A reta final da penúltima temporada de Game of Thrones ceifou um dos personagens mais importantes da série - não, não estamos falando do Mindinho (Aidan Gillen). Na missão para resgatar Jon Snow (Kit Harington) e seu esquadrão suicida no Além da Muralha, Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) partiu com seus três dragões rumo ao Norte. Chegando lá, como foi visto, o grupo conseguiu capturar um dos mortos do exército dos White Walkers, mas o preço da missão foi um dos filhos de Daenerys, que morreu ao ser atingido pela lança do Rei da Noite. O animal mágico não só morreu como foi revivido pelo poder dos monstros azuis e se tornou uma arma perigosa na mão dos maiores inimigos de Westeros.
A sétima temporada encerrou com a versão zumbificada de Viserion destruindo parte considerável da Muralha - Atalaialeste do Mar foi para o chão. O Rei da Noite apareceu montado no dragão de olhos azuis atacando a construção milenar com rajadas azuis poderosas e, em seguida, o exército de mortos atravessou os escombros em começou a caminhada por Westeros. Contudo,muita gente ficou confusa quanto às mudanças fisiológicas que aconteceram no corpo de Viserion para que ele deixasse de produzir sua habitual chama laranja e passasse a cuspir a substância azulada - o que poderia ser isso?
Alguns fãs especularam que Viserion teria virado um dragão de gelo e, ao invés de produzir baforadas de fogo, teria passado a fazer o mesmo com a forma sólida da água. Existiam várias teorias sobre um dragão de gelo, na verdade - existia uma corrente de que, no passado, os White Walkers tinham um dragão de gelo e, após a derrota dos demônios azuis pelo Azor Ahai, Brandon, o Construtor, teria usado seus poderes de troca-peles para incorporar no animal. O antepassado Stark teria, portanto, utilizado o monstro de frio para construir a Muralha, prendendo em seguida a criatura assustadora dentro da própria estrutura da fortaleza. O dragão de gelo dessa teoria é muito baseado na criatura descrita em uma história voltada publicada em 1980 pelo próprio George R.R. Martin, chamada O Dragão de Gelo - nele, a criatura tinha o poder de deixar “em seu rastro uma desolada terra fria e congelada".
A série, apesar de incorporar um dragão ao lado White Walker, seguiu por caminhos diferentes. O tal dragão de gelo se tornou, na verdade, um dragão zumbi. Houve especulações sobre Viserion se tornar uma versão animal de um White Walker já que o Rei da Noite encostou nele de forma semelhante a como fazia com os filhos sacrificados do Craster (Robert Pugh) - mas, pelo que foi visto na última cena da temporada, o visual de Viserion indicava que o dragão teria virado apenas um lagarto zumbi gigante com novas propriedades mágicas.
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É difícil acreditar que Viserion teria passado a cuspir gelo, não só pelo fato de ter derrubado a Muralha com suas rajadas - há quem acredite que assoprar gelo na Muralha só a tornaria mais maciça e há também quem acredite que por mais forte que fosse a velocidade do sopro do dragão, teria demorado muito para causar o impacto visto na série. As duas ponderações são completamente válidas, mas o principal é que o efeito visual do que Viserion cospe é idêntico ao usado para reproduzir fogo na série, a única diferença é que, dessa vez, ele é azul.
Levando em conta que Viserion teria passado a exalar fogo azul no lugar de fogo laranja, é possível tirar algumas conclusões sobre isso. Obviamente Game of Thrones é um universo que lida com magia e os dragões, principalmente, estão diretamente vinculados a ela - mas isso, é claro, não impede que sejam feitos alguns paralelos com a realidade para tentar explicar determinados pontos da trama. Fisicamente, a cor do fogo vai variar de acordo com a temperatura em que ele queima: quando observamos uma vela, por exemplo, é possível notar que cada parte da chama tem uma cor diferente e, portanto, uma temperatura diferente.
A cor também está vinculado a força da onda do fogo. O tamanho dessa onda varia de acordo com a quantidade de energia dela e quanto mais energia ela tiver, menor será a onda. Usando novamente a analogia da vela, fica fácil entender que as ondas menores e mais enérgicas são azuis, enquanto maiores e menos enérgicas pendem para a coloração avermelhada. Por isso a parte de baixo da chama de uma vela é menor, azul e mais potente, enquanto o comprimento dessa chama vai se tornando maior e mais fraco a medida que se distancia do pavio.
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Mas o que isso tudo ajuda a entender o fogo de Viserion? Caso ele siga de alguma forma as leis da física, isso indica que o fogo produzido por um dragão morto é ainda mais potente que o de Rhaegal e Drogon. Isso pode ser, inclusive, um indicativo da resistência ao fogo dos dragões. A chama alaranjada geralmente oscila entre 500° a 1.000°C, enquanto a azulada ocorre já bem depois disso, entre 1.000°C e 1.800°C. Por que os dragões de Daenerys não conseguem produzir a tal chama azul? Talvez porque o limite desses animais seja a temperatura do fogo que eles emanam e as chamas mais quentes produzidas pelo Viserion morto poderiam causar problemas aos animais - Viserion só conseguiria atingir esse patamar de calor por justamente já estar morto.
Levando em conta então que a chama azul do Viserion é ainda mais poderosa que a laranja de Rhaegar e Drogon, isso equilibraria as coisas em um confronto corpo a corpo - já que Daenerys e Jon tem dois dragões contra um do Rei da Noite. Além disso, justificaria a potência de Viserion em destruir a Muralha com tanta facilidade. É mais fácil acreditar que um dragão sozinho derrubaria sozinho uma construção como aquela se suas chamas fossem de fato mais potentes. Contudo, tudo isso não passa de especulação - a verdade sobre o potencial do novo Viserion só será revelada no oitavo ano da série.
Game of Thrones exibiu o último episódio da sétima temporada em 27 de agosto e ainda não tem data exata para voltar à HBO, mas a próxima temporada será a última e contará com apenas seis capítulos