Essa história começou quando os donos da Pet Fly, Danny Bilson e Paul DeMeo, aproveitaram seus trabalho recente com super-heróis (tinham acabado de vender a idéia de Rocketeer para a Touchstone) e tentaram vender para a CBS uma serie chamada Unlimited Powers. O projeto teria como estrelas o Arqueiro Verde, Bloko (não me pergunte quem é esse) e Flash, mas foi recusado. Como o aniversário de 50 anos da criação do Flash (personagem criado em 1940) se aproximava, a série acabou virando só The Flash.
Aproveitando o orçamento liberado pela CBS e contando com o apoio do pai, Bruce - diretor de Agente 86 e Mulher-Maravilha, entre outros --, Danny Bilson chamou uma equipe de 8 excelentes roteiristas. Liderados por Howard Chaykin (American Flagg), a equipe preparou um episódio-piloto com custo de superprodução: US$ 6 milhões. O ator escolhido para ser o Corredor Escarlate foi o na época desconhecido John Wesley Shipp. Chamaram a atriz Amanda Pays para interpretar a Dra. Tina McGee, praticamente repetindo seu papel de cientista na extinta série Max Headroom. A escolha não podia ser melhor. Além de bom ator, John Wesley Shipp tinha físico pra convencer tanto como o cientista Barry Allen quanto como o herói Flash, e Amanda Pays viveu o auge de sua carreira no papel da Dra. McGee.
O episódio-piloto reconta a origem do herói: Barry, filho e irmão de policiais bem sucedidos, sofre o acidente com o raio e se torna o Flash pra vingar o irmão morto por uma gangue (nossa, que original...). O interessante é a desculpa criada pro uniforme dele: o atrito destrói qualquer roupa que ele esteja usando, exceto seu uniforme, um protótipo de traje de mergulho feito pra resistir a pressões altíssimas. O piloto também incluía os já tradicionais alivios cômicos da série: o parceiro de Barry no laboratório, Julio (Alex Desert), e os policiais Bellows (Vito DAmbrosio) e Murphy (Bill Manard) - experts em fazer tudo errado. Apesar desses detalhes, o resultado final foi excelente e teve ótima aceitação. Com o sucesso, a CBS deu carta branca pra Pet Fly continuar produzindo The Flash.
Vieram então os primeiros problemas. A equipe de roteiristas teve que ser reduzida de 8 pra 3 (Chaykin, John Francis Moore e Gail Morgan Hickman), o orçamento apertou e a CBS decidiu do nada mudar a política da série: na assinatura do contrato, a rede de TV tinha exigido que The Flash fosse uma série policial, mas mudou de idéia durante a temporada. Por isso, a série não tem muitos supervilões (2 dos quadrinhos; Trickster e o Capitão Frio, e mais Gideon, o Dr. Carl Tanner, Trachmann, o Fantasma, Pollux e Omega em 22 episódios). Apesar de ter episódios memoráveis e de ser uma série de super-heróis acima da média, o lucro não chegava, e a pequena Pet Fly não suportou os prejuízos, interrompendo a série logo na primeira temporada.
Personagens
O protagonista da série, Barry Allen, era na verdade uma mistura de todos os Flashes. Na série, ele era retratado como um filho rejeitado por ser um perito criminal, ao invés de um policial linha dura, como foram seu pai e irmão. John Wesley Shipp, um desconhecido na época, conseguiu agradar ao público, e arrancou elogios com seu papel de Flash/Barry. Depois de um tempo sem papéis de destaque, ele está pagando todos os seus pecados na série Dawsons Creek, no papel do pai de James Van Deer Beek - o Dawson (só queria saber o que um ator bacana como John tem a ver com um mala como James Van Deer Beek. Esse cara é muito chato!!!).
A cientista Cristina McGee foi interpretada por Amanda Pays, que tinha acabado de sair de um sucesso razoável em Max Headroom. Apesar de nas HQs a Dra. McGee nem conhecer Barry Allen (ela conhecia o Flash-Wally West), na série ela é o par romantico do herói, que pra variar, fica naquele chove-não-molha irritante que todos conhecemos. Depois do Flash, ela tem se dedicado a filmes péssimos e pilotos de séries que não decolam, ou seja, não tem feito nada que seja digno de nota.
O parceiro de Barry Allen, Julio, interpretado por Alex Desert, era na minha opinião um dos mais injustiçados personagens da série. Eu me borrava de rir sempre que ele aparecia. Atualmente, Alex trabalha na série Becker, com Ted Danson, no papel de um dono de banca de jornal cego (&qt;&!&qt;&!&qt;&!).
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(AVISO: contém Spoilers!!!)