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Crítica

Bates Motel - 1ª Temporada | Crítica

Primeiro ano da série surpreende como uma das melhores estreias da temporada

30.05.2013, às 00H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H27

Trazer Norman Bates de volta aos holofotes e o introduzir ao cenário moderno não seria uma tarefa fácil. Apresentado ao público em grande escala em Psicose, filme de Alfred Hitchcock de 1960, o psicopata volta em Bates Motel como um adolescente do século 21. Mexer com o legado estabelecido por Hitchcock atraiu atenção mais negativa do que positivamente do público e da crítica. Porém, o time de roteiristas provou que aquilo não só poderia ser uma experiência prazerosa, mas cheia de conteúdo elucidativo sobre o assassino esquizofrênico.

Bates Motel

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Assim como havia sido mencionado no preview de Bates Motel, a série poderia enveredar para caminhos diferentes daqueles apresentados em seu início. No entanto, foi uma surpresa perceber que ela seguia cada vez mais envolvente. O maior êxito da primeira temporada foi conseguir manter o suspense sem ter momentos de tédio. É comum existirem episódios filler (aqueles "enche linguiça", em que não acontece nada que desenvolva a trama) em qualquer programa, mas Bates Motel conseguiu se manter sempre interessante e inusitada. Era comum imaginar que não haveria saída de certa situação, ou até uma que parecesse esdrúxula quando apresentada. No entanto, depois de alguns episódios, nada mais passava essa sensação, e a confiança no time de roteiristas crescia a cada enrascada que os personagens se metiam.

Família

A relação entre mãe e filhos - Norma (Vera Farmiga), Norman (Freddie Highmore) e Dylan (Max Thieriot) - decorre repleta de trancos e solavancos. A que mais sofre é a mulher, que passa por inúmeras provações desde o episódio de estreia. Norma precisa lidar com seus próprios problemas além de cuidar do perturbado Norman, que não tem noção do que está acontecendo consigo. Ao desabafar e explicar a situação do caçula a Dylan, Norma aprende a tratar e respeitar seu filho mais velho, até então renegado, e o acolhe na estranha família. Independente e até então distante da mãe e irmão, Dylan se vira como pode na cidade de White Pine Bay, mas topa com um frágil cenário que o impele a ajudar e tentar tornar normal uma relação doentia e possessiva entre Norma e Norman.

A narrativa funciona ainda melhor com as performances de Highmore e Farmiga, que incorporam seus personagens de forma convincente e devidamente psicóticos. A partir da relação de mãe e filho vistas ali, é possível entender o que vem a ser de Norman no futuro. O passivo psicopata esquizofrênico é facilmente encontrado nos olhares, nas atitudes e até nos movimentos corporais do menino, que passa por intensos problemas psicológicos. Por outro lado, é claro ver que as atitudes e escolhas tomadas por Norma são diretamente espelhadas nele, e Farmiga acerta em se apoiar na delicadeza quando a mulher sofre de lapsos bipolares.

O ano de estreia e as possibilidades

No decorrer do ano de estreia vimos homicídios, estupros, tráfico de mulheres, problemas mentais, subornos, taxidermia, drogas e uma senhora plantação de maconha. Contudo, apesar de nem todas as questões mencionadas acima terem sido destrinchadas, não sobraram pontas soltas visíveis após a conclusão. O capítulo final apresenta um bom gancho para a já garantida segunda temporada, mas não enlouquece o espectador de curiosidade.

Bates Motel se provou uma das melhores, se não a melhor, estreia da temporada 2012-2013. Sem enrolações, é possível visualizar um panorama completo do que virá a ser Norman Bates, suas influências e motivações. Tudo se encaixa perfeitamente, mas ainda faltam peças para o quebra-cabeça ficar completo, até vermos Norma Bates empalhada no porão.

A série estreia no Brasil em 4 de julho, no canal pago Universal. A segunda temporada, que deve começar sua pré-produção no último trimestre de 2013, tem previsão de estreia para 2014 nos EUA, em data a ser definida.

Nota do Crítico
Bom

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