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A Garota no Trem | Filme x livro: 5 mudanças importantes na adaptação para o cinema

O que o filme de Emily Blunt tem de diferente em relação ao livro de Paula Hawkins

04.11.2016, às 17H06.
Atualizada em 04.11.2016, ÀS 18H00

Maior fenômeno mercado editorial do ano passado, A Garota no Trem vendeu mais de 3 milhões de exemplares nos Estados Unidos e Reino Unido e teve direitos vendidos para 41 países, inclusive para o Brasil. Por isso, ninguém estranhou o anúncio de uma adaptação do livro de Paula Hawkins para os cinemas, com direção de Tate Taylor e roteiro de Erin Cressida Wilson.

Por que o filme se passa em Nova York e não em Londres?

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No livro, Rachel pega o trem diariamente em direção à Londres todos os dias. No filme, o cenário foi mudado para Manhattan. De acordo com a roteirista, a cidade não é o fator mais importante: "Sempre pensei que a verdadeira locação deste filme é dentro do trem ou na imaginação de Rachel. Como o livro não possui tantas referências culturais da Inglaterra, a mudança para os EUA foi simples. Quis focar em temas mais importantes como alcoolismo, o voyeurismo e questões femininas", disse Erin.

O filme que estreou nos cinemas brasileiros na última semana mantém o cerne do livro, mostrando o crescente envolvimento da alcoolatra e divorciada Rachel (Emily Blunt) com um casal perfeito que vê diariamente pela janela em seu trajeto de trem para o trabalho. No entanto, a adaptação difere da obra em alguns pontos cruciais. Separamos aqui algumas mudanças importantes na adaptação de Garota no Trem para os cinemas:

Qual a importância de Rachel ser um membro do Alcóolatras Anônimos?

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Uma cena emocionante do filme mostra Rachel falando de um momento constrangedor durante uma reunião do Alcóolatras Anônimos. No livro, a protagonista apenas menciona a associação. Para a roteirista, o AA é a oportunidade de dar vida à mente de Rachel. "Eu precisava esclarecer que esse momento confuso da mente de Rachel -  a busca pela sobriedade e o medo por não saber o que fez enquanto estava bêbada. Essas emoções são tratadas de forma muito feliz no livro com os pensamentos dela, mas não podia encher o filme de pensamentos, então o AA foi uma solução simples para esta questão".

O que aconteceu com a cena em que Scott e Rachel fazem sexo?

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O crescente interesse de Rachel por Scott é bem representado durante o filme, mas, ao contrário do livro, os dois não fazem sexo. "Quis Rachel inteiramente focada em seu ex-marido, seus conflitos internos, frustração e tristeza. Não queria ela embarcando em nenhum tipo de romance". Wilson até chegou a escrever duas cenas de sexo, mas ambas foram cortadas. "Essas cenas me fizeram perder a esperança em Rachel. Só porque ela é uma personagem que não passa muita confiança não significa que ela faz sexo com qualquer um que cruza seu caminho", disse.

Por que os dois policiais do livro foram transformados em apenas uma pessoa no filme?

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No livro, dois policiais trabalham no caso de desaparecimento de Megan. Já no filme, o caso é liderado apenas pela Detetive Riley (Allison Janney). A omissão de um dos personagens foi uma rápida decisão dos produtores: "Isso acontece quando você tem Allison Janney em seu elenco. Todos ficamos impressionados com sua performance", disse Wilson. O papel de Riley ganhou peso na adaptação. "No livro, a mente de Rachel é sua grande inimiga. Quis aumentar a ameaça externa, então priorizei a relação de Rachel com a detetive.", completou.

Por que o filme omite grande parte da construção de Megan como uma "assassina de bebês?"

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Durante uma sessão com seu psicólogo, Kamal Abdic (Édgar Ramírez no filme), Megan admite que, quando adolescente, foi mãe de uma criança que morreu afogada na banheira. Megan também revela que nunca quis a gravidez. Após sua morte, Megan é tachada de "assassina de bebês" pela imprensa, mas esses fatos não são explorados no filme. "A complexidade por trás da vontade de uma mulher não querer um filho é um assunto extremamente importante e que merece ter mais voz. Porém, essa complexidade não se encaixou na história que contamos no filme", lamenta Wilson.

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