Com mais de 80 anos de publicações, a DC Comics é casa de grandes heróis, vilões e equipes. Um dos times que mais ganhou destaque nos últimos anos foi a Liga da Justiça Sombria, bando formado por personagens do núcleo sobrenatural da editora. Criado em 2011, o time se tornou um dos favoritos dos fãs e em questão de poucos anos já foi alvo de rumores a respeito de uma adaptação live-action. Após um grande vai-e-vem na equipe criativa, o projeto só se tornou realidade este ano, quando foi anunciada uma série no vindouro streaming HBO Max. Ainda sem data de estreia definida, a produção pode inaugurar uma nova era para a DC na TV, agora focada no horror.
Aequipe foi criada durante a fase conhecida como Novos 52, quando a DC Comics fez um grande reboot em todas as suas HQs, zerando a numeração das que já existiam e investindo na criação de novas. Dentre a safra de inéditas, estava a Liga da Justiça Sombria, time que reuniu grandes personagens do elenco sobrenatural da editora para resolver problemas que a Liga principal não conseguiria.
Para essa missão, a editora recrutou o veterano roteirista Peter Milligan, que tinha a seu favor uma vasta experiência na Vertigo, selo de HQs adultas da DC, em que trabalhou em clássicos títulos como John Constantine: Hellblazer e Shade, o Homem Mutável. Em sua primeira história, o autor reuniu Constantine e Shade, protagonistas de suas revistas anteriores, a heróis como Zatanna, Desafiador, Distorção Mental e Madame Xanadu em uma jornada para impedir que a enlouquecida bruxa Magia destrua o mundo.
Esse foi o início de uma longa jornada que aos poucos incorporou outros heróis como Monstro do Pântano, Orquídea Negra, Frankenstein e Timothy Hunter, o protagonista de Os Livros da Magia. O grupo ganhou grande destaque durante a Guerra da Trindade, primeira grande saga dos Novos 52, que colocou as três equipes da Liga da Justiça em combate. Por conta de seu elenco de peso e por retomar o lado macabro do Universo DC, o título fez bastante sucesso, chegando ao fim após 40 edições. A equipe retornou durante o Renascimento DC, liderada por ninguém menos do que a Mulher-Maravilha, que nessa nova fase, reúne o grupo para “consertar” a magia de seu universo, que estava inexplicavelmente quebrada.
A amazona buscou o auxílio da Liga Sombria especialmente por conta da forma única com que cada membros se liga com essa força. Enquanto Zatanna é descendente da tradicional família Zatara e é capaz de conjurar qualquer tipo de encanto, John Constantine é menos adepto de feitiços, utilizando seus conhecimentos para criar rituais e se livrar de problemas com uso de estratégia e astúcia. Outro membro chave para o time é o Monstro do Pântano, que aos poucos evoluiu de criatura à Avatar do Verde, controlando toda a vida vegetal do planeta Terra. Unir diferentes tipos de ocultistas é a principal característica do grupo, que foi mantida também fora dos quadrinhos.
Fora das HQs, o time estrelou um filme animado chamado Liga da Justiça Sombria em 2017. Dirigido por Jay Oliva (Liga da Justiça: Ponto de Ignição), o longa foi a segunda animação da editora a ganhar classificação para maiores nos Estados Unidos, sucedendo Batman: A Piada Mortal. Com presença tanto de membros da Liga principal, como o Homem-Morcego, Superman e Mulher-Maravilha, o filme mostrou um time composto por John Constantine, Zatanna Zatara, Desafiador, Etrigan, Monstro do Pântano e Orquídea Negra combatendo uma misteriosa ameaça sobrenatural. A produção fez tanto sucesso que a Warner investiu em uma animação solo para o Constantine - leia a crítica - e atualmente trabalha em Justice League Dark: Apokolips War, segundo filme da equipe que adapta a HQ Guerra de Darkseid.
Os rumores sobre uma adaptação cinematográfica da Liga da Justiça Sombria surgiram poucos anos após a estreia da equipe nas HQs. Em 2013, Guillermo del Toro confirmou que estava trabalhando na produção, informação recebida com felicidade pelos fãs, já que o diretor é conhecido por criar grandes filmes de monstros, além de ter dirigido Hellboy, uma das mais queridas adaptações de quadrinhos para os cinemas. Porém, o cineasta mexicano deixou o projeto dois anos depois e foi substituído por Doug Liman (No Limite do Amanhã). Após anos sem novas atualizações, o projeto parecia abandonado pela Warner, até que em 2020 foi anunciada uma série-live action da equipe para o HBO Max, o vindouro serviço de streaming da empresa. Com produção da Bad Robot, empresa de J.J. Abrams, o seriado ainda não tem data para estrear. Considerando que a DC atualmente está investindo em projetos mais contidos e não necessariamente ligados ao gênero de heróis (vide Coringa), é possível que a produção abrace de vez o horror e dê vida ao lado macabro desse Universo que além de aliens e deuses, é habitado também por demônios, espíritos e magos.
Comentários (0)
Os comentários são moderados e caso viole nossos Termos e Condições de uso, o comentário será excluído. A persistência na violação acarretará em um banimento da sua conta.
Faça login no Omelete e participe dos comentários