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Tintim no Congo gera novas controvérsias nos EUA e na Europa

Congolês processa editora para tentar tirar álbum racista do mercado

07.09.2009, às 00H00.
Atualizada em 11.12.2016, ÀS 04H04

Tintim no Congo, um dos álbuns da coleção de aventuras do repórter criado por Hergé, continua criando controvérsias. Publicado originalmente em 1931, ele foi reformulado em 1946 pelo próprio criador para tirar referências ao Congo como colônia da Bélgica - o país africano estava em processo de independência.

Mas a forma como Hergé desenhou os congoleses - lembrando macacos, segundo os detratores - e as cenas onde Tintim é visto como "ser branco superior", que vem ensinar os negros a serem civilizados, ainda são alvos de críticas. Esta semana, um contador congolês, Bienvenu Mboto Mondondo, reavivou junto ao jornal inglês Daily Telegraph o processo que abriu há dois contra a editora belga Moulinsart, no qual solicitava que o livro fosse tirado do mercado.

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Mesmo com a defesa da editora de que o álbum deve ser lido no contexto histórico em que foi produzido, o advogado de Mondondo, Claude Ndjakanyi, diz que o processo é válido: "Quando o álbum foi escrito, não havia disposição jurídica contra o racismo. Em 2009, isso existe. Não estamos falando de história, mas sim da lei".

Há duas semanas, Tintim no Congo também foi retirado da Biblioteca Municipal do Brooklyn, em Nova York, devido a reclamações quanto ao teor racista da obra e por não ser adequada para crianças.

As últimas controvérsias com o livro aconteceram em 2007, quando uma organização inglesa declarou repúdio à obra, a livraria Borders o tirou da sua seção infantil e a editora americana Little, Brown decidiu não republicá-lo.

A Companhia das Letras publicou o álbum no Brasil no ano passado na versão revisada por Hergé, de 1946. Em resposta à controvérsia, a editora brasileira usou o mesmo argumento da Moulinsart: o livro tem que ser lido em seu contexto histórico.

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