Em entrevista ao Newsarama, o escritor J.M. Straczynski explicou qual a sua visão do Superman - cuja história recontará desde o princípio em Superman: Earth One, graphic novel que inicia uma nova linha de quadrinhos da DC Comics voltados para o grande público, ignorando a cronologia das séries mensais do personagem.
Superman: Earth One
Straczynski diz que uma das grandes mudanças que quer fazer é transformar o Planeta Diário em um jornal de verdade - pois ele mesmo começou a carreira como jornalista. "Perry é um editor de verdade, Lois uma repórter de verdade, Jim um fotojornalista de verdade. Destes três, provavelmente o que as pessoas vão mais notar é uma mudança de personalidade de Jimmy. A maioria dos fotógrafos de jornal com quem trabalhei ao longo dos anos são malucos, no bom sentido."
No mais, o autor diz como vê a chegada de Clark a Metrópolis, ponto em que começa sua história: "Ele teve que esconder suas habilidades até agora, enquanto aprendia a controlá-las, e agora pode ser o que quiser. Pela primeira vez, ele pode aparecer e usar essas habilidades de forma controlada para ganhar a vida e criar um estilo de vida que recompense sua família pela forma como o criou todos esses anos. Ele pode se tornar o atleta mais famoso e mais rico da história. Pode virar um grande cientista pesquisador. Pode ter tudo. Ou pode vestir o uniforme... Ao fazer isso, dedica-se a uma vida de serviço à humanidade, e não ao dinheiro. Em algum momento, ele teve que fazer essa decisão. Então veremos o processo que leva até esse ponto, e o que acontece depois".
Straczynski resolveu inclusive abrir seu coração na entrevista, dizendo que teve uma infância difícil - "minha família mudou-se 21 vezes nos meus primeiros 17 anos, sempre procurando novas oportunidades econômicas, então eu era sempre o novo na turma, o estranho, sempre tomando surra" - e ser um admirador do Superman o ajudou. "A idéia de alguém que pode voar para longe, que pode ser o que quiser, que não pode ser ferido... tudo isso ressoava forte em mim. Quando eu era criança, foi basicamente o que me sustentou." O autor vem dizendo há anos que esperava uma chance de escrever histórias do Homem de Aço.
O trabalho chegou em um dos momentos mais prolíficos de sua carreira. Depois de roteirizar A Troca e Ninja Assassino, ele está envolvido em outros filmes e projetos para a TV. No caso da telona, tem nada menos que cinco projetos: Proving Ground, roteiro que vendeu à MGM antes de esta passar por problemas financeiros, o remake de Planeta Proibido, Lensman (sci-fi baseado nos livros de "Doc" Smith), Shattered Union (adaptação do game de mesmo nome) e The Flickering Light, drama passado na Segunda Guerra Mundial, baseado em fatos, do qual ele diz ter 50% de chance de vir a ser o diretor.
De volta aos quadrinhos, JMS continua exclusivo da DC Comics, onde escreve mensalmente The Brave and the Bold, desde que resolveu abandonar a Marvel. Ele revela inclusive que, desde o problema que se formou em torno da história de Homem-Aranha "Um Dia a Mais", o editor-chefe Joe Quesada (também desenhista da história em questão) não lhe dirige a palavra.
O escritor comentou que um dos projetos que deixou inacabados na editora, The Twelve, em breve terá uma resolução - mas não confirmou se estará envolvido nela.