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Morre Stephen Gerber, o criador de Howard, o Pato

Escritor de quadrinhos quebrou barreiras por suas atitudes dentro e fora das HQs

12.02.2008, às 13H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H33

Stephen Ross Gerber, escritor de quadrinhos que foi uma das forças criativas da Marvel na década de 70, faleceu no último domingo aos 60 anos. Ele sofria de fibrose pulmonar e estava na lista de espera por um transplante desde o ano passado.

A criação mais memorável de Gerber é Howard, o Pato, uma das figuras bizarras dos quadrinhos dos anos 70: um pato falante, de terno, sempre com um charuto na boca, que criticava a cultura e a política dos EUA em aparições esporádicas nos quadrinhos de terror da Marvel. O personagem fez tanto sucesso que ganhou revista própria, tira de jornal e, em 1986, um adaptação para o cinema. Segundo o historiador dos quadrinhos (e amigo de Gerber) Mark Evanier, Howard era uma representação autobiográfica de seu criador.

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Foi a partir de Howard que Gerber envolveu-se na briga por direitos autorais nos quadrinhos. Quando a Marvel colocou outro escritor na tira do pato, Gerber processou a editora, pois tinha contrato para ser o único roteirista do personagem. Ele acabou sendo demitido da Marvel e chegou a um acerto com a editora fora dos tribunais.

Nos anos 80, colaborando apenas esporadicamente com os quadrinhos, Gerber envolveu-se com desenhos animados na Hanna-Barbera. Criou Thundarr, o Bárbaro, e trabalhou em séries como Comandos em Ação, Transformers e Caverna do Dragão. Nos anos 90, ajudou a criar o universo de heróis da editora Malibu e colaborou com a Image.

Mais recentemente, ele chegou a escrever uma última minissérie de Howard para a Marvel (dentro da linha Max - inédita no Brasil), criou a elogiada série Hard Time para a DC (já concluída) e vinha escrevendo histórias do Sr. Destino para a minissérie Countdown to Mystery. Ele estava trabalhando nos últimos números da mini enquanto hospitalizado em Las Vegas, antes de falecer.

Gerber é uma figura ímpar para os quadrinhos estadunidenses. Seus roteiros fugiam da mesmice das HQs Marvel dos anos 70 (e inclusive da Image dos anos 90), com muita ironia e crítica social. Também foi um dos primeiros a se revoltar contra editores e editoras, não querendo ser apenas um mero roteirista, mas um defensor de seus direitos como criador. Foi esta personalidade fora dos padrões que o levou a comentar o avanço de seu problema de saúde em seu blog, ao longo de 2007, mantendo o bom humor.

Foi esta personalidade que também nos garantiu uma série de histórias memoráveis.

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