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The Flash | Estreia do quarto ano resolve questões pendentes na velocidade da luz

Com herói de volta após uma breve saída de cena, novas dinâmicas e vilões inéditos são introduzidos

11.10.2017, às 15H01.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

The Flash não aguentou ficar 15 minutos, quase literalmente, sem seu herói principal. Em "The Flash Reborn", primeiro episódio da quarta temporada da série do velocista da DC, vemos o retorno de Barry Allen (Grant Gustin) à Central City após sua emocionante partida para a Força de Aceleração. Logo de cara, somos apresentados a uma nova Iris West (Candice Patton), bem mais fria do que o público está acostumado e na liderança do time de heróis. A primeira parte do episódio mostra que ela e Cisco (Carlos Valdes) lidam com o luto de forma quase oposta - enquanto a jovem noiva se dedica a trabalhar pela segurança da cidade, fazendo o que Barry pediu em sua despedida, o melhor amigo de Flash passa o tempo empregando recursos em segredo para resgatar o herói. Contudo, esse momento delicado para os personagens não dura tanto tempo: Barry retorna (de uniforme novo!) antes que o público consiga sentir sua falta.

É claro que não seria uma tarefa fácil fazer The Flash funcionar sem o Flash, mas resolver grandes eventos com tanta facilidade faz com que o público se acostume a vê-los cada vez com menos impacto. Os fãs foram deixados com o coração na mão no fim da terceira temporada justamente por colocar o protagonista do programa em risco real, mas, apenas um episódio depois, com um salto temporal de seis meses, isso foi resolvido. As possibilidades não eram exatamente limitadas para trabalhar melhor a ausência de Barry: a série podia, de alguma forma, focar na evolução das habilidades - e do ego - de Wally West (Keiynan Lonsdale) ou mesmo mostrar gradualmente as investidas de Cisco em sua missão pessoal de resgatar o amigo. Seria realmente interessante ver algum esforço dos roteiristas em tratar a saída de cena do herói com a proporção que pareceu que teria no encerramento do último ano, mas foi escolhida a via mais confortável e, de certa forma, frustrante.

Ou seja, ao que tudo indica, a série preferiu focar nos efeitos ao longo da temporada do sumiço temporário de Barry do que no evento propriamente dito. De fato, há muitas questões que ficaram abertas em relação tanto ao tempo que ele passou na Força de Aceleração quanto à sua saída de lá. No episódio, vemos que Barry volta com os poderes amplificados e, em contrapartida, completamente transtornado. O rapaz parece ter enlouquecido, passando o tempo rabiscando marcas na parede - ponto para a piada de Cisco com o filme Uma Mente Brilhante - e falando frases desconexas. É bem provável que as coisas que ele desenhou e disse revelem sua real importância mais para frente na trama.

Analisando as frases, aliás, já dá para deduzir que, em sua mente, passado, presente e futuro estavam completamente embaralhados. O rapaz recita a letra da música "Runnin 'Home to You" em um momento, diz uma frase vista no primeiro episódio da série quando está descobrindo os efeitos da noite da explosão do acelerador de partículas (“você falou que a cidade estava a salvo, sem perigo residual”), entre várias outras coisas. O mais interessante dentre as coisas ditas, contudo, é o que pode ser uma indicação sobre o futuro. Quando o herói diz “sou inocente…eu não matei ninguém”, pode ser uma referência a história dos quadrinhos chamada O Julgamento do Flash, assim como a frase “vamos precisar de mais fraldas” pode ser uma referência aos gêmeos que ele tem no futuro com Iris West.

Falando na noiva do herói, Iris perdeu Barry novamente - desde o primeiro episódio da primeira temporada vemos a jovem lidando com a possibilidade disso acontecer em algum momento dado os riscos aos quais ele se expõe - e está convencida de que dessa vez foi algo definitivo. Os produtores já falaram diversas vezes que a partida de Barry para a Força de Aceleração, como não poderia deixar de ser, vai mexer de alguma forma com o relacionamento deles e isso ficou bem claro no primeiro episódio. Iris está confusa sobre o que sentir após uma sequência de perder o amor de sua vida, ver ele de volta, encarar um Flash aparentemente enlouquecido e, só por fim, se deparar com o Barry de sempre - não há psicológico que aguente tantas mudanças repentinas.

Uma das melhores coisas do episódio foi a revelação dos vilões logo no primeiro episódio. Após a derrota do Samuroid, o público é apresentado ao Pensador (Neil Sandilands) e à Mecânica (Kim Engelbrecht), que serão o principal problema de Flash e seus amigos no novo ano. Os planos da dupla não são claros, mas já é empolgante só pelo ponto de vista de um grande vilão que não é velocista. Outra coisa que pode render bons arcos é o retorno - ainda que repentino demais - de Caitlin Snow (Danielle Panabaker), já que sabe-se pouco do que ela andou fazendo ou com quem estava envolvida nos seis meses do salto temporal e, como já foi visto, também não está completamente resolvida com sua personalidade gelada. A nova temporada de The Flash, no geral, estreou bem, ainda que ironicamente pareça ter se precipitado nas escolhas em relação ao ritmo da trama - para saber se os caminhos escolhidos foram acertados ou não, só acompanhando os próximos episódios.

O novo ano de The Flash estreou em 10 de outubro nos Estados Unidos, enquanto no Brasil o canal pago Warner Channel passa a exibir os capítulos novos a partir de 26 de outubro - saiba mais.

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