, aos 77 anos de idade.
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