Séries e TV

Artigo

A Rainha do Sul | Alice Braga é a líder do tráfico que precisávamos na nova série do canal de Mr. Robot

Série só precisa aperfeiçoar sua narrativa para conquistar de vez o público

06.07.2016, às 16H21.

Desde Mr. Robot, o canal pago estadunidense USA Network começou a apostar em séries mais densas e dramáticas, deixando para trás seu antigo lema que abraçava a variedade de personagens em programas leves e despretensiosos, passando a adotar uma proposta mais ousada. A Rainha do Sul, a terceira produção da emissora a ser criada dentro dessas novas diretrizes, mantém o clima de tensão, mas muda um pouco o foco da narrativa.

None

No início da divulgação, a série foi frequentemente comparada a Narcos por dois motivos: ser estrelada por um brasileiro e tratar do líder de um império de drogas. A principal diferença é a mudança de gênero da protagonista e Rainha do Sul deixa claro em todos os momentos de seu piloto que tratará do tema de uma forma diferenciada, focando sempre na força das mulheres como mote principal.

O primeiro episódio nos apresenta Teresa Mendoza (Alice Braga), a rainha do título - porém, ela começa apenas como uma jovem mexicana. Nas primeiras cenas dos 44 minutos iniciais da produção, é revelado que a jornada sua jornada já tem um trágico fim definido e, como ela mesmo diz, já era de se esperar que isso fosse acontecer. Mas serão suas conquistas até aquele momento que marcarão o restante da série - e não será fácil para Teresa chegar ao topo.

Braga, em sua estreia na TV americana, não perde um segundo em tela. Ao longo de todo o primeiro capítulo a vemos correndo por sua vida, escapando de uma explosão, enfrentando capangas do tráfico, fugindo de um acidente de carro... As inúmeras cenas de ação aumentam a tensão tanto para o espectador quanto para a protagonista, mas a quantidade de acontecimentos importantes engatilhados a partir do momento em que Teresa conhece Guero (Jon-Michael Ecker) faz com que a história fique um pouco truncada, prejudicando a narrativa e dando um tom apressado à trama.

A introdução e apresentação dos personagens, por sua vez, cumpre seu papel e nos faz sentir empatia por Teresa, assim como Dona Camila Vargas (Veronica Falcon), que já toma a posição de mentora; e Don Epifanio Vargas (Joaquin de Almeida), que fica com o cargo de vilão. Não há muitas surpresas, mas a consistência nas atuações e a ausência de arquétipos de gênero superam os pontos baixos da trama.

Apesar de não ser inovadora em nenhum sentido em sua narrativa, Rainha do Sul tem a grande conquista de introduzir uma nova e forte protagonista feminina que será aparentemente guiada por uma outra forte personagem feminina, sem cair nos clichês. É uma importante evolução para a TV e para o entretenimento em geral que precisa desenvolver melhor sua história para conquistar o público.

Rainha do Sul estreia no canal pago Space em 7 de julho, às 22h30.

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.