Devil May Cry Netflix

Créditos da imagem: Divulgação/Netflix

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Crítica

Devil May Cry da Netflix captura essência dos games | Crítica

Tomando liberdades com o roteiro, Adi Shankar transmite ar "maneiro" de Dante

Omelete
4 min de leitura
07.04.2025, às 16H40.

É difícil pensar em alguém melhor que Adi Shankar para uma adaptação animada de Devil May Cry. O diretor, que já se consagrou no gênero ao comandar Castlevania, transmite pessoalmente a vibe “edgy” que dá charme à jornada de Dante. Traduzindo a história dos jogos para uma série da Netflix, o resultado é tão maneiro quanto deveria ser — afinal, a franquia não é sobre uma história profunda ou grandes reflexões existenciais, e sim sobre sentar a porrada em demônios com muito estilo.

A animação não demora a mostrar que é exatamente isso que quer cumprir: já na primeira cena, os espectadores são apresentados ao grande vilão da temporada. Um coelho macabro, que mutila e destroça um grupo enorme de ladrões enquanto ele próprio rouba a espada de Sparda, nome que certamente é familiar para quem jogou qualquer Devil May Cry.

Poucos minutos depois, já vemos Dante em ação como caçador de demônios, ostentando toda a plasticidade de seu estilo de combate, assim como o humor ácido característico. Ainda que o tom seja exatamente o mesmo dos jogos, a primeira ressalva também aparece: Reuben Lagndon, voz do personagem desde Devil May Cry 3, não está na série. Ele dá lugar a Johnny Yong Bosch, que faz bom trabalho, mas não entrega a mesma potência da voz clássica.

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Entre uma cena de luta e outra, o enredo que conecta a série foge bastante do cânone dos jogos. O tal Coelho precisa de um amuleto, carregado por Dante, para derrubar o véu que separa o mundo dos humanos e dos demônios; ou, em termos mais simples, levar o Inferno à Terra. O protagonista inicialmente está mais interessado em proteger seu colar, a única lembrança deixada por sua mãe, mas acaba se envolvendo na missão de salvar o mundo.

Um terceiro núcleo acompanha Mary — ou Lady, para quem já experimentou Devil May Cry 3. A agente trabalha com a DARKCOM, órgão governamental responsável por conter ataques demoníacos, comandado pelo vice-presidente dos Estados Unidos.

As liberdades tomadas para recontar a história não são poucas. A introdução de Lady; o mistério ao redor de Vergil, irmão do protagonista, e vários outros detalhes são alterados de forma que pode irritar fãs mais dedicados dos games. Para quem se importa com a porrada e não necessariamente com as nuances, o resultado final é competente.

O enredo é suficiente para dar motivação a cada personagem, e ainda que a animação não seja um primor em cenas mais tranquilas, ela brilha quando realmente importa. O mesmo pode ser dito da trilha, que dá menos destaque ao metal gritaria dos jogos, e puxa mais para o nu metal dos anos 2000, trazendo Limp Bizkit e Evanescence para a mistura.

Ainda assim, todos esses elementos poderiam convergir de forma mais impactante em algumas cenas chave. O primeiro uso do Devil Trigger, a transformação demoníaca do protagonista, é anticlimático, e o uso quase medroso da música homônima, de Devil May Cry 5, assim como o design questionável, não ajudam.

Mesmo que não seja feita no Japão, a série quer muito apelar para a estética de anime, mas se esqueceu que transformações são o ápice dos shounen de lutinha. A forma encapetada de Dante nunca ganha o destaque que se espera, deixando o espectador ansioso por algo que quase não se concretiza.

Por outro lado, a série enriquece o material base ao dar alguma profundidade aos demônios que não estão no círculo de protagonistas. O Inferno, ou Makai, é retratado com muito mais sensibilidade na animação do que nos jogos, explorando histórias que vão além do confronto inevitável entre mundos.

Mostrar esse lado da moeda dá uma carga dramática maior para o enredo, que não precisa se apoiar somente nos dramas familiares de Dante e Lady. O espectador eventualmente vai se ver com alguma empatia pelos makaianos, que são figura central de uma das cenas mais marcantes da temporada.

Devil May Cry escolhe caminhos ousados para adaptar uma franquia que já sofreu com a histeria dos fãs. O spin-off DmC, que também abusou das liberdades poéticas, foi amplamente criticado em seu lançamento, ainda que o consenso atual seja de que o game foi injustiçado na época. A série da Netflix, da mesma forma, pode sofrer com o nariz torcido daqueles que conhecem o cânone de Dante como a palma de sua mão, mas para quem quiser só embarcar na porradaria sem muito compromisso, a diversão é garantida.

Nota do Crítico
Ótimo

Devil May Cry

Criado por: Netflix

Onde assistir:
Oferecido por

Comentários (11)

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BG
Bryan Gui
há 24 dias
Editado

Que piada kkkkk, falaram o exato contrário que é toda série e tudo ao contrário sobre o adi shankar, que estragou o roteiro a série e em grande parte as animações e modelos dos personagens kkkkk

ca
cesar alexandre
há 25 dias

Patético

TC
Talles Camargo
há 27 dias

Meus zovos

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