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Diário de um Jornalista Bêbado | Johnny Depp discute Hunter S. Thompson e curiosidades do set

Ator usou uísque como perfume em homenagem ao jornalista e cuspiu fogo de verdade no filme

27.10.2011, às 00H55.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H45

Durante uma longa coletiva de imprensa sobre The Rum Diary, em que estiveram presentes nossos parceiros do Collider, Johnny Deep falou bastante sobre Hunter S. Thompson, o papa do jornalismo gonzo.

The Rum Diary

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Depp começou dizendo que a opção dele e do diretor Bruce Robinson foi a de mostrar uma versão mais controlada de Thompson. "Eu já vivi ele em sua persona Raoul Duke, de 1971 ou 72 [em Medo e Delírio em Las Vegas], que era o Hunter mais exagerado possível e o que ele foi até o fim. Este Hunter, o de 1959, 1960, era jovem e em busca de sua voz, procurando um veículo para sua raiva, a paixão o ódio por todas as injustiças que ele combatia".

Um curioso ritual diário de preparação também foi revelado pelo ator. Segundo Depp, todos os dias ele e o diretor arrumavam uma cadeira no set com uma garrafa de uísque Chivas e um maço de cigarros Dunhill para Thompson. "Aí molhávamos os dedos na bebida e passávamos ela no pescoço, como se fosse perfume, para celebrar Hunter".

Outro momento curioso do set foi a cena em que Depp cospe fogo. "Eu realmente cuspi fogo. Eu estava empolgado com isso [...] e meio nervoso pois havia a possibilidade de colocar fogo sem querer em alguém. Eu havia feito isso só uma vez, quando era jovem e, estupidamente, coloquei gasolina na boca e tentei fazer esse truque. Isso é verdade. E quer saber? Minha cabeça pegou fogo. E quando sua cabeça pega fogo, a tendência é você se apavorar. Eu corri - e isso é a coisa mais estúpida que alguém pode fazer quando está em chamas. Felizmente, um amigo me salvou rapidamente".

O ator, que conheceu o jornalista e chegou a discutir com ele a adaptação de Diário de Um Jornalista Bêbado, chamou Hunter S. Thompson de "um homem hipersensível, daí a auto-medicação, e altamente inteligente e maravilhoso", e que, pela sua personalidade expansiva, foi bastante incompreendido. "Ele era um cavalheiro", disse.

Depp também comentou que, com tantos outros livros e artigos de Thompson, há material para vários filmes. "Se me deixarem, continuarei os fazendo e vivendo Hunter. Isso me traz um grande conforto pois é uma oportunidade de ser visitado pelo meu velho amigo, que é alguém de quem eu sinto muita falta". O ator contou ainda que da primeira vez que interpretou o escritor no cinema, recebeu uma ligação de outro intérprete dele, Bill Murray, que o alertou que "uma vez que você o vive, ele nunca mais sai do seu sistema - e isso é verdade. Ele continua comigo, todos os dias", concluiu.

O filme narra a passagem de um jornalista beberrão e decadente chamado Paul Kemp (Johnny Depp) pela Porto Rico dos anos 1950. Amber Heard, Aaron Eckhart (O Cavaleiro das Trevas), Richard Jenkins (Queime Depois de Ler) e Giovanni Ribisi (Encontros e Desencontros) também estão no elenco. O inglês Bruce Robinson (Jennifer 8 - A próxima vítima) escreveu o roteiro e dirigiu The Rum Diary, que estreia hoje nos EUA e ainda não tem previsão por aqui.

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