Avatar: O Último Mestre do Ar

Créditos da imagem: Netflix/Divulgação

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Avatar | Remoção de falas machistas de Sokka não descaracteriza o personagem

Comportamento sexista do personagem foi removido do live-action

Omelete
5 min de leitura
22.02.2024, às 13H00.
Atualizada em 22.02.2024, ÀS 15H50

[Spoilers da primeira temporada de Avatar: O Último Mestre do Ar à frente]

A revelação de que Avatar: O Último Mestre do Ar cortaria as falas machistas de Sokka (Ian Ousley) caiu como uma verdadeira bomba no fandom da franquia. Afinal, parte do arco do personagem em Avatar: A Lenda de Aang era ter suas crenças sexistas constantemente questionadas por Katara, Suki, Toph, Azula e mais mulheres extremamente poderosas das quatro nações. Mas como esse apagamento do machismo do líder da Equipe Avatar afetou o novo live-action?

De fato, a equipe comandada por Albert Kim removeu todas (sim, TODAS) as falas machistas que Sokka soltou ao longo do Livro Um de A Lenda de Aang, mas manteve alguns comportamentos menos, digamos, progressistas do garoto. Quando ainda está no Polo Sul, por exemplo, ele tenta a todo momento controlar Katara, não permitindo que ela treine seus poderes por medo de uma nova invasão da Nação do Fogo.

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Mais tarde, na Ilha Kyoshi, Sokka se sente intimidado por Suki (Maria Zhang) e se afasta ofendido quando ela o vence em um combate corpo a corpo. A relação entre os dois melhora quando a guerreira começa a treinar o garoto da Tribo da Água — por quem ela tem clara atração — e eles se aproximam mais da relação mostrada no desenho.

Claro, nenhum desses exemplos traz um machismo tão gritante quanto Sokka falando que mulheres deveriam focar na costura e não no combate, ou diminuindo as guerreiras Kyoshi por serem mulheres. A versão live-action do personagem pode não ser explicitamente machista, mas O Último Mestre do Ar toma pelo menos um certo cuidado para manter a mentalidade que o garoto tinha quando deixou seu lar e atenuá-la à medida que ele conhece mais do mundo.

Como alguém que já assistiu à animação original algumas vezes, confesso que não senti tanta diferença na falta de machismo de Sokka. Sim, a desconstrução do personagem faz parte de sua trama em A Lenda de Aang, mas não é como se sua evolução fosse pautada apenas por essa mudança de opinião.

Sokka começa a série animada como um garoto sem experiência de batalha real, que é facilmente derrotado por Zuko e outros vilões que encontra pelo caminho de um polo ao outro. Apesar de confiante em sua tribo, ele é posto à prova inúmeras vezes ao longo da animação, aprendendo novas técnicas de luta, se descobrindo um espadachim inventivo e, claro, afinando sua capacidade militar, o que levou diretamente ao fim da Guerra dos 100 Anos.

O crescimento de Sokka não é nada afetado pela remoção das frases mais preconceituosas que ele soltou no desenho. Aliás, Kim e os roteiristas estabeleceram um novo arco para o personagem, que agora questiona como ele realmente pode ajudar a acabar com a guerra sem ser um dobrador. Depois de conhecer o Mecânico (Danny Pudi), o garoto descobre uma paixão por engenharia, algo que pode ser visto diversas vezes ao longo de A Lenda de Aang, mas, no live-action, esse talento é citado de forma mais direta, a ponto do membro da Equipe Avatar se animar com a perspectiva de usar sua genialidade para ajudar os outros.

Com menos da metade dos episódios da primeira temporada da animação, a estreia do live-action precisou fazer várias mudanças, algumas mais relevantes do que outras. E por mais que afaste a nova versão do desenho, é injusto dizer que tirar o machismo de Sokka tenha descaracterizado o personagem.

A nova versão de Sokka ainda é sarcástica, desconfiada, astuta e tem um amor incondicional por Katara (Kiawentiio), assim como em A Lenda de Aang. Sua transformação ao longo da temporada não é afetada em absolutamente nada sem as frases machistas, uma vez que, em seu comportamento, ele ainda mostra alguns preconceitos de gênero.

Vale lembrar também que, por enquanto, Avatar: O Último Mestre do Ar tem apenas esta primeira temporada garantida. Iniciar o arco de desconstrução de Sokka com falas tão agressivas poderia facilmente marcar o personagem — e a produção — de forma negativa em caso de cancelamento, com o público não familiarizado com A Lenda de Aang provavelmente se questionando por que um dos mocinhos teria um comportamento tão vilanesco.

Armados com a perspectiva de duas animações completas e seus gibis, os roteiristas da série encontraram outros aspectos da personalidade de Sokka que poderiam começar a ser desenvolvidos já nesta primeira temporada. Deixar essa desconstrução em segundo plano para explorar sua vocação para a criação de máquinas e transportes traz novas camadas ao seu desenvolvimento como líder da Equipe Avatar — e, como visto em A Lenda de Korra, uma das principais vozes das Quatro Nações após a Guerra dos 100 Anos.

Desde o anúncio do live-action, era óbvio que Avatar: O Último Mestre do Ar precisaria abrir mão de algumas tramas, misturar outras ou até ignorá-las completamente. Ainda que seja vítima dessa adaptação, o machismo de Sokka não só não deixa saudade, como foi muito bem suplantado por outro mini-arco tão ou mais relevante para o herói em que ele se transforma ao fim do Livro Três.

Avatar: O Último Mestre do Ar conta com Albert Kim (A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, Nikita) como showrunner, produtor executivo e roteirista. A versão da Netflix da série de animação acompanha Aang, um jovem Avatar que precisa aprender a dominar os quatro elementos (Água, Terra, Fogo e Ar) para restaurar o equilíbrio em um mundo ameaçado pela terrível Nação do Fogo.

Com três temporadas iniciais (61 episódios), Avatar: A Lenda de Aang se tornou uma das animações mais adoradas da história. A série ganhou uma sequência em A Lenda de Korra, que acompanhava a Avatar que sucedeu Aang. Além do sucesso nas telas, os títulos deram origem a uma franquia que ganhou diversas sequências em livros e HQs.

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