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Lá fora: Os lançamentos norte-americanos

Lá fora: Os lançamentos norte-americanos

26.12.2003, às 00H00.
Atualizada em 07.11.2016, ÀS 23H00

Na seção "LÁ FORA", o Omelete lê e comenta todos os grandes lançamentos em quadrinhos nos Estados Unidos.

Será que aquele projeto que foi tantas vezes notícia aqui rendeu alguma coisa boa ou foi decepcionante? Quais são as novas séries que estão agitando os leitores americanos? Onde estão surgindo os novos nomes, seja de escritores ou ilustradores?

Vamos conferir aqui, sempre atentos às lojas especializadas americanas, as respostas para estas e outras perguntas.

New X-Men 150

Da introdução, deixando só algumas coisinhas de fora:

Ciclope e Fantomex acompanham Wolverine à estação orbital que é esconderijo do programa Arma Plus. Lá, os arquivos perdidos da Arma X, que contêm os segredos da identidade de Logan, lhe são finalmente revelados. No entanto, ao encarar a perturbadora realidade de quem e o quê é, ele detona a estação orbital - e a si próprio.

Jean Grey usa a Força Fênix para descobrir se Logan ainda está vivo, e localiza-o num asteróide estranhamente familiar. Logo, os dois X-Men percebem que foram levados a uma armadilha no Asteróide M, o antigo quartel-general de um de seus piores inimigos. Antes que possam escapar, uma explosão destroça o planetóide e tudo que estava em seu caminho.

Com todos X-Men efetivamente neutralizados, o Instituto Xavier foi de mal a pior. O mutante (...) revelou-se ser Magneto, mestre do magnetismo e o maior inimigo dos X-Men!

Com os X-Men dispersos pelos cantos mais longínquos do planeta e do espaço, com Nova Iorque destruída além de qualquer possibilidade de recuperação, com o QG dos mutantes em ruínas, e com o Professor X (...), Magneto está sobre o mais alto arranha-céu da cidade, batizando-a Nova Genosha e preparado para tomar todo o planeta...

Grant Morrison chega no topo do seu trabalho com os mutantes numa história do cacete, que vira o Universo Marvel de cabeça para baixo. Desafio você a esperar a edição brasileira.

Generations III 12

Gerações está entre as melhores HQs de super-heróis dos anos 90. John Byrne brincou com a história do quadrinho de super-herói usando seus maiores ícones - Batman e Super-Homem - e levantou características e críticas ao gênero que só seu olhar criativo e lúcido poderia perceber. Merece destaque na sua prateleira.

Gerações II já não foi tão boa, mas ainda assim era carregada de idéias legais. Gerações III fica no mesmo nível. Se o que impressionava nas minisséries anteriores era a inteligência em lidar com a regra de pular 10 (na primeira mini) ou 11 (na segunda) anos a cada história, a terceira saga é para fazer seu queixo cair: a cada número, passam-se cem anos.

Há um complicado roteiro envolvendo um plano milenar de Darkseid e muitas viagens no tempo. Você precisa estar bem informado sobre a linhagem das famílias El e Wayne, apresentadas nas últimas minis. E é legal prestar atenção em cada detalhe para ver como o autor costura todas as minisséries e constrói uma linha do tempo bastante complexa, da qual só vemos recortes.

Irrita um pouco o fato do Byrne ainda estar parado na década de 80 em termos de narrativa e diálogos. Ele tem excelentes idéias, mas o roteiro é feito em modo automático. Seus desenhos estão cada vez mais desleixados, distantes do traço fino que o tornaram um dos maiores nomes dos quadrinhos. Mas se você está atrás de um cara inventivo brincando com boas idéias, é ótima leitura.

Formerly known as the Justice League 6

Em seis edições, Keith Giffen e J.M. DeMatteis conseguiram comprimir todas as piadas e situações que tornaram célebre a série da Liga da Justiça de fins da década de 80, início da de 90. E isso pode ser tanto bom quanto ruim.

É bom porque aquela Liga faz falta. Na época do seu surgimento, os super-heróis já estavam caricatos havia muito tempo. Faltava alguém que mudasse a perspectiva e risse um pouco das cuecas por cima das calças. Hoje os supers estão ainda mais caricatos - e chatos. Uma sátira de vez em quando faz muito bem para repensar o que estamos lendo.

É ruim porque Giffen/DeMatteis parecem desesperados para fazer você se lembrar dos velhos tempos. No desespero, atulham as páginas de referências, diálogos intermináveis, piadas velhas e expressões faciais que só o Kevin Maguire sabe fazer. Não há timing, só correria.

Uma nova minissérie com o novo-velho grupo está programada para o início de 2004. Provavelmente virão mais. Aí os escritores estarão mais descansados para fazer o que sabem, sem se apressar para colocar tudo em poucas edições.

Plastic Man 1

Nos últimos quatro anos, Kyle Baker vem produzindo romances gráficos para a DC que são simplesmente mágicos. Não tem como explicar como You are here, I die at midnight e King David continuam sendo ignoradas pelas editoras brasileiras, pois têm roteiros excelentes, ótimos desenhos e uma vontade incontrolável de transgredir e fazer quadrinho diferente. Nem a recente visita de Baker ao Brasil atiçou os editores.

Com uma série mensal, a coisa talvez mude de figura. Desenhada no estilo das animações dos anos 50 - sabe aqueles em que os personagens são bolinhas gordas com pezinhos delicados? - e com roteiros que lembram quadrinhos da década de 30, a série do Homem-Borracha é até capaz de cair no mix de alguma série da Panini no futuro. É criativa, é divertida e, apesar de não ser inteligente como os romances gráficos de Baker, faz bem àqueles que tem nostalgia dos antigos desenhos da Warner.

A narrativa pode parecer estranha - parece que Baker está selecionando stills de um rolo de animação -, mas, aos poucos, você pega o ritmo e entende o que ele está tentando fazer. Não é para agradar todo mundo, mas merece ser lida.

Red 3

Em 2003, Warren Ellis fez uma minissérie para cada micro-sacação que passou pelo seu cérebro. Para quem está acostumado com suas mil idéias por quadro em Transmetropolitan e Planetary, é uma diferença bem considerável ver roteiros de bombas hollywoodianas em Mek, Reload, Tokyo storm warning e agora Red.

O nome vem do alerta vermelho que soa na CIA quando seu melhor assassino, Paul Moses, hoje aposentado e marcado para morrer pela própria agência, entra em ritmo de vingança. Ele é o melhor assassino do mundo, e vai matar o que estiver pela frente até chegar à pessoa que deu a ordem do sua eliminação.

Dentre estas últimas minis de Ellis, esta é provavelmente a melhor. Os desenhos de Cully Hamner ajudam muito. Daria um bom filme do John Woo, com toda motivação-clichê que Hollywood já conhece.

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