![]() Uma das belas capas de Glen Fabry para a série |
Garth Ennis nasceu em Belfast, na Irlanda, e cresceu assistindo a filmes western de John Wayne. Sua carreira de escritor começou, claro, nos quadrinhos britânicos. Após passar pela 2000 A.D., garantiu uma porta de entrada no mercado americano onde começou a trabalhar para a DC Comics. Lá, seguiu diversas linhas editoriais. Escreveu Demon, Hitman, Hellblazer, Bloody Mary e diversas mini-séries para o selo Vertigo. Em paralelo, trabalhou para a Image (The Darkness, Spawn/Witchblade).
Atualmente, Ennis escreve para a Marvel. Ele foi o responsável pela volta do Justiceiro às suas origens (mate primeiro, pergunte depois), na linha Marvel Knights (publicada aqui pela Abril, na revista Grandes Heróis Marvel). O sucesso foi tão grande que ele assinou para continuar a revista mensal de Frank Castle.
Mas de todos os seus trabalhos, nenhum se compara a Preacher. Foi esta série que o consagrou como um dos grandes nomes da HQ mundial.
Preacher é a história de Jesse Custer, descrito pelos autores como um homem possuído pela entidade Gênesis, uma criança nascida da união entre um anjo e um demônio. Sua voz torna-se, então, a palavra de Deus e todos que a ouvem são forçados a obedecê-lo. Jesse bebe demais, fuma demais e tem o hábito peculiar de ouvir conselhos do espírito de John Wayne. Agora está em uma busca por Deus e quer saber por que Ele abandonou seu posto nos céus.
No início, Ennis imaginava algo como Hellblazer, uma série mensal narrando as aventuras nas estradas americanas do anti-herói Custer, Tulipa (a amante), Cassidy (um vampiro irlandês alcoólatra) e suas maneiras não convencionais de resolver os problemas que iam surgindo. Dividiria a série em arcos de quatro ou seis edições e todos ficariam felizes. Exceto ele.
Segundo o próprio autor, por volta da quarta edição, uma idéia nasceu: uma revista regular que contivesse uma única história, que não se desviasse dos objetivos pelo caminho e que tivesse um final após alguns anos. Desta forma, ele poderia realmente criar tudo o que quisesse, matar quem tivesse vontade, mudar as vidas dos coadjuvantes sem se preocupar com as conseqüências para futuros editores, enfim, criar já sabendo como tudo se desenrolaria.
Ennis, então, aproveitou a primeira dezena de edições para apresentar todos os personagens de importância para a série. Aqueles que seguiriam Jesse Custer em sua busca, ou tentariam impedi-lo. Nesse momento, Preacher nasce de verdade, inovando e introduzindo elementos até então considerados um tabu nas HQs comerciais americanas. O resultado&qt;& O maior sucesso comercial da Linha Vertigo desde Sandman, de Neil Gaiman.
Preacher, em suas 66 edições regulares e seis especiais, virou a cultura ianque de ponta-cabeça. A visão da América, conforme Garth Ennis e o ilustrador Steve Dillon, foi mostrada com violência gráfica irreverente e doses cavalares de humor negro. Inspirados em Quentin Tarantino, Clint Eastwood e David Lynch, Ennis e Dillon criaram uma saga de fé, crítica social e principalmente honra, lealdade e companheirismo.
A série, que acabou nos Estados Unidos em agosto de 2000, começou a ser publicada no Brasil no final de 98, pela extinta editora Metal Pesado. Atualmente é lançada mensalmente pela Brainstore Editora com distribuição exclusiva para comic shops (onde encontrar). Preparamos um pequeno guia de leitura para facilitar a vida daqueles que querem se aventurar no mundo de Jesse Custer. Confira aqui.
Se você quiser saber onde diabos está Deus, acompanhe Jesse Custer em sua cruzada. Garanto que você vai se surpreender. Não vai&qt;&
Imagens © Dc Comics, Glen Fabry, Garth Ennis & Steve Dillon
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