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Lá fora: Os lançamentos norte-americanos

Lá fora: Os lançamentos norte-americanos

22.11.2004, às 00H00.
Atualizada em 09.11.2016, ÀS 20H01

Na seção LÁ FORA, o Omelete lê e comenta todos os grandes lançamentos em quadrinhos nos Estados Unidos.

Será que aquele projeto que foi tantas vezes notícia aqui rendeu alguma coisa boa ou foi decepcionante? Quais são as novas séries que estão agitando os leitores americanos? Onde estão surgindo os novos nomes, seja de escritores ou ilustradores?

Vamos conferir aqui, sempre atentos às lojas especializadas americanas, as respostas para estas e outras perguntas.

[ Loki 4 ]

Loki atingiu seu objetivo máximo. Derrotou Thor e domina Asgard. E agora?

Essa é a pergunta que lança Robert Rodi na minissérie estrelada pelo arqui-inimigo do Deus do Trovão. O que passa na cabeça de Loki? Aliás, o que acontecerá com a cabeça de qualquer vilão que finalmente atinja seu objetivo?

Boa surpresa esta mini.

Rodi estava fazendo coisas muito ruins para a Marvel, como a detestável Identity disc e suas últimas edições de Elektra. Redimiu-se. E mais: mostrou que sabe escrever uma história séria. Antes, só era conhecido por suas comédias, como Codename: Knockout e The Crossovers.

Mas o que dá o toque especial à mini - que passou despercebida nos Estados Unidos - são as pinturas de Essad Ribic. Trabalho excepcional e extremamente adequado à trama.

[ Firestorm 6 ]

Nuclear voltou! Mas um pouco mudado.

Como a gente descobre na edição 6, tem a ver com o evento Identity crisis.

Ron Raymond, o antigo alter ego do herói, aparentemente está morto, mas a essência do Nuclear (ainda tem aquele papo de elemental do fogo?) transferiu-se para outro sujeito, o adolescente Jason Rusch.

É mais uma daquelas séries do tipo aprendendo-a-ser-herói. Oh! Eu consigo fazer isso também!, Como minha vida pode melhorar com esses poderes?, Vale a pena ser herói? e coisa do tipo. Até agora, nada de novo pro gênero. Já tá na hora.

Os roteiros são de Dan Jolley - que está mostrando serviço mesmo em outra revista, Bloodhound - e os desenhos, nas primeiras seis edições, são de Chriscross (Capitão Marvel).

[ Birds of Prey 75 ]

A DC apostou no óbvio.

Uma série sobre mulheres tem que sair de uma mente feminina. Então, botou Gail Simone para escrever Birds of prey. Porém, ao mesmo tempo, não deixou a revista virar coisa de mulherzinha: colocou Ed Benes pra encurtar o uniforme de Canário Negro e Caçadora...

E, quem diria, não foi só por causa dos desenhos que a série ficou mais sexual. Simone põe as suas aves de rapina a falar sobre homens e duplo-sentido a torto e a direito. E como falam! A nova escritora é daquelas que adora entupir um balão de diálogo.

Você tem, então, uma publicação que é uma aberração: bad girls com cérebro.

Essa confusão poderia ser legal, mas até agora não deu em nada de notável. Particularmente, eu preferia a época do Chuck Dixon, que fez algumas excelentes aventuras. Parece que, com as mudanças que acontecem nesta edição, a série vai voltar àquele estilo. Tomara.

[ Superman/Batman 13 ]

Tem alguma coisa subliminar no desenho do Michael Turner que ordena os fãs da DC a comprar seus gibis em massa. Ele faz uma coisinha ou outra nas séries do Super-Homem e elas têm edição esgotada. Desenha umas capinhas feias pra Identity crisis e o troço vende que nem pão quente. Faz essas histórias fraquíssimas para Superman/Batman e... já sabe, né?

É pra fanboy babar mesmo. Tudo é grande, tudo é colorido, tudo é exagerado.

Surge uma nova Supermoça, como nos anos 50: prima de Kal-El, vinda de um foguete que demorou um tempinho a mais pra chegar na Terra. A moça acaba gerando um monte de brigas entre Batman e Super-Homem, depois com Mulher-Maravilha. De algum lugar, vem Darkseid, hordas de soldados de Apokolips, raios e efeitos de energia pra todos os lados, aqueles balões grandes com gritos, dor, sofrimento, personagens totalmente rasas e desenhos ruins, muito ruins...

Essa revista é uma piada. Não tem uma edição que se consiga levar a sério.

[ Solo 1 ]

Esta nova série da DC funciona da seguinte forma: um desenhista convidado por edição, com a chance única de preencher quarenta páginas com o que quiser, convidar os amigos escritores que precisar, usar as personagens que estiver a fim e, o mais importante, desenhar de todos os jeitos que sabe.

Primeira edição: Tim Sale. Se os próximos números forem tão bons quanto esse, essa publicação vai virar um marco na história dos quadrinhos.

Sale brinca com Batman e Mulher-Gato, lembra a antiga Supermoça, faz uma cena deletada de Super-Homem: as quatro estações, experimenta diferentes estilos e cores e até se arrisca no roteiro.

Só serve para consolidar o que todo mundo sabe: que seu talento é daqueles que sempre vão nos surpreender. Se a DC vai dar espaço para mais gente que nem ele brincar a cada edição, repito, essa série vai virar clássico.

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