Segundo o jornal Daily Telegraph, a organização inglesa Comission for Racial Equality (Comissão pela Igualdade Racial) solicitou à rede de livrarias Borders que retire das suas estantes o álbum Tintim no Congo, clássico em quadrinhos do belga Hergé. A organização alega que o livro é racista na sua representação dos personagens africanos.
"Este livro contém imagens e palavras de terrível preconceito racial, onde os 'nativos selvagens' se parecem com macacos e falam como imbecis", disse uma representante da organização.
tintim
Tintim no Congo já tem uma história de controvérsia. É o segundo álbum do personagem, lançado em 1931, quando o Congo ainda era colônia da Bélgica. Na republicação de 1946, Hergé reduziu o número de páginas e tirou as referências ao colonialismo. Mas seus desenhos politicamente incorretos dos congoneses - bem como uma cena em que Tintim mata um rinoceronte - continuaram irritando os seus críticos. O álbum foi, inclusive, um dos poucos que demoraram para ser traduzidos para outros idiomas - só ganhou versão em inglês, a cores, por exemplo, em 2005.
A defesa histórica de Hergé (falecido em 1983) é que ele estava escrevendo e desenhando de acordo com o pensamento da época quanto aos africanos.
A Comission for Racial Equality rebate que "sim, ele foi escrito há muito tempo, mas isso não o torna aceitável. Isto tem o potencial de ser altamente ofensivo para um grande número de pessoas. É inconcebível que na época em que vivemos a Borders considere aceitável vender e apresentar Tintim no Congo".
Em resposta, a livraria disse que transferiu o álbum da seção infantil para a de graphic novels adultas.