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Rio2C 2023 é marcado pela retomada do audiovisual e debate sobre regulamentação

Evento realizado no Rio de Janeiro contou com a presença dos principais nomes do da cultura

Omelete
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17.04.2023, às 14H38.

O Rio2C, maior evento de conteúdo e criatividade da América Latina, dominou a capital fluminense na última semana. Concentrando grandes nomes da produção cultural, marketing e mídia, a edição de 2023 foi marcada por conversas sobre o futuro do audiovisual no Brasil, além de debates sobre leis que envolvem a operação dos streamings e cotas de salas de cinema.

Realizado entre os dias 11 de 16 de abril, na Cidade das Artes, o Rio2C recebeu representantes do Ministério da Cultura, que foi recriado em janeiro, e naturalmente focou na reconstrução do tema. Na ocasião, o secretário executivo da pasta, Marcio Tavares, disse que "temos desafios imensos na agenda politica. A partir do mês que vem, a gente começa a implementar a lei Paulo Gustavo, a lei Aldir Blanc, a fazer os recursos chegarem na ponta. Queremos fazer isso sempre em diálogo com a comunidade cultural e a sociedade civil, com o Minc de portas abertas”.

Assim como Tavares, o presidente da Ancine, Alex Braga, falou sobre o novo recomeço da cultura no Brasil, defendendo o investimento no mercado interno. “Somos indutores do desenvolvimento industrial e isso independe de ideologia ou posicionamento econômico e social”, defendeu. “Basta olhar outros países mais, ou menos, liberais — todos adotam políticas de incentivo e regulação para o seu produto cultural e patrimônio intelectual”.

Ainda no tema de políticas públicas, o evento abordou fortemente a regulamentação dos streamings. A pauta foi citada em praticamente todos os painéis que falaram sobre políticas de incentivo à cultura e chegou a ser comentada pelo artista e ex-ministro da pasta Gilberto Gil: “A regulamentação do streaming se tornou muito complexa na última década [pela forma como eles cresceram]. Aprofundar o sistema regulatório é bem-vindo. A sociedade precisa ter regras claras do que é saudável ou não. Essa é a força do capitalismo moderno, um capitalismo regulado”.

Após quatro dias voltados principalmente aos profissionais das indústrias criativas, o fim de semana de encerramento deu espaço à Festivalia. O evento misturou shows de novos artistas e apresentações de ídolos dos games com oficinas, masterclasses e bate-papos com executivos e empreendedores das indústrias criativas, oferecendo um contato direto e instrutivo para os jovens que almejam fazer parte deste mercado.

O criador e CEO do Rio2C, Rafael Lazarini, celebrou o recorde de público (41 mil) e a importância do evento para o mercado de mídia e criatividade da região. “O Rio2C pauta o mercado. Esse ano demos a largada para esse novo ciclo, que, ao que tudo indica, será muito virtuoso para o setor”, disse ele.

Lazarini falou também sobre como o evento mostrou que a criatividade humana ainda segue dominando o mercado: “a gente sempre colocou a questão tecnológica em segundo plano. E a gente vê que faz sentido, porque vai de hype em hype, ‘agora é o NFT, agora é o metaverso, agora é ChatGPT’, e às vezes isso é uma grande distração. Você vai pulando de hype em hype, perde um tempo gigantesco discutindo esses hypes em vez de focar no que realmente importa: a comunidade criativa”.

Com vários painéis, incluindo os principais serviços de streaming e estúdios do planeta, o Rio2C foi marcado por discussões importantes para o público e a indústria. Durante seis dias, o evento proporcionou discussões sobre os próximos desafios do entretenimento e suas possíveis soluções, além de contar com vários anúncios de produções nacionais.

*O repórter viajou a convite da organização do Rio2C

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