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Saga | Série gera controvérsia após edição não aparecer em revenda digital

Caso tem relação a censura da Apple a conteúdo pornográfico

17.04.2013, às 12H06.
Atualizada em 20.11.2016, ÀS 14H03

No início da semana passada, o roteirista Brian K. Vaughan, em comunicado à imprensa, informou que a edição #12 de Saga - sua série de sucesso na Image Comics, com desenhos de Fiona Staples - não seria vendida via apps de iPad, iPhone ou outros que usem sistema da Apple. O motivo são cenas de sexo.

Embora a HQ declare-se para leitores adultos e já tenha tido cenas eróticas e pornográficas em edições anteriores, a censura se deu por duas imagens minúsculas nas páginas de abertura de Saga #12 que mostram sexo gay. Confira na galeria.

Vaughan fez o seguinte comentário quanto à situação: "É um saco, ainda mais porque nossa série já trouxe cenas que considero bem mais explícitas. Mas, enfim. Eu e a Fiona podíamos ter editado as imagens que deram problema, mas tudo que está na série serve aos fins da trama, e não (só) para chocar ou excitar. É por isso que a gente não vai mexer em porcaria nenhuma."

Acreditava-se que a proibição à revista viera da própria Apple, que tem regras quanto a material pornográfico distribuído a partir dos aplicativos que administra. No dia do lançamento, quarta-feira, a Comixology, principal revenda de quadrinhos digitais, informou que a decisão não havia passado pela Apple. Fora uma decisão interna.

"Como parceiros da Apple, temos obrigação de respeitar as políticas dos apps e nas séries que oferecemos nos apps. A partir do que havíamos entendido desta política, acreditamos que Saga #12 não poderia ser disponibilizada no nosso app, e por isso não a lançamos", disse o comunicado da revenda. "Após contato da Apple esta manhã, soubemos que nossa interpretação da política deles estava enganada. Saga #12 voltará a ser vendida nos nossos apps."

Embora a Apple decrete que os aplicativos em seus sistemas não podem vender conteúdos pornográficos, a definição desse tipo de conteúdo e a censura variam bastante. No ano passado, foi solicitado à Digital Manga Publications que parasse de vender os títulos yaoi (geralmente de temática homossexual) via apps, mas não outros mangás com nudez feminina ou sexo hétero. Há poucos dias, o app da editora francesa Izneo teve que remover 1500 dos 4000 títulos de seu app, que mostrassem "seios, decotes abertos, curvas ou gestos sugestivos."

Mesmo duranteo o período de censura, Saga #12 podia ser comprada digitalmente por outros aplicativos (até da própria Comixology) que não ligados ao sistema da Apple - e, uma vez compradas, podiam até ser lidas num iPad, iPod, Mac etc.

Após saber que o problema era com a Comixology, e não com a Apple, Vaughan fez uma semi-retratação: "Ontem, fui levado a crer que esta era uma questão apenas com a Apple, mas agora ficou claro que era a Comixology interpretando as regras da Apple de forma muito conversvadora. Minha desculpas. Não achei que nenhuma das empresas fosse homofóbica, apenas inconsistente quanto a que tipo de conteúdo adulto é aceitável. Agradeço que a situação tenha se resolvido tão rápido, e ficou feliz em voltar a ler gibi de sacanagem no meu iPad com Display de Retina."

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