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Game of Thrones | Aquela frase pareceu familiar? Veja os principais espelhos narrativos do 7º ano

Ao longo dos sete episódios, vários momentos icônicos da série foram resgatados de alguma forma

06.09.2017, às 21H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H38

É preciso mais que apenas atenção para entender completamente todos os diálogos da sétima temporada de Game of Thrones: os fãs da série precisam ter boa memória também. Isso porque vários diálogos, alguns deles extremamente importantes para entender a condução das jornadas de personagens como Jon Snow (Kit Harington) e Daenerys Targaryen (Emilia Clarke), fazem referência, direta ou indiretamente, a conversas ou situações de temporadas mais antigas na série.

Logo no primeiro episódio da sétima temporada, Cersei (Lena Headey) trava uma discussão com Jaime (Nikolaj Coster Waldaue diz que ela é “a rainha dos sete reinos”. Poderia ser só mais uma frase solta se, em seguida, a Rainha Lannister não tivesse perguntado ao irmão: “acha que eu escutei nosso pai por 40 anos e não aprendi nada?”. Comparando essa conversa com outros diálogos, aparentemente não aprendeu mesmo: no décimo episódio da terceira temporada, Tywin Lannister (Charles Dance) repreende Joffrey (Jack Gleeson) na presença de Cersei, dizendo que “se um homem precisa dizer que é um rei, então ele não é verdadeiramente um rei”.

Também no primeiro episódio, é possível notar que alguns diálogos são complementares entre si. Enquanto na Fortaleza Vermelha, Cersei diz para Jaime: “deveríamos viver de luto por nossos pais e por nossos filhos? Eu os amava de verdade, mas agora eles são cinzas e nós ainda somos de carne e osso”, no Norte, Sansa (Sophie Turnertem um diálogo semelhante com Jon Snow. A jovem fala o seguinte com o ex-irmão: “você precisa ser mais esperto que nosso pai, mais esperto que Rob. Eu os amava, sinto falta deles, mas cometeram erros estúpidos e os dois tiveram as cabeças cortadas por isso”. Essa não é a única coisa que liga as duas personagens no episódio: após receber um corvo de Porto Real, Jon conversa com Sansa sobre a ameaça de Cersei e, após a jovem Stark falar sobre o modo como a Rainha lida com seus inimigos, Jon diz: “parece até que você a admira”. Sansa responde que “aprendeu muito com ela”.

Ainda no primeiro episódio, muita gente questionou a relevância do encontro de Arya (Maisie Williamscom o grupo de soldados Lannister, mas, avaliando capítulos passados, dá para entender que isso não aconteceu gratuitamente. A cena, que serviu também para mostrar à jovem Stark a complexidade da guerra, é um contraponto de outra vez que ela esbarrou em membros de um exército, no décimo episódio da terceira temporada. Quando estava com Sandor Clegane (Rory McCann), Arya esbarra em um grupo de homens dos Frey e pede-lhes comida, sendo escorraçada - o encontro termina com a morte de todos os soldados. No novo ano, os próprios soldados oferecem amigavelmente seu alimento e, no fim, ninguém sai ferido.

Falando em Arya, no segundo episódio há um encontro protagonizado pela jovem que é bastante importante para os fãs. A jovem Stark se reúne com sua loba Nymeria, que não era vista desde o primeiro ano, quando Arya foi obrigada a abandonar o animal na floresta para poupar sua vida da fúria de Cersei. Quando Arya diz para Nymeria “essa não é você”, muita gente ficou na dúvida sobre a identidade real do animal. Era, de fato, Nymeria e quando Arya diz a frase, ela está lembrando de si própria. No quarto episódio da primeira temporada, Ned Stark (Sean Bean) diz a Arya que ela poderá se casar com um lorde e que os filhos dela seriam princesas e cavaleiros, mas ela responde : “não, essa não sou eu”. Quando Arya convida Nymeria a voltar com ela para Winterfell como um animal de estimação, entende que, depois de tanto tempo, esse tipo de coisa não condiz mais com a personalidade do animal e repete a frase que disse no passado.

