O Festival de Angoulême, a mais importante premiação europeia de quadrinhos, foi alvo de polêmica na virada do ano porque seu principal prêmio, o Grand Prix, não tinha uma única mulher listada para a sua edição de 2016. Depois de rever a lista, agora saem os três finalistas - e um deles é uma quadrinista, a desenhista francesa Claire Wendling.
Inicialmente, depois que 10 dos 30 nomes de criadores indicados decidiram retirar seu nome do páreo, em protesto, a organização do festival francês decidiu incluir duas mulheres na disputa, Marjane Satrapi e Posy Simmonds. Dias depois, Angoulême revisou a decisão e anunciou que não proporia mais uma pré-lista de criadores; a partir de agora, é responsabilidade dos 3 mil profissionais de HQs que votam no prêmio escolher quem deve levar o Grand Prix.
Wendling é conhecida pela série de graphic novels Lights of Amalou, mas também trabalha com design de games. Finalistas também nos dois últimos anos, Alan Moore e Hermann Huppen disputam com Wendling o prêmio em 2016. Se o autor britânico repetir o que já fez no passado e pedir para não ser considerado, então o belga Hermann desponta como favorito; o autor de Bernard Prince, Les Tours de Bois-Maury e Jeremiah já havia ficado em terceiro lugar no ano passado.
Em anos recentes, Angoulême deixou de privilegiar o quadrinho francobelga e abriu sua lista do Grand Prix a nomes de outros continentes. O americano Bill Watterson, criador de Calvin e Haroldo, levou o Grand Prix em 2014, e o japonês Katsuhiro Otomo, criador de Akira, ganhou em 2015. Tradicionalmente, o vencedor de um ano se torna presidente da edição seguinte, então o festival deste ano - que acontece entre 28 e 31 de janeiro, quando o Grand Prix será entregue - é presidido pelo japonês.