Durante uma longa coletiva de imprensa sobre The Rum Diary, em que estiveram presentes nossos parceiros do Collider, Johnny Deep falou bastante sobre Hunter S. Thompson, o papa do jornalismo gonzo.
The Rum Diary
Depp começou dizendo que a opção dele e do diretor Bruce Robinson foi a de mostrar uma versão mais controlada de Thompson. "Eu já vivi ele em sua persona Raoul Duke, de 1971 ou 72 [em Medo e Delírio em Las Vegas], que era o Hunter mais exagerado possível e o que ele foi até o fim. Este Hunter, o de 1959, 1960, era jovem e em busca de sua voz, procurando um veículo para sua raiva, a paixão o ódio por todas as injustiças que ele combatia".
Um curioso ritual diário de preparação também foi revelado pelo ator. Segundo Depp, todos os dias ele e o diretor arrumavam uma cadeira no set com uma garrafa de uísque Chivas e um maço de cigarros Dunhill para Thompson. "Aí molhávamos os dedos na bebida e passávamos ela no pescoço, como se fosse perfume, para celebrar Hunter".
Outro momento curioso do set foi a cena em que Depp cospe fogo. "Eu realmente cuspi fogo. Eu estava empolgado com isso [...] e meio nervoso pois havia a possibilidade de colocar fogo sem querer em alguém. Eu havia feito isso só uma vez, quando era jovem e, estupidamente, coloquei gasolina na boca e tentei fazer esse truque. Isso é verdade. E quer saber? Minha cabeça pegou fogo. E quando sua cabeça pega fogo, a tendência é você se apavorar. Eu corri - e isso é a coisa mais estúpida que alguém pode fazer quando está em chamas. Felizmente, um amigo me salvou rapidamente".
O ator, que conheceu o jornalista e chegou a discutir com ele a adaptação de Diário de Um Jornalista Bêbado, chamou Hunter S. Thompson de "um homem hipersensível, daí a auto-medicação, e altamente inteligente e maravilhoso", e que, pela sua personalidade expansiva, foi bastante incompreendido. "Ele era um cavalheiro", disse.
Depp também comentou que, com tantos outros livros e artigos de Thompson, há material para vários filmes. "Se me deixarem, continuarei os fazendo e vivendo Hunter. Isso me traz um grande conforto pois é uma oportunidade de ser visitado pelo meu velho amigo, que é alguém de quem eu sinto muita falta". O ator contou ainda que da primeira vez que interpretou o escritor no cinema, recebeu uma ligação de outro intérprete dele, Bill Murray, que o alertou que "uma vez que você o vive, ele nunca mais sai do seu sistema - e isso é verdade. Ele continua comigo, todos os dias", concluiu.
O filme narra a passagem de um jornalista beberrão e decadente chamado Paul Kemp (Johnny Depp) pela Porto Rico dos anos 1950. Amber Heard, Aaron Eckhart (O Cavaleiro das Trevas), Richard Jenkins (Queime Depois de Ler) e Giovanni Ribisi (Encontros e Desencontros) também estão no elenco. O inglês Bruce Robinson (Jennifer 8 - A próxima vítima) escreveu o roteiro e dirigiu The Rum Diary, que estreia hoje nos EUA e ainda não tem previsão por aqui.
Leia mais sobre The Rum Diary