Outra coisa do segundo episódio que remete ao passado é o confronto entre Tyrion Lannister (Peter Dinklage) e Ellaria Sand (Indira Varma). Os dois discutem em função dos assassinatos entre as família e o assunto, obviamente, chega à morte de Myrcella (Nell Tiger Free), envenenada pela boca da viúva de Oberyn Martell (Pedro Pascal). Quando Tyrion diz a Ellaria que “aqui nós não envenenamos menininhas”, ele não está apenas sendo literal, mas fazendo uma referência a uma frase de Oberyn. Na quarta temporada, Oberyn diz a Cersei Lannister, preocupada com a ida de Myrcella para a fortaleza dos Martell: “nós não machucamos menininhas em Dorne” - por sua vez, essa era uma indireta sobre a morte da filha de Elia Martell nas mãos do Montanha (Halfthorn Bjorsson).

Ainda nesse episódio, há o momento em que Mindinho (Aidan Gillene Jon tem um confronto. O líder do Vale diz a Jon que gostaria de conhecê-lo melhor, ainda que o - até então - bastardo de Winterfell não demonstre interesse. Quando Mindinho começa a falar de seu interesse em Sansa, contudo, Jon perde a cabeça e o empurra contra uma parede. Não é a primeira vez que isso acontece com Mindinho. Jon repetiu a mesma ação de Ned Stark no sexto capítulo do terceiro capítulo do primeiro ano de Game of Thrones. Na ocasião, o patriarca Stark encurrala Mindinho contra a parede após ele ter levado Catelyn (Michelle Fairley) para um bordel.

Se o primeiro episódio estabelece, de alguma forma, um vínculo entre Sansa e Cersei, o segundo faz o mesmo com Arya e Sandor Clegane. A jovem passou muito tempo acompanhando o cavaleiro com o rosto queimado e, ainda que a relação entre os dois tenha sido extremamente agridoce, o homem acabou influenciando de alguma forma a jovem. Quando Arya está conversando com Torta Quente (Ben Hawkey) e ele pergunta pelo que ela passou, ela pede a ele “Tem uma cerveja?”. Ela faz isso de forma semelhante a como o Cão tenta se desviar de conversas no décimo episódio da quarta temporada, terminando em uma luta sangrenta dentro de uma taberna.

O segundo episódio traz também uma frase de Daenerys que não foi dita pela primeira vez em Game of Thrones. Quando ela é levada para conhecer Melisandre (Carice van Houten), a sacerdotisa vermelha fala sobre Jon Snow e Daenerys conclui: “parece uma boa pessoa”. Já usaram a mesma frase para se referir a ela. No quinto episódio da quinta temporada, Sam (John Bradley-Westestá contando a Aemon (Peter Vaughan) as conquistas da jovem Targaryen a ele. Após ler que sobre a luta dela para impedir que a escravidão continuasse sendo considerada normal em Essos, Sam diz que ela “parece uma boa pessoa”.

Aliás, falando em Daenerys, toda a conversa vista a partir do terceiro episódio girando em torno de Jon Snow se ajoelhar ou não diante da Mãe dos Dragões já havia sido prevista por Tormund (Kristofer Hivju) vários episódios antes. No novo ano, Daenerys faz pressão para que o Rei do Norte dobre o joelho perante ela e a aceite como Rainha dos Sete Reinos, mas Jon insiste em manter sua posição de soberano no Norte. No décimo episódio da quarta temporada, o selvagem ruivo já havia falado que ajoelhar-se perante alguém seria uma atividade complicada para o jovem Snow. Tormund diz que o jovem de Winterfell passou tempo demais entre o Povo Livre, fazendo com ele tenha absorvido características dos selvagens. “Você passou muito tempo entre nós, Jon Snow. Nunca mais será capaz de ajoelhar para alguém”, disse Tormund ao rapaz na ocasião.

No quarto capítulo, apesar do exército Dothraki ter surpreendido os Lannister, talvez o confronto já estivesse anunciado há muito tempo. No quinto episódio da primeira temporada, Robert Baratheon (Mark Addy) fala com Cersei sobre a ameaça de Daenerys em Essos. Ele diz que “se a Targaryen conseguir convencer os Dothraki a cruzarem o Mar Estreito não conseguiremos pará-los”. Ironicamente, Cersei responde que “os Dothraki não sabem nadar, toda criança sabe disso”. Robert diz então que “somente um tolo enfrentaria os Dothraki em campo de batalha” - basicamente o que acabou acontecendo com Jaime, que viu seus homens serem dizimados e quase morreu no confronto.

