William Masters (Michael Sheen) e Virginia Johnson (Lizzy Caplan) foram pioneiros nos estudos sobre a resposta do corpo humano ao estímulo sexual. O trabalho tinha grande potencial acadêmico segundo as perspectivas do Dr. Masters, mas precisou encontrar nas habilidades sociais de Virginia uma maneira de se ajustar aos aspectos sensoriais vividos por todo ser humano sexualmente ativo.
Durante as duas primeiras temporadas de Masters of Sex, vimos como William precisou entender que a resposta biológica do corpo humano ao sexo também está atrelada a uma série de questões psicológicas e vimos Virginia lutando para burlar as travas machistas do mundo da medicina com o intuito de exercitar sua competência enquanto observadora do comportamento humano diante do desejo. Os dois preparavam um estudo e agora, na terceira temporada, é hora de ver o que a publicação desse trabalho vai provocar.
Com um salto de 1961 para 1966, chegamos finalmente ao momento de ver os pesquisadores colocando seu trabalho à prova. Esse é um ponto da história real de William e Virginia que sempre foi muito aguardado pelos fãs. De fato, todo o tempo dedicado ao estudo só aumentou as tensões que viriam diante da possibilidade de ver o trabalho ganhando não só a atenção da comunidade médica quanto da sociedade americana. Por dois anos o trabalho fora constantemente ridicularizado, gerando uma ideia de que jamais teria sua relevância considerada.
O material promocional do terceiro ano entregou algumas respostas. No trailer podemos ver que a publicação do estudo gerou uma reação intensa, ainda que isso vá levar a caminhos inusitados. Ao dar um salto grande no tempo, o programa buscou não só a abreviação das conclusões acadêmicas da dupla, mas também a antecipação dos efeitos pessoais de toda essa dedicação.
Na temporada passada vimos Virginia fazer sacrifícios maternais para continuar trabalhando no estudo e vimos William afastar-se cada vez mais da intimidade matrimonial. Anos depois, essas decisões vêm cobrar seus preços e a série entra numa espécie nova de dinâmica interpessoal que se relaciona completamente com a grande frase de Virginia num dos trailers: "Nós somos a revolução sexual". Ficou muito evidente que os roteiros vão se afastar da vitimização habitual perante a traição e a culpa. Masters of Sex tomou a decisão de continuar ousando na resposta dos personagens aos limites que lhes são impostos.
Com tantos anúncios de participações especiais, vale ressaltar que o episódio de estreia surpreendeu com significativas mudanças, sobretudo com relação aos filhos de Virginia, agora já adolescentes. A maior delas é a escalação de Isabelle Fuhrman (A Órfã) para viver a crescida Tessa, que sem dúvida terá um grande papel nas dinâmicas desse ano. Libby (Caitlin Fitzgerald) também demarcou muito bem seu lugar no episódio e embora sempre haja nela um resquício da insegurança de perceber-se negligenciada, a personagem surgiu com uma energia bastante surpreendente. O tempo agiu sobre os personagens com marcas muito bem delineadas e isso produziu um primeiro episódio quase chocante, com cenas muito fortes e um gancho desconcertante.
Não podemos entregar como essa terceira temporada começou ainda mais ousada e corajosa, mas podemos dizer que aqueles que acompanharem o retorno ficarão bastante excitados, no melhor estilo Masters of Sex de abordar as nuances da sexualidade humana. Seremos voyeurs pelo terceiro ano seguido... E dessa vez temos coisas ainda mais incríveis pra espiar.
A terceira temporada de Masters of Sex estreia nos EUA, no canal pago Showtime, em 12 de julho. A HBO traz a série ao Brasil com apenas cinco dias de diferença, exibindo a estreia em 17 de julho.