Uma das promessas da reformulação Renascimento, a incorporação de Watchmen ao Universo DC, começou a acontecer de verdade nesta semana na DC Comics, com o início da publicação da minissérie Doomsday Clock. O roteiro de Geoff Johns não amacia e exige que o leitor conheça Watchmen para entender o que a nova HQ propõe, então na galeria abaixo listamos as seis coisas fundamentais que você precisa saber para pegar esse princípio de Doomsday Clock:
O perigo nuclear
O título da minissérie, que pode ser traduzido como "contagem para o fim do mundo", é uma referência potencial a um holocausto nuclear, com os EUA e a Rússia finalmente entrando em conflito depois da Guerra Fria. Como Watchmen se passa em uma realidade alternativa em que os super-heróis afetaram a Guerra do Vietnã e Richard Nixon não foi derrubado pelo Watergate, o mundo escalou ao conflito entre as duas potências nos anos 1980, portanto a iminência da Terceira Guerra Mundial é uma realidade no universo de Watchmen.
A queda de Ozymandias
Na minissérie de Alan Moore, o plano de Ozymandias de arquitetar uma invasão alienígena para unir nações e assim impedir a Terceira Guerra é descoberto por Rorschach, que é morto por Dr. Manhattan mas antes deixa sua investigação na redação do jornal New Frontiersman. A HQ de Geoff Johns parte disso, ou seja, o plano de Ozymandias acaba mesmo vindo a público pela imprensa, e a população se anarquiza. A consequência é que o conflito nuclear recomeça em Doomsday Clock, depois do breve armistício entre EUA e Rússia.
O destino de Rorschach
Em Watchmen, Rorschach é morto por Dr. Manhattan quando Ozymandias pede aos outros heróis que seu plano não seja desmascarado para o mundo. Já Doomsday Clock começa com a presença de um misterioso novo Rorschach, e a história faz referências a elementos consagrados desse universo; em uma página, vemos que esse novo Rorschach abandona um caderno de anotações similar àquele em que o primeiro Rorschach registrou sua investigação. O fato de os papéis ficarem para trás da entrada do esgoto sugere realmente um novo arco para esse personagem.
Quem são Marionette e The Mime
Na HQ, Rorschach busca a ajuda na prisão de dois detentos: Erika Manson, codinome Marionette, e Marcos Maez, The Mime (O Mímico). Qualquer semelhança com o casal de vilões Pierrô e Colombina, criados por Steve Ditko, não é mera coincidência. Pierrô e Colombina vieram da editora Charlton Comics, de onde Alan Moore havia tirado a inspiração para os demais personagens de Watchmen, portanto Marionette e The Mime, criados por Geoff Johns e Gary Frank para Doomsday Clock, são as versões adaptadas de Pierrô e Colombina.
A atualização da época
Doomsday Clock adapta a distopia dos anos 1980 a coisas que são contemporâneas nossas (como um comentário de Rorschach, que prefere carros a gasolina porque ele não confia nos elétricos) e encaixa comentários de geopolítica atuais, como o fato de o presidente dos EUA se omitir nas questões da iminente Terceira Guerra Mundial porque estava ocupado jogando golpe - uma referência imediata a Donald Trump (cujo governo parece mesmo coisa de distopia ficcional).
Dr. Manhattan versus Superman
Doomsday Clock se encerra com a entrada do Universo DC nessa trama que continua Watchmen. O escolhido para fazer as honras não seria outro senão Superman, e é importante saber - para entender essa conexão - que a vida do Homem de Aço durante os Novos 52, mesmo antes da volta do Superman pré-Ponto de Ignição, foi marcada pela vigilância de um personagem misterioso (depois revelado como o Jor-El original, sob a influência do Dr. Manhattan). Essa vigilância foi narrada nas HQs Superman e Action Comics.