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Batgirl | Seis motivos para o filme ignorar A Piada Mortal

O trauma da paraplegia é o que define Barbara Gordon?

04.04.2017, às 16H33.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H27

Em seus 50 anos de trajetória, a Batgirl raramente passou por eventos tão marcantes quanto o tiro dado pelo Coringa em A Piada Mortal, que deixou a heroína paraplégica. O longa-metragem que Joss Whedon pode escrever e dirigir para a Warner, porém, tende a deixar de fora a referência ao Coringa da HQ de Alan Moore, e não só por ser um filme isolado do restante do Universo DC das telas. Na galeria abaixo, listamos os motivos para apagar A Piada Mortal da vida de Barbara Gordon.

A HQ não foi feita para ser canônica

Em A Piada Mortal, Alan Moore explora personagens que não existiam no mundo do Batman reinventado após o reboot Crise nas Infinitas Terras, e ainda refaz origens e conceitos. Sua Barbara Gordon já é uma adulta, aposentada do vigilantismo, e não uma jovem bat-heroína. Seu Coringa era um comediante fracassado no passado. Para impedir que HQs assim entrassem automaticamente no cânone, a editora passou a usar no ano seguinte, 1989, o selo Elseworlds para histórias fora da cronologia.

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Alan Moore desaprova o que fez

Em entrevista ao Mania.com (hoje fora do ar), o autor de A Piada Mortal revisitou seu olhar sobre Batman: "Eu acredito que coloquei muito peso melodramático em um personagem que nunca foi concebido para carregar esse peso. Era malvado demais, era violento demais psicologicamente. Tem umas coisas boas, mas em termo de escrita, não é um dos meus trabalhos favoritos. Não acho que o mundo precisa de mais vigilantes deprês psicóticos. Fico desapontado com a forma como [o tom de] Watchmen acabou absorvido pelo mainstream".

A atual HQ já apagou A Piada Mortal

Embora a série Birds of Prey volta e meia cite o trauma do tiro, a HQ mensal da Batgirl já questionou a canonicidade de A Piada Mortal, quando Barbara descobre, na edição 49, de março de 2016, que várias memórias do seu passado foram implantadas pelo vilão The Fugue. Entre suas vilanias, Fugue tinha uma predileção por memórias violentas (como colocar na cabeça de Barbara que Jim Gordon havia morrido) e nada impede que o tiro do Coringa fosse uma delas. A desenhista Babs Tarr, na época, não deixou passar a provocação: "Nós desfizemos umas coisas...", disse no Twitter

O trauma não torna Batgirl melhor

Autoridade em Batgirl, a roteirista Gail Simone criou em 1999 um site com outros colaboradores, chamado Women in Refrigerators, para listar todas as vezes que personagens femininas nos quadrinhos passaram por tragédias apenas para engatilhar mudanças de percepção e comportamento nos super-heróis homens. Simone e outros críticos de A Piada Mortal defendem que a paraplegia de Barbara é desproporcional e só serviu como elemento narrativo para testar Gordon e despertar a fúria de Batman contra o Coringa.

Batgirl = Barbara Gordon

Embora Oráculo tenha se popularizado nos anos 1990 e 2000 a ponto de estrelar a série de TV das Aves de Rapina, não há, ao olhar do grande público (desde a série de TV dos anos 60), uma Batgirl que não seja a filha do Comissário Gordon. Cassandra Cain e Stephanie Brown tiveram seus momentos como Batgirl na DC, mas depois dos Novos 52 tiveram que se contentar com outros nomes de guerra. Até a Batgirl do filme de 1997, vivida por Alicia Silverstone (que era sobrinha de Alfred), se chamava Barbara.

Oráculo é uma reação a A Piada Mortal

Depois de paralisar Barbara Gordon em A Piada Mortal em 1988, a DC não tinha planos para a personagem. Quando o casal John Ostrander e Kim Yale - então roteirista e desenhista da série do Esquadrão Suicida, respectivamente - transformaram a Batgirl em Oráculo em 1989, e deram à personagem cadeirante uma nova função, foi em resposta ao tratamento de "mau gosto" na graphic novel.

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