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Mr. Robot | 3ª temporada começa intensa com nova missão de Elliot

Seriado abraça seu lado distópico virtual e segue com comentários à sociedade moderna

12.10.2017, às 13H10.
Atualizada em 13.12.2017, ÀS 12H58

Nos últimos anos, a televisão foi palco para diversos criadores de conteúdo mostrarem suas mentes brilhantes com narrativas complexas e detalhistas, como David Lynch (Twin Peaks), Noah Hawley (Fargo) e Vince Gilligan (Breaking Bad), por exemplo. Sam Esmail conseguiu se unir à esses grandes nomes com seu trabalho em Mr. Robot. Com a estreia da terceira temporada, é possível ver que o diretor/roteirista ainda tem muitas surpresas planejadas na jornada de Elliot Alderson (Rami Malek).

Como já foi divulgado, o terceiro ano começa acompanhando o metódico Irving (Bobby Cannavale) sendo contatado para limpar a bagunça deixada por Tyrell Wellick (Martin Wallström), efetivamente salvando a vida de Elliot. Acontece que isso faz algo clicar na cabeça do hacker: ao invés do que acreditava no fim da segunda temporada, Elliot está vivendo uma situação real e não tem controle algum. É apenas uma peça na luta entre a Evil Corp, Dark Army e o próprio Mr. Robot (Christian Slater).

Poder é o tema principal de "eps3.0_power-saver-mode.h", visto em tramas como a inutilidade do protagonista, a onipresença do Dark Army ou o crescimento absurdo de Angela Moss (Portia Doubleday), que ao longo dos anos evoluiu de amiga desinformada para uma das principais responsáveis pelo andamento da narrativa ao perseguir seu desejo de justiça.

Em um dos melhores momentos do capítulo, Esmail também usa essa abordagem ao poder para discutir o momento atual dos Estados Unidos. Elliot passa por um excelente monólogo onde nota como momentos difíceis são aproveitados pela mídia e mercado, que tornam resistência em produto, e pelo governo, que vê o pavor da sociedade como uma oportunidade para tomar os direitos do povo sem maior resistência, utilizando o próprio medo como arma.

Essa reflexão faz com que Elliot assuma a culpa pela queda da sociedade e crie novos inimigos, dando início à uma guerra solitária contra o Dark Army - mencionando até mesmo juntar-se à Evil Corp para fazer isso. É uma mudança brusca para o personagem, mas que faz todo o sentido: o começo da terceira temporada dá forte sinais de que Mr. Robot passou de uma história sobre tecnologia e corporativismo na sociedade contemporânea para algo ambientado em um futuro distópico não-tão-distante.

Mr. Robot continua tão intenso, brutal e pé no chão como sempre foi, sabendo utilizar seu próprio universo para construir uma narrativa intrigante ao mesmo tempo que faz comentário ácidos e pontuais ao mundo real. Esmail já afirmou anteriormente que tem o final planejado, e cada vez torna-se mais claro que o criador sabe a estrada que está trilhando.

Mr. Robot estreia no Brasil em 12 de outubro, às 00h, pelo canal pago Space.

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