Há outro diálogo que se destaca no quarto episódio. Quando Mindinho procura Bran (Isaac Hempstead Wrightpara uma conversa e entrega a ele a adaga que usaram para tentar matá-lo na primeira temporada, ele pergunta ao jovem como ele se sente ao voltar para casa com tanto caos no mundo. Bran responde que “o caos é uma escada”. O espanto de Mindinho ao ouvir a frase é em função de um diálogo que o próprio travou com Varys (Conleth Hill) no sexto episódio da terceira temporada, falando suas suas ambições e manipulações. Varys, naquela ocasião, dizia que tinha tomado determinadas ações pelo “bem do Reino” e Mindinho contra-argumenta que o Reino é uma mentira. Varys então diz que tudo o que resta quando se abandona essa mentira é o caos e, então, Mindinho responde com a icônica frase de seu pequeno monólogo. “O caos não é um precipício, o caos é uma escada. Muitos fracassam tentando subí-la e nunca mais podem tentar novamente. A queda os derrota. E alguns recebem uma chance de subir, mas recusam a oportunidade. Ficam presos ao Reino, ou a deuses, ou ao amor. Ilusões. Apenas a escada é real. A subida é tudo o que existe”, diz.

Também no quarto episódio, há um momento em que Daenerys, sem saber, questiona Jon Snow com as próprias palavras dele. Quando a Mãe dos Dragões, em sua luta para fazer o Rei do Norte dobrar o joelho perante ela, pergunta: “a sobrevivência deles [o povo do Norte] não é mais importante que o seu orgulho?”, ela lembra um argumento usado por Jon no passado. No primeiro episódio da quinta temporada, o ex-bastardo encontra Mance Rayder (Ciarán Hinds) já como um prisioneiro e diz que Stannis (Stephen Dillane) quer que ele ajoelhe e que o povo livre lute ao seu lado. Jon pontua que Mance uniu 90 clãs pensando na sobrevivência de seu povo e conclui: “a sobrevivência não é mais importante que o seu orgulho?”.

Passando para o quinto episódio, há um ponto curioso na saída de Sam da Cidadela. O jovem fica cansado da inércia dos estudiosos e, no momento em que decide ir embora, diz para Gilly que está “cansado de ler sobre as conquistas de homens melhores que ele”. Essa frase já apareceu antes na trama e, por incrível que pareça, foi proferida por ninguém menos que Randyll Tarly (James Faulkner), o pai de Sam. No sexto episódio da sexta temporada o patriarca grosseiro diz que o filho conseguiu fracassar na missão se tornar um homem na Patrulha da Noite, optando por passar o tempo “lendo sobre as conquistas de homens melhores” - um sinal de que, ainda que Sam tenha melhorado sua autoconfiança, não deixou completamente no passado os abusos morais do pai.

No sexto capítulo, Arya intimou Sansa a participar de um jogo sobre mentiras e verdades. “Faço uma pergunta sobre você e você me diz mentiras que pareçam verdades. Se você me enganar, você vence. Se eu pegar uma mentira, você perde”, disse a jovem Stark para a Lady de Winterfell. Curiosamente, não é a primeira vez que um jogo sobre passado, mentiras e verdades aparece na trama. No nono episódio da primeira temporadas, Tyrion jogou algo parecido com Bronn (Jerome Flynn) e Shae (Sibel Kekilli). “Faço uma afirmação sobre o seu passado. Se eu tiver razão, você bebe. Se eu estiver errado, eu bebo”. Shae, assim como Sansa, responde apenas que não quer participar desse tipo de jogo. O mais interessante da relação entre os jogos é que quando Tyrion conta algo sobre ele, fala sobre como Jaime o traiu durante a história de sua ex-esposa, enquanto que, em Winterfell, Arya desconfia de uma possível traição de Sansa.

Outra coisa interessante do sexto episódio é um diálogo entre Beric (Richard Dormer) e Jon Snow. Os dois conversavam sobre a quem eles serviam - enquanto Beric enaltece o Senhor da Luz, Jon fala sobre o povo do Norte. Quando o homem da Irmandade Sem Bandeiras diz que “o inimigo é a morte”, Jon responde que ele é “o escudo que protege os reinos dos homens”. A frase é um trecho do juramento feito à Patrulha da Noite - ainda que o ex-bastardo tenha sido liberado da serventia à Muralha, ele não deixou para trás completamente seus votos.

A temporada final de Game of Thrones ainda não tem data de estreia definida na HBO. Todas as temporadas passadas estão disponíveis no serviço de streaming HBO Go.

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