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Nova presidente da DC detalha a reestruturação da empresa

E o antigo chefão da editora se diz contente

13.09.2009, às 00H00.
Atualizada em 05.11.2016, ÀS 03H04

O anúncio da reestuturação da DC Comics - agora DC Entertainment, com mais importância dentro do conglomerado Time Warner - pegou muita gente de surpresa e tornou a concorrência com a Disney-Marvel mais interessante. Paul Levitz, até então presidente da DC Comics, e Diane Nelson, nova presidente da DC Entertainment, passaram a quinta-feira dando entrevistas à mídia dos EUA para explicar a reformulação.

No caso da mídia especializada em quadrinhos, o fato mais destacado é que Nelson não tem familiaridade com os quadrinhos - ao contrário de Levitz, que foi fanzineiro, escritor free-lancer, editor da DC e já soma 37 anos na empresa. A nova presidente (que ganhou o cargo, em boa parte, por conta da boa sintonia da DC com a Warner no ramo dos produtos para DVD, sua antiga responsabilidade) não nega saber pouco sobre HQ, mas diz que estará empenhada em dar lucratividade à nova DC.

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"Sou a primeira a admitir que não sou uma fã de quadrinhos por natureza. Não é isso que estou colocando na mesa. Temos muitos experts que continuarão sendo a pedra fundamental da DC Entertainment. O que eu coloco na mesa é uma habilidade em lidar com marcas e propriedades intelectuais para a Time Warner", disse Nelson em entrevista ao The View.

Em conversa com o Comic Book Resources, ela complementa: "Tenho inúmeros experts na DC Comics que vão me ajudar a entender as comunidades de creativos, de fãs e assim por diante". Vale lembrar que ela já trabalhou com esse pessoal no desenvolvimento de animações direto para DVD (Superman/Batman: Inimigos Públicos, Lanterna Verde: Primeiro Vôo) e na motion comic de Watchmen, entre outras produções.

As entrevistas ressaltam a competência de Nelson como "facilitadora" (termo usado pela própria em entrevista ao Newsarama) na relação entre J.K. Rowling e a Time Warner nas adaptações cinematográficas de Harry Potter e no licenciamento de produtos do personagem. Sua função na DC será similar.

"Não vamos descontruir a DC. O que quero dizer com isso é que vamos criar um sistema e uma forma de trabalhar juntos onde os experts de cada área de negócios da Warner Bros. - filmes, televisão, digital, video games, licenciamento - tenham facilidade para fazer o que fazem de melhor em conexão com a DC Comics, e vice-versa", explica ela ao CBR.

Questionada sobre o número de personagens da DC Comics - para contrabalançar os 5 mil que a Marvel diz que negociou à Disney -, Nelson dá sua primeira demonstração de conhecimento nerd: "Quando vi o negócio da Marvel fiz essa pergunta. Não sabemos como eles chegaram a esse número. A resposta: se você considerar os universos alternativos, temos um número infinito de personagens".

A presidente também ressaltou que a Warner não vai criar um estúdio cinematográfico à parte, como a Marvel. E que o processo de revitalizar personagens famosos como Superman, Mulher-Maravilha, Flash e outros no cinema será mais acelerado na nova estrutura - mesmo que ela diga que será feito com calma. "Somos uma empresa que se importa com qualidade, então não vamos apressar um produto só para termos um produto." Ela diz que isso também vale para adaptações televisivas, games etc.

No comunicado à imprensa, Warner e DC mencionam como exemplos os seriados Human Target (estreia em breve na Fox) e Midnight Mass (para 2010), os filmes Jonah Hex (2010), The Losers (em filmagens), Lanterna Verde (para 2011), Lobo e os sucessos recentes Batman: The Brave and the Bold (desenho animado no Cartoon Network) e o game Batman: Arkham Asylum.

Paul Levitz, por sua vez, diz estar contente com sua saída do cargo de presidente. Ao Comic Book Resources, revelou que deveria ter saído vários anos atrás, pouco após a aposentadoria de sua predecesora Jeanette Kahn, em 2002. "O plano original era eu contratar um substituto que eu introduziria à empresa, e essa pessoa tomaria o cargo de Jeannette quando ela saísse, aí eu poderia voltar a escrever e dar aulas e fazer as coisas que queria fazer. O plano não funcionou bem, como você deve ter notado, e estou zanzando por aí desde então dizendo 'eu quero voltar a escrever e desenhar um dia desses, gente! Já estou grisalho!'"

Na carta aberta à imprensa e aos fãs, acoplada ao anúncio da DC Entertainment, Levitz fecha com a frase: "Agora, se me dão licença, o futuro está chamando".

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