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Altered Carbon | Como um parque gráfico no Canadá virou a cidade futurista da série da Netflix

Visitamos o set em Surrey, nos arredores de Vancouver

04.02.2018, às 13H47.
Atualizada em 04.02.2018, ÀS 23H00

Depois de ter visitado alguns sets de filmes e séries, descobri que a maioria dos gigantescos galpões modernos nos quais eles constroem as imensas estruturas que servirão de pano de fundo para as produções são geralmente estruturas reutilizadas. No caso de Altered Carbon, o espaço em Surrey, próximo a Vancouver, que foi usado para construir o mundo da série, costumava ser o prédio que guardava as enormes máquinas de impressão dos principais jornais da cidade, o Vancouver Sun e o Province. A estrutura toda é impressionante.

Nesse sentido, o visual de Altered Carbon pode ser incrivelmente bem explorado em muitos cenários construídos, em vez de ficar somente com as infinitas telas verdes que tanto permeiam as produções de ficção científica. Por se tratar de uma produção futurista, muito do visual que inspirou a principal rua veio de Blade Runner - algo que é notável desde o primeiro momento em que se vê as altas estruturas luminosas acompanhadas de pequenas e sujas lojinhas próximas ao chão, somando ainda a incessante chuva e os feixes de luz provenientes dos carros voadores.

Para quem visita, uma das coisas mais legais em um set é o fato de que como aquele espaço está, na maioria das vezes, completamente reservado para uma única produção (ou produções do mesmo universo, como acontece com as séries da Marvel para a Netflix), todas as paredes estão sempre cobertas de artes conceituais. Além disso, no caso de Altered Carbon, a série precisava tanto de espaço para crescer que todos os corredores e salas do galpão poderiam ser tomadas a qualquer momento - tanto que um dos corredores pelos quais passamos foi virando parte da delegacia em que Kristin Ortega (Martha Higareda) trabalha.

Apesar de não termos acompanhado de fato nenhuma gravação de cena, o que também é costumeiro nesse tipo de visita, essa foi uma das oportunidades mais dinâmicas que participei até hoje. Visitamos inúmeros cenários, incluindo o hotel The Raven, a rua principal e o escritório de Laurens Bancroft (James Purefoy). Vale apontar que praticamente tudo nesses três ambientes é extremamente detalhado e bem pensado para se encaixar no todo, trazendo unidade à cena. São livros mil na biblioteca de Bancroft, cacarecos de outras épocas que constroem o caráter do personagem. Na rua também é perceptível o cuidado, quando embalagens que provavelmente nunca serão o foco de uma tomada têm até as informações nutricionais de um produto inventado.

É sempre incrível participar da operação de um mecanismo como esses, entender como funcionam as engrenagens por trás da tela. Ainda assim, é uma experiência sensorial que por vezes é complicada de traduzir em texto - fotos não foram permitidas em nenhuma instância. Entrar num ambiente como o escritório de Bancroft e poder tocar em tudo, descobrir o que é real e o que é falso (todos os livros são “ocos”, não existem páginas por dentro), caminhar ao longo da rua principal e poder entrar num carro de polícia, até mesmo ao conversar com elenco, produtores, roteiristas e entender o carinho e dedicação que são necessários para fazer um projeto como Altered Carbon acontecer. É simplesmente impressionante.

Altered Carbon já está disponível na Netflix. 

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