Holy
Avenger não nasceu como a maioria das revistas em quadrinhos.
Bem antes disso seus protagonistas apareceram como coadjuvantes em uma aventura
de RPG, também chamada Holy Avenger, na revista Dragão
Brasil 44, em novembro de 98.
Essas personagens foram tão bem aceitas que acabaram ganhando sua HQ
mensal.
A idéia deu tão certo que foi repetida. Em janeiro de 2001 a DB
teve como matéria de capa outra aventura, sediada no mesmo mundo de Arton,
mas com outras personagens.
Com texto de Marcelo Cassaro "Paladino" e ilustrações
de Erica Awano (respectivamente, o roteirista e desenhista de HA),
ela funciona como uma prévia para uma nova saga a ser iniciada em Arton.
Dado Selvagem.
O protagonista é Daice Commoner, um garoto de 9 anos. "Daice"
é a forma como se pronuncia "dice", palavra inglesa
para "dado". "Commoner" é algo como "pessoa
comum"; em RPG, esse termo se refere a todos aqueles que NÃO são
heróis aventureiros - os camponeses, aldeões, soldados, fazendeiros,
comerciantes e todas as "outras" pessoas que povoam o mundo.
Essa é justamente a maior frustração na vida de Daice.
Em Arton, existe um aventureiro para cada dez pessoas comuns - uma taxa bem
elevada. "Aventureiro" é qualquer pessoa com força,
destreza, vigor, inteligência, sabedoria ou carisma acima da média,
suficientes para conquistar poderes especiais e sobreviver a grandes riscos.
Eles acabam se tornando guerreiros, clérigos, paladinos, magos, arqueiros,
gladiadores, ladrões, bardos e coisas assim.
Infelizmente, para seu desgosto, Daice NÃO é uma dessas pessoas.
Ele é um garoto absolutamente mediano, sem nenhum atributo especial.
Não pertence a nenhuma das raças fantásticas de Arton (elfos,
anões, halflings...), nem tem ancestrais aventureiros.
Para piorar, Daice
tem um irmão mais velho (Faito, 16 anos) que foi aceito como recruta
pelo Protetorado do Reino, um grupo de aventureiros de elite. Enquanto Faito
treina, Daice parece destinado a ajudar os pais na fazenda para sempre. "Faito"
é a palavra japonesa para "lutar", originária do inglês
"fight".
Dado Selvagem é sobre isso. Sobre ser capaz de fazer algo especial,
realizar uma coisa extraordinária, mesmo que você não seja
alguém excepcional ou acima da média. Esse é um talento
que muitos RPGistas também possuem - fazer coisas fantásticas
mesmo quando jogam com personagens sem poder algum.
Colocada no ar através do site www.holyavenger.com.br,
a primeira parte de Dado Selvagem elevou às alturas o número
de visitantes na página. Agora, a segunda parte acaba de entrar no ar,
e já existem planos para uma versão impressa.
A história, voltada para leitores mais jovens, tem roteiro de Marcelo Cassaro e Lúcia Nóbrega - roteirista experiente que já passou pelos Estúdios Maurício de Souza e Abril Jovem, entre outros. O desenho e arte-final são de Lydia Oide, aclamada como uma das melhores mangá-ka (desenhista de quadrinhos) do Brasil. E as cores são de Rodrigo Reis, já bem conhecido pelos leitores da DB e HA.