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Wayward Sisters | O que esperar da derivada de Supernatural protagonizada só por mulheres

Episódio especial introduziu trama que acompanhará grupo feminino de personagens encarando monstros

22.01.2018, às 18H30.
Atualizada em 25.01.2018, ÀS 03H03

Depois de tanto tempo envolvida nas confusões de Sam (Jared Padalecki) e Dean Winchester (Jensen Ackles), Jodi Mills (Kim Rhodes) deu o primeiro passo para caçar seus próprios monstros. No episódio “Wayward Sisters”, ela se encarrega de reunir um time de mulheres para investigar - e resolver - o sumiço da famosa dupla de irmãos e, no processo, acaba resolvendo questões inacabadas entre ela e suas parceiras na missão. O episódio é o piloto de uma série homônima liderada por esse novo grupo e, usando como base essa pequena prévia, a nova produção não deixa a desejar em nada em relação a Supernatural - há confrontos muito semelhantes aos vistos na original e personagens carismáticas.

A decisão de levar o spin-off adiante, é claro, não é gratuita: a base feminina de fãs de Supernatural é enorme e, paradoxalmente, o protagonismo de mulheres nunca chegou perto de ser um ponto forte da trama. Desde a concepção de Supernatural, as personagens femininas serviram basicamente de trampolim para o desenrolar da história dos protagonistas masculinos - não por menos, toda a trajetória dos irmãos Winchester só acontece em função a morte de Mary Winchester (Samantha Smith) e dos efeitos disso no pai dos dois, John Winchester (Jeffrey Dean Morgan). Ela não é a única personagem descartada para dar sentido à jornada dos Winchester: ao longo dos anos, várias delas foram subaproveitadas ou descartadas sem pena - Jessica (Adrianne Palicki), Ellen (Samantha Ferris), Jo Harvelle (Alona Tal) e Charlie Bradbury (Felicia Day), cuja morte aliás incomodou muitas fãs, são exemplos disso.

Jodi Mills, Alex Jones (Katherine Ramdeen) e Claire Novak (Kathryn Love Newton), três das estrelas da derivada, não estão nessa posição à toa: elas são pontos fora da curva. Além de serem personagens fortes e corajosas, ao longo da série - em especial depois da nona temporada -, elas mostraram potencial para ter autonomia em relação às tramas masculinas. Muito disso, aliás, em função não só das batalhas sobrenaturais, mas da relação disfuncional entre elas - e o episódio “Wayward Sisters” já deixou bem claro que esse aspecto será algo determinante na trama. Assim como a original não se sustentaria ao longo de 13 temporadas sem explorar incansavelmente todos os conflitos e redenções possíveis no arco familiar Winchester, a nova série certamente tem muito pano para manga para desenvolver o lado dramático desse trio para além dos confrontos com monstros.

Além delas, o grupo é formado ainda por outra personagem carismática e querida pelo público: a também xerife Donna Hanscum (Briana Buckmaster). A presença dela é um respiro importante para a trama, não só por trazer humor e leveza à série, mas por oferecer um tipo de relação com Jodi diferente da vista entre ela, Alex e Claire, muito mais maternal. A amizade das duas foi um ponto alto na trajetória de Donna na série original e, com tempo, pode se tornar uma fonte de bons momentos em Wayward Sisters. Além dela, ao que a cena final do episódio indica, há um quinto elemento entre o novo time de mulheres: Patience Turner (Clark Backo), um acréscimo inesperado, mas que acrescenta muito ao grupo graças aos poderes psíquicos da moça.

É comum que pilotos de spin-offs sejam apresentados em um episódio especial de sua série-mãe e, no caso de Wayward Sisters, faz ainda mais sentido: a atração é muito parecida com a original. O estilo e a narrativa são idênticos, a maior diferença, talvez, seja que o quinteto de mulheres seja mais preparado e potencialmente mais organizado para caçar monstros do que os próprios irmãos Winchester - não por menos o episódio girou em torno do novo grupo se desdobrar para salvar a dupla de rapazes. As mulheres se reúnem justamente em função de resolver o desaparecimento deles e, no processo, percebem que são uma boa equipe - principalmente Claire, que vinha levando uma vida solitária em sua jornada salvando garotinhas de monstros assassinos.

Não há motivos para os fãs de Supernatural desconfiarem da qualidade da derivada: ela tem todos os elementos que fazem da série original um sucesso tão longevo. A série conta com personagens carismáticos, dramas pessoais, conflitos inevitáveis entre os protagonistas e muita disposição para caçar criaturas sobrenaturais. Há, contudo, um elemento que se destacou no piloto e que deverá ser um dos principais fios condutores da trama: a jornada de amadurecimento de Claire. Isso, se bem explorado, pode ser um ponto positivo para os fãs que sentem saudade dos irmãos Winchester lá das primeiras temporadas, ainda aprendendo a lidar com o complicado mundo ao redor. O piloto entregou Wayward Sisters como um complemento justo à trama original e até mesmo, quem sabe, sua substituta um dia.